Capítulo 12

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Isso não pode estar acontecendo. Não pode. Não agora, quando eu aprendi a conviver com a ausência dele. Quando eu já tinha parado de passar incontáveis noites chorando, não agora que eu tinha esquecido de tudo. Eu aprendi a viver sem ele, e agora tudo volta. Depois de tanto tempo longe reapareceu. Ele foi embora, seguiu em frente, sem ao menos me dar uma explicação, sem nem tentar me dizer motivos que o fez ir.

Não houve um último abraço, nem sequer uma despedida. Se foi sem mais nem menos. Me deixou em pedaços. Eu lembro o quanto fiquei desesperada, não parava de chorar, não comia, não me dava o trabalho de sair do quarto. Eu realmente o amei, muito. Não era pra menos também, éramos inseparáveis.

Sabe o que é você estar completamente apaixonada por alguém, se entregar de corpo e alma, e depois esse alguém dar o fora, sem nem se importar? Foi complicado no começo, até hoje ainda sinto uma repulsa só de pensar. Demorou, mas voltei a sorrir, consegui parar de me importar. Até tentei me dar uma segunda chance depois. Eu tinha a vontade de me apaixonar por alguém, só assim eu o tiraria da cabeça, fui egoísta nesse ponto.

Queria me sentir amada novamente, mas não funcionou, era como se eu estivesse bloqueada, algo do tipo. Como uma criança que aprende a andar de bicicleta, ela cai e fica com medo de andar novamente, com medo de cair e com medo de se machucar, ela cria um trauma. Eu já tinha descartado o amor, por medo de se apaixonar e viver novamente o sentimento da perda.

Não tem coisa pior do que perder alguém que a gente ama, eu sempre me perguntei o motivo pelo qual eu não conseguia me apaixonar, como se eu não tivesse a capacidade de sentir, sempre com um pé atrás. A partir daí, eu passei a não me importar com as pessoas, ia pra festas e envolvia com todos que aparecessem na frente, muito imaturo da minha parte, mas eu me arrependo muito. Eu só queria parecer forte, mas eu era mais fraca do que imaginei, eu tentei suprir a minha necessidade com alguém quando deveria suprir comigo mesma. Hoje eu posso dizer que já ultrapassei a fase da imaturidade.

Ele estava saindo de uma sorveteria com um sorriso no rosto, aquele sorriso que eu sentia falta e não lembrava que era tão bonito, e estava falando no celular. Meus olhos se fixaram nele, nesse momento um filme passa pela minha cabeça, lembro de todas as vezes que saímos juntos, todos os beijos roubados, todos os sorrisos, cada momento nosso. Landon estava mais forte, sua pele pálida agora estava mais bronzeada, seu cabelo escuro continuava do mesmo jeito rebelde, parecia mais alto, esses anos fizeram bem pra ele, ficara mais bonito. Parou assim que me viu, falou alguma coisa no telefone e guardou o mesmo no bolso.

Estávamos cara a cara novamente, ficamos nessa situação por pouco tempo, nos encarando sem dizer nada. Até que ele sorriu e se aproximou.

— Emma. — Diz em um sussurro, como se não acreditasse que eu realmente estava em sua frente.

Por impulso me afasto, e sinto o aperto de Aaron ficar mais forte. Não consigo elaborar nenhuma frase, minha voz não sai. Fico apenas parada com a boca semiaberta.

— Landon. — Digo.

— Eu não acredito que é você mesmo, você está linda. E quanto tempo, você não sabe o quanto eu pensei em você esse tempo todo. Temos tanto que conversar, eu preciso te contar tanta coisa. — Diz eufórico.

— Muito tempo.

— Você não sabe o quanto eu estou feliz de te ver depois desse tempo todo. Continua linda, como sempre foi. — Confessa.

Não esboço nenhuma reação. Se ele tivesse dito isso pra Emma de antigamente, ela teria se derretido toda. Mas isso não vai acontecer com essa Emma, não sou idiota a esse ponto.

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