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Como sempre, passei em frente à sua casa para irmos juntos até a faculdade, e, como sempre, ele estava atrasado procurando aquele maldito fone de ouvido que eu lhe dei de natal no ano retrasado. Segundo ele, era como se uma parte estivesse faltando caso não levasse o fone de ouvido para os lugares.

Por eu praticamente já ser da família, cumprimentei a Sra. Park e fui até o quarto do grandão que ficava no andar superior. Subi as escadas com certa pressa, pegando-o de surpresa; Chanyeol estava apenas de jeans e com uma toalha em volta de seu pescoço, procurando — obviamente — aquele maldito fone.

Chanyeol era do tipo atlético e jogava no time de basquete da faculdade. Sua barriga era definida e cheia de gominhos, diferente da minha que tinha alguns pneuzinhos; nada que eu odiasse, eu até gostava das minhas gordurinhas. Tentei muitas vezes fazer dieta, mas felizmente existem muitas comidas gostosas no mundo, e elas precisam ser apreciadas.

Eu não sobreviveria sem pizza.

— Hey, bro. Estamos atrasados. — Faço um breve aceno com a cabeça, mas o grandão caminhou até mim e me deu um beijo estalado na bochecha. — Você nem se vestiu ainda! Coloque uma camiseta, não sou obrigado a ficar com recalque do seu corpo.

Por sermos amigos há muitos anos, tínhamos muita intimidade, e mesmo Chanyeol dizendo ser hétero, ele não se importava em demonstrar um carinho e afeto diferente por mim.

— Me ajude a procurar o meu fone, então — ele diz, vestindo uma camiseta preta de banda. Rolo os olhos e começo a revirar aquela zona que ele chamava de quarto, até que ele para do meu lado e pousa sua mão no meu ombro. — Eu preciso conversar com você, Baek. É um assunto urgente.

— Beleza. Você fala quando estivermos indo até a faculdade, porque senão, vamos nos atrasar — digo por fim, dando um sorrisinho logo retribuído por ele. — Eu também preciso conversar com você... é uma coisa que eu venho pensado muito nos últimos dias... — Mordo meu lábio inferior, vendo-o analisar minha boca por alguns segundos; uma mania dele.

— Okay. Conversamos no caminho, Baek. — Ele sorri e aperta as minhas bochechas, como se eu fosse aquele peixinho gordinho das brincadeiras de criança.

confused boy. [ᴄʜᴀɴʙᴀᴇᴋ]Onde histórias criam vida. Descubra agora