42| Destiny.

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⠀⠀— Eu nunca beijei mais de três pessoas. — Nina diz e eu abaixo um beijo.

⠀⠀— Já beijei quatro. —  Dou os ombros.

⠀⠀— Quem são? — Ela franze o cenho.

⠀⠀— Natalie, obviamente; Clarice, que foi quando eu tinha doze anos, em um jogo de verdade ou desafio; Maia, que era uma garota que eu gostava. Foi numa festa; e Olivia, que também foi numa festa. — Suspiro, tentando contar. — E você?

⠀⠀— Você, obviamente. — Nina ri e eu beijo a sua bochecha. — Chris, que foi quando nós saímos naquele dia dos namorados. Ele é um babaca; E, bem, em um dos ensaios do ballet, a professora queria que ensaiássemos uma dança no estilo Romeu e Julieta, pra uma competição, e ela me colocou pra fazer a Julieta. Como eu fiquei com vergonha de dizer que eu não queria beijar ninguém, porque eu gostava de outra pessoa, no caso, você, eu beijei. Foram só selinhos e no final, eu fui substituída por outra garota, porque ela tinha medo de eu errar por medo. — Ela dá os ombros.

⠀⠀— Como assim você beijou quase a mesma quantidade de pessoas que eu? — Fico boquiaberto. — Não sei se sinto ciúmes ou orgulho.

⠀⠀— Ok, sua vez. — Nina diz.
 
 
Quando acordamos pela manhã, eu disse à Nina que fazer um piquenique seria ótimo. Nosso primeiro encontro foi assim e nós nos divertimos muito. Por isso, nós fomos ao mercado e à feira e compramos uma porção de coisas para passar a tarde aqui, nesse campo lindo, onde encontrei a cabana em que estamos de estadia.
Ela está deitada de bruços sobre a manta com os cotovelos apoiados na mesma e a cabeça sobre as mãos. Seus pés descalços estão se movendo no ar, em ponta. Eu estou sentado de frente pra ela, porque eu gosto de olhar para o rosto da coisa mais linda do universo.
 
 
⠀⠀— Bem... eu nunca li mais de 20 livros na minha vida. — Semicerro os olhos e ela bufa, abaixando um dedo.

⠀⠀— Jogo baixo. Eu devo ter lido mais de 100 livros. — Ela semcierra os olhos.

⠀⠀— Você lê demais. Lê, porque já que não consegue viver a vida real, vive através dos livros. É mais fácil. — Acaricio seu rosto. — Sabe que não vai funcionar mais assim, né?

⠀⠀— Vai ficar minha vida de ponta-cabeça, né? — Nina pergunta docemente.

⠀⠀— Da forma mais linda possível. — Me inclino pra frente para beijar sua testa.

⠀⠀— Eu nunca tive mais de dois amigos. — Ela abaixa o olhar. Não abaixo nenhum dedo. — Pode parar de roubar!

⠀⠀— Bem, eu nunca tive mais que quatro. Amigos de verdade, em toda a minha vida, além dos meus pais e da sua mãe, foram só o Chris, a Natalie, a Anna, eu acho, e você. — Suspiro.

⠀⠀— Adam, todo mundo da escola te ama. — Ela parece não entender.

⠀⠀— Sim. Nina, o significado de amizade é poder contar sempre com aquela pessoa. Só tenho vocês. Tinha. Hoje eu não tenho mais minha mãe, Chris e Natalie. — Dou os ombros.

⠀⠀— Tem a mim. Sempre. — Nina se senta bem à minha frente e sorri pra mim. Um sorriso que conforta minha alma. Ainda dói. — Amo você. — Ela beija meu nariz docemente.

⠀⠀— E eu amo você. — Contraio o meu nariz. — Obrigada por ser minha amiga. E minha namorada.

⠀⠀— É a sua vez. — Nina volta a se sentar.

⠀⠀— Eu nunca... odiei nada nem ninguém. — Digo, puxando Nina mais pra perto. Ela se senta entre as minhas pernas, de frente para mim.

⠀⠀— Merda, eu já. — Ela revira os olhos e abaixa mais um dedo.

O Silêncio Entre Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora