Capítulo 13

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[Aaron]


Eu nunca a vi assim, tão frágil, tão indefesa. Eu não imaginava que aquele cara tinha sido o mesmo que fez aquela merda com ela. No momento em que ele apareceu na nossa frente, eu já tive uma má impressão dele. A Emma parecia estar levando aquela situação numa boa, mas depois eu percebi pelo seu olhar que ela não estava bem e que não iria segurar todo o peso sozinha. Eu me pergunto o que esse cara tinha na cabeça pra fazer isso?

Eu vi o olhar dela tão diferente, eu nunca tinha visto ela desse jeito. Seus olhos estavam vidrados e pediam socorro. Ela precisava de mim, e não pensei nem duas vezes quando ela pediu pra voltar pra casa. Mal tranquei a porta e ela já tinha indo pro quarto. Ainda penso se devo chamá-la, mas opto por não chamar pois sei que precisa de um tempo sozinha. Jogo as chaves em qualquer canto e vou no quarto, sento na ponta da cama e olho para um canto qualquer.

Ouço o seu soluço intenso, eles estão cada vez mais altos e agudos. Aquele som que corta o coração de qualquer um, é doloroso até de ouvir. Levanto para ir até o quarto dela, mas desisto. Minha razão diz pra eu não ir. Mas que se foda a razão, eu não quero ficar aqui parado. Sigo em direção ao quarto dela, bato na porta, mas nem sinal dela. Bato pela segunda vez...

— Emma? Abre a porta por favor. — Sussurro.

Não ouço nada.

— Por favor Emma. Confia em mim. —Seus soluços aumentam. — Me deixa entrar vai, ou eu serei obrigado a arrombar a porta. Me deixa cuidar de você.

Desisto.

— Tudo bem. Eu não vou mais insistir. — Confesso.

Dito isso, ela abre a porta. Seu rosto está arrasado, lágrimas percorrem o rosto, seus olhos estão muito vermelhos e com umas manchas escuras embaixo do olho. Sou pego de surpreso quando ela me abraça. Retribuo o gesto.

— Não chora Ems, por favor. Eu não consigo ver você assim, é estranho pra mim te ver assim vulnerável. — Reforço o abraço. — Vai ficar tudo bem, eu estou aqui contigo.

Afasto seu corpo, de modo que eu possa enxugar suas lágrimas. Dou um sorriso. E percebo que ela vai se acalmando.

— Vem, deita um pouco e dorme — Levo a mesma para a cama, arrumo os lençóis. Se aconchega, apoiando a cabeça sobre o travesseiro e puxando outro para ficar abraçada, sorrio com o gesto. Depois puxo os cobertores e a cubro.

— Boa noite. Dorme bem, tá? Eu vou estar no meu quarto se precisar. — Deposito um beijo na testa dela.

Apago a única luz do quarto e vou em direção à porta para sair do quarto. Mas sou impedido...

— Fica aqui comigo Aaron. Não me deixa sozinha. — Faz menção de chorar novamente.

É evidente o desespero nela, apenas assinto.

— Agora dorme. Eu vou ficar aqui e não vou sair até você pedir. Bem do teu lado, não vou a lugar nenhum. — Digo e me aproximo. Fico brincando com os cabelos dela até ela dormi.

Dou um beijo de boa noite e a puxo pra perto de mim.

É bom saber que ela se sente segura quando eu estou com ela. Isso me deixa feliz, pena que eu esteja feliz quando ela está triste, isso me faz ser egoísta demais.

Passa-se algum tempo e eu já estou me entregando ao sono, certifico se ela está bem, vejo a mesma dormir tranquilamente ao meu lado. Ela está com uma perna jogada em cima de mim, e a cabeça encostada no vão do meu pescoço. E estar com ela assim tão próxima de mim é a melhor sensação, o que me faz sorri um pouco. Acabo pegando no sono.

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