Prólogo

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"No sofá do consultório psiquiátrico, ele sentava na poltrona repousando seus pés com os sapatos sujo em seu assento, abraçando seus joelhos à fixar seu olhar ao da mulher à sua frente vestindo um terno branco anotando em sua prancheta as falas de sua consulta.

— Acha que é muito tarde? — Sussurrou ao balançar-se diversas vezes para frente e para trás. Parecia um pouco inquieto, no entanto, sempre analítico.

— Nunca é tarde para mudar, Suga... — Suspirou esboçando um sorriso ao canto de seus lábios enquanto suavemente curvava-se para frente. Estava prestes à tocar em sua mão, no entanto, ele reagiu friamente, o que a fez encará-lo. — Posso chamá-lo assim? — O garoto apenas assentiu pois entendeu o contesto do apelido.

— Mas o que eu quero dizer com essa pergunta, é se não é muito tarde para estudar medicina e ser como meu pai. — Pela primeira vez de todas as consultas ele sorriu o suficiente para que mostrasse seus brancos dentes bem alinhados. Em seguida, piscou para a doutora.

O ar de desdém acentuou-se em sua face ao levantar-se de sua cadeira. — Se sua intenção é amendrontar-me, Suga, não está conseguindo. — Não hesitou em se aproximar do jovem e acariciar sua face com ternura.

— Você é muito dramática, sabia? — Ele suspirou profundamente encarando a mulher nos olhos estático à suas carícias que por algum motivo o fazia suspirar.

— E você é muito frio, sabia? — Revirou os olhos entre risos leves deslizando sua mão aos cabelos coloridos em um tom azul-piscina de Suga.

Uma gargalhada forte se fez presente no ambiente, seguida de um movimento brusco para frente, deixando seus lábios rosados próximo aos da psiquiatra. — Eu sei. Me aqueço com o sangue de minhas vítimas... — Sussurrou permitindo que sua respiração aquecesse a face da morena à sua frente. — Cuidado para não ser uma delas... — Prosseguiu expondo seus desejos internos.

   Sua mão segurava fortemente o pulso da mesma, ocasionando vergões vermelho da silhueta de seus dedos, impedindo-a de continuar com as carícias. O medo tomou-lhe o corpo, acelerando seu coração onde mudara o ritmo de sua respiração. Engoliu à seco. Simples, entretanto, o suficiente para que o sujeito notasse seu medo, fitando cada parte de seu rosto. Seus glóbulos oculares moviam-se rapidamente.

— Se isso não for medo, é excitação... — Tornou a sussurrar mais uma vez. — Ou talvez um misto de ambos! — Soltou levemente o pulso da doutora segundos após suas falas ao não obter respostas da mesma. O despertador tocou e a hora da consulta havia chego ao seu fim. — Até a próxima sessão, doutora Soraya! — Levantou-se e rapidamente, em passos pesados caminhou até a porta qual abriu e se retirou do local."

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