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                             Poliana
                            

O despertador toca .

Eu me levanto devagar de minha cama que precisa ser trocada por uma nova o quanto antes . Espero alguns segundos até me acostumar com os primeiros raios de sol que passam pelo o vidro da janela já que eu , com minha incrível capacidade de esquecimento , esqueci de fechar a cortina .

Olho para o relógio em cima da mesinha ao lado da cama que indica ser 6:15 da manhã e me levanto com a disposição de sempre . 

Separo o uniforme da escola, coloco os livros novamente dentro da mochila e me dirijo para o corredor em direção ao banheiro. Sinto um pequeno ser esbarrar em minha perna , olho para baixo e vejo Danilo me olhando com cara de quem aprontou alguma coisa .

Danilo têm sete anos e é meu primo. Minha mãe perdeu sua irmã Michele e seu cunhado a três anos atrás em um acidente de carro. Minha tia aguentou dois dias na UTI mas não resistiu devido seus graves ferimentos e Ricardo tinha falecido na hora. 

Eles eram um lindo casal, pareciam que viviam um para o outro. E talvez fosse verdade ...

Desde o acontecimento, meu primo está sob guarda de minha mãe . 

- Danilo, o que você aprontou e por que ainda não está vestido pra escola?  - Pergunto a ele  .

- Não aprontei nada, e eu já vou me vestir. - Fala devagar e eu rio com sua inocência . Queria ter essa idade de novo mas infelizmente não era assim que rolava . 

Já tinha dezessete anos e estava terminando o ensino médio, com aquela pressão para passar nas provas e fazer vestibular para a faculdade. Minha mãe vive me perguntando em que eu quero trabalhar e vive com as mesmas respostas . 

"Ainda não sei ." E eu realmente não fazia a menor ideia .

- Ok, mas você irá se vestir agora. Vamos para o quarto! - O empurro de volta para seu quarto vendo a roupa embolada em cima da cama. Suspiro e encosto a porta do quarto o deixando se vestir sozinho  .

Vou para o banheiro e coloco meu uniforme sobre a pia. Escovo os dentes e depois solto meus cachos da presilha. 

Tomo banho e lavo os cabelos, logo após me seco e coloco o uniforme escolar . Não vejo necessidade de passar maquiagem no rosto ,mas mesmo assim , volto ao meu quarto e passo um pouco de pó compacto e máscara de cílios, nunca me esquecendo de hidratar os lábios .

Pego minha mochila novamente e a penduro em um ombro só , vou em direção ao quarto de meu irmão (o considero assim) o encontrando vazio .Desço os poucos degraus da escadas e me dirijo a cozinha encontrando minha mãe sentada olhando algo em seu celular, que logo quando me vê, abre um sorriso.

- Bom dia mãe, cansada? - Pergunto, a vendo assentir. Minha mãe trabalha como faxineira de uma escola particular muito bem falada , mas seu salário não chega a um terço dos elogios que fazem a escola .

- Sim filha, um pouco . Hoje estarei de folga , vou fazer as compras do mês . Vai querer vir comigo? - ela pergunta e eu assinto sorrindo. Por mais incomum que pareça , eu adoro ir fazer compras com minha mãe .

Tomo meu café da manhã e ouço a buzina da condução que nos busca todos os dias, beijo minha mãe na bochecha enquanto Danilo é beijado por todo o rosto, fazendo uma careta engraçada .

Ouvimos a buzina da condução novamente e saímos de casa . Cumprimento todos da van assim como meu irmão , e vamos a caminho da escola .

Danilo é o primeiro a descer, e ele estuda em escola pública.                                                                    Está no final do 3 ano do fundamental e minha mãe pretende colocá-lo em uma escola particular quando ele entrar para o fundamental  2, assim como fez comigo. Minha "sorte" era ter conquistado uma bolsa de 60% , o que deixava mensalidade​ relativamente menor, considerando o processo de seleção que eu havia passado, a escola na qual eu estudava, era muito concorrida .

Me despeço de Vanda , a mulher que dirige a van e desço enfrente ao portão da escola .

Cumprimento o porteiro e entro na escola com as turmas já entrando na sala , me dirijo a minha e bato na porta que é quase que imediatamente aberta pelo Sr.Costa , nosso professor de história.

- Atrasada novamente Srt.Alves? - O professor pergunta sarcástico enquanto a turma o olha com cara de tédio .

- Mas só foram três minutos , pelo que eu saiba a tolerância de atraso é de quinze . - O olho divertida e peço-lhe licença entrando na sala e sendo cumprimentada por alguns colegas.

- Oi amiga, bom dia . Que cara é essa? - Pergunto a ela que suspira e me olha , vejo suas olheiras e espero minhas suposições serem confirmadas. 

- Oi amiga nem te conto... foi o Victor . - Ela fala e o professor nos repreende , fazendo nossa atenção voltar para a aula novamente .

Um tempo depois ...

O sinal para a segundo tempo toca e o Sr.Costa sai de sala .

A Srt.Smith entra, nossa professora de inglês .

A Srt.Smith é uma ótima professora ,  ensina o que realmente devemos aprender e não nos fica enrolando com verbo o famoso "verbo To Be". Ela é simpática e a vejo muita das vezes olhando para mim quando passa algum trabalho , parece que ela enxerga meu interesse na língua , apesar de nunca termos nos falados diretamente. Ela costuma nos chamar pelo primeiro nome e eu não entendo o porque, mas não me incomodo . 

Ouvimos uma batida na porta, a professora vai até lá e a abre . 

Era Mike .

O que dizer sobre o Mike? Eu realmente não sei . Não o conheço direito , e nem faço questão de conhecê-lo . Somos muito diferentes.

Ele é bem bonito , olhos verdes azulados , cabelos lisos castanho médio e pele branquinha feito neve . E eu sou quase que totalmente o oposto dele em questão de aparência , tenho olhos pretos , cabelos castanho escuros cacheado , e sou negra , mas alguns traços puxei de meu pai como os olhos e o nariz que é arrebitado .Sou quase a cópia da minha mãe na versão mais nova.

Ele costuma chamar um pouco de atenção por conta de sua beleza superestimada mas aparenta não ligar pra nenhuma das garotas e até alguns garotos.

Ele entra na sala após Srt.Smith falar algo para ele. O observo passar entre as carteiras e ser olhado por algumas meninas , ele se senta do outro lado da sala e pega seu material .

- Que foi? - Pergunto a Paola que me olha e ri .

- Nada amiga , lembra que eu disse que o encontrei esses dias olhando pra você? Fala com ele Poli, vai... - Ela diz com uma carinha de cachorro perdido .

- Não Paola, deixa disso. Você está vendo coisas... - Falo e suspiro, copiando a matéria .

- Não estou não! E se você não for falar com ele, eu mesma dou um jeito dele ir falar com você . - Ela fala me olhando séria . - Vai me agradecer depois .

Reviro os olhos, voltando a copiar a matéria .

                                                                             


                                                                                                       Xxxxxxxccc

O começo do fim .    *Em revisão (2022)*Onde histórias criam vida. Descubra agora