Big Love - Amor Imenso - DEGUSTAÇÃO

Decisões Importantes

—o que está havendo aqui?

—nada!

Mamãe me olha de um jeito.

Acho que ela escutou meus gritos e berros, estou tão nervosa que as minhas mãos tremem.

—Maná...

—o senhor Hill já está de saída mamãe—informo olhando fixamente para Benjamim Hill—e tenho certeza de que...

—ela te disse que eu sou o pai da filha dela senhora Garisson?—pergunta Benjamim me interrompendo.

Vejo nos olhos de mamãe algo que nébula, e por alguns segundos, a vontade que tenho é de avançar para cima de Benjamim Hill e enforca-lo com as minhas próprias mãos.

Como eu o odeio, como eu o odeio!

—Maná filha isto é verdade?

Fito mamãe, meus nervos tremem.

—sim, infelizmente!

—porque infelizmente?—Benjamim também está nervoso—se arrependeu?

—Lógico!—exclamo—não deveria? Porque afinal de contas, vossa excelência Sumiu!

Mamãe fica nos olhando, nervosa também, Benjamim me encara com tanta raiva em seu semblante que percebo o quanto me odeia pelas minhas respostas, mas eu detesto muito mais ele por tudo o que me fez, porque se eu soubesse como seria minha vida depois daquele acampamento eu nunca teria deixado ele colocar essas mãos asquerosas sobre mim.

—isso é muito pouco justo comigo...

—olha, eu não estou te pedindo nada cara—esclareço—eu não estou te pedindo pensão, nem a paternidade da minha filha, se você sumir é um favor que me faz.

—eu não tive culpa...

—senhor Hill, é melhor que saia da minha casa, eu e a minha filha vamos conversar, ela vai telefonar para você e vocês vão resolver isso uma outra hora, não é o momento—determina mamãe duramente.

Benjamim bufa, ele respira fundo, depois me olha como se quisesse me matar com as próprias mãos e então se afasta pro rumo da porta, mamãe o acompanha, então ele sai da casa dos meus pais pisando com tanta força, que faz barulho no assoalho.

Mamãe retorna e me olha com uma cara. Ela é uma das poucas pessoas que conseguem me intimidar, papai costuma ser pior, caminho até o sofá e me sento, ela se senta diante de mim. Me preparo para a bronca.

—aquele cara é muito branco.

E ela fala isso muito séria.

Como se eu não soubesse.

—e muito bonito também.

—quem se importa? Ele é um vagabundo!

—Maori—mamãe chama—o que ele disse é verdade?

—já disse que sim—respondo chateada—odeio ele.

—eu imagino e tem razão filha mas as coisas não se resolvem com gritos e brigas—mamãe fala.

De fato, não fui criada nesse ambiente, nem crio Ly nesse ambiente, pelo contrario.

—eu sei mamãe—digo—mas eu não suporto esse cara.

—bom ou ruim ele é o pai da Ly.

Eu nunca pensei que passaria por isso na minha vida.

Não estou em choque, estou furiosa com tudo. Não esperava que Benjamim Hill fosse aparecer a esta altura da minha vida. A angústia me toma e começo a chorar, mamãe me abraça e da uns tapinhas nas minhas costas me dando consolo.