Capítulo 145

137 11 2
                                    

Maite e eu estávamos muito nervosas devido a situação em que nos encontrávamos: Presas no trânsito com uma grávida desmaiada e sangrando. Eu estava com medo, com muito medo. Talvez com mais medo do que no dia em que vi Christopher pela primeira vez quando estava me fazendo de refém. Maldito dia que o conheci. Maldito dia do assalto. Por que não morri naquele dia? Tanto Christopher como eu teríamos evitado todo esse sofrimento pelo qual já passamos. Ele teria a vidazinha medíocre dele e eu estaria enterrada e em paz.

Eu estava com muito medo de que Annie perdesse o bebê e pior, eu estava com muito medo de perder Anahí. Ela teve muito estresse durante esses dias, fora a negação. Sei que Anahí está grávida e nada me tira essa certeza. Tremo enquanto passo a mão em sua testa suada e fria.

– MAITE PRECISAMOS FAZER ALGUMA COISA! – Eu berrava em meio o barulho das buzinas.

– Dulce! Não temos pra onde correr! – Pude ver nos olhos de Maite que ela estava desesperada e uma coisa que Maite odiava era perder o controle da situação.

– Espera! – Coloquei Anahí de lado, abri a porta do carro e sai. Fui até a traseira e subi em cima do carro – EI! GENTE!! ESTAMOS COM UMA GRÁVIDA DESMAIADA NO CARRO! ALGUÉM É MEDICO OU CONSEGUE UMA MOTO? – Berrei o mais alto que consegui e fiquei repetindo a mesma coisa berrando e pulando em cima do carro. Sei que Maite me mataria por estar amassando seu carro se a situação não fosse de vida ou morte.

As pessoas começaram a sair de seus carros e perguntar umas as outras o que estava acontecendo. Fiquei desesperada porque as pessoas em vez de ajudar, estavam apenas olhando e cochichando. Sentei-me em cima do carro e desabei a chorar. Como a minha vida tinha chegado aquele ponto? Anahí estava mal por minha culpa, minha vida amorosa estava arruinada e eu só passava por situações difíceis. Senti vontade de morrer naquele momento e gostaria muito que um raio caísse em cima do carro e acabasse com toda aquela situação desagradável. Seria mais fácil pra mim e talvez para todos. Sei que é bem egoísta da minha parte pensar assim. Se não quero mais viver a minha vida, não tem porque levar outros comigo. Então repensando a ideia do raio, que ele sobrenaturalmente acabasse só comigo.

Felizmente não foi um raio que caiu ali naquele momento, mas sim um anjo. Alfonso estava passando de skate e na hora me toquei no quão idiota fui todo esse tempo. Estávamos perto da praça principal, então estávamos perto da casa de Alfonso. Não sabia onde ele morava mas podia ter entrado em contato com ele e pedido socorro.
Alfonso parou em frente o carro de Mai e me perguntou...

– Dulce o que está havendo? – Ele estava assustado.

– Anahí!!! Está desmaiada!!! – Foram as únicas coisas que consegui dizer. Alfonso me ajudou a descer do carro.

– Vou leva-la para o pronto socorro mais próximo. Não estamos muito longe, mas de carro é impossível passar. Houve um acidente ali na frente. Não vão liberar o percurso agora.

– Sim leva! Mas como você vai fazer isso de skate? – Perguntei surpresa.

– Dulce, eu sou craque! – Ele disse colocando Anahí em suas costas. – Vocês tem alguma corda ou algo que possa amarrar o corpo dela no meu?

– Eu tenho!!  – Gritou Mai de dentro do carro, tirando um cinto preto de sua bolsa. Eu iria perguntar o porquê que ela andava com um cinto na bolsa, mas mulher é mulher não é mesmo? Sempre preparada.
Ajustamos Anahí em Alfonso e antes de sair Alfonso me deu o seu celular para ligar para Rodrigo, um moto táxi que me atenderia sem pestanejar. Assim que Alfonso saiu com Anahí meio cambaleando, liguei para Rodrigo e o mesmo me atendeu rapidamente. Contei sem detalhes a minha situação e ele veio ao meu encontro em menos de 3 minutos.

– Dulce? – Disse Rodrigo, um moreno alto, e confesso, lindo.

– Sim!

– Sobe aí! – Ele disse sem ao menos perguntar nada. Subi na garupa dele e partimos. Nos 3 minutos Mai e eu combinamos de nos encontrar no pronto socorro, pois ela não podia deixar o carro no meio da rua. Fiquei de mandar notícias assim que chegássemos.

(...)

Assim que chegamos no pronto socorro encontramos com Alfonso que logo veio ao meu encontro.

– E aí como ela está? – Perguntei nervosa e ansiosa.

– Não sei Dulce. Ela estava muito mal quando chegou aqui. Perdeu muito sangue. – Seu olhar era de muita preocupação e isso deixou meu coração mais apreensivo ainda – O doutor me fez algumas perguntas como "Se ela havia caído" "Se estressado" "Brigado com o parceiro", mas eu não sabia nada. Contei somente a situação que encontrei vocês no trânsito.

– Tudo bem Alfonso. Você não sabia. Preciso ver o médico e conversar com ele.

– Eles estão com ela lá dentro agora. Daqui a pouco devem dar notícias.

– Gente... Eu... Tenho que ir... – Disse Rodrigo meio sem jeito.

– Ah valeu irmão! Te devo essa!

– Que isso? Claro que não!

– Muito obrigada! – Espontaneamente abracei Rodrigo e o mesmo retribuiu na hora.

– Melhoras pra... Seja quem for. – Ele engoliu a seco – Se precisar... Estou à disposição. – Sorri para ele e ele novamente retribuiu, virou-se e saiu.

– Rolou um clima? – Alfonso perguntou.

– Claro que não. Alfonso, olha a situação. Não tenho tempo pra isso.

– Tudo bem. É verdade.

Passaram-se 30 minutos e nada do doutor chegar com notícias. Maite chegou, estressada, nervosa, apreensiva. Nada diferente do que eu estava e do que Alfonso estava começando a ficar. Pobrezinho. Devia estar curtindo a tarde e agora ele estava ali, sofrendo comigo e Maite.
Nessas horas que descobrimos que amigos não quem dizer tempo de amizade, e sim a responsabilidade com a amizade. De que adianta amigos de 20 anos que vocês não podem contar em qualquer momento? Amizade não tem regra. Não tem idade ou distância. Amizade você reconhece nos piores momentos. Eu havia ganhado um novo amigo. Um novo irmão.

Abraçada com Alfonso e Maite na sala de espera, aguardamos por mais 20 minutos até que o doutor chegou. Seu rosto era sereno, porém tenso. Fiquei apreensiva na hora em que meus olhos encontraram os dele.

– Alfonso Martinez? – O Doutor chamou.

– Aqui! – Alfonso se levantou seguido de mim e Maite.

– Trago notícias. – Ele disse – Tenho uma boa, e uma nem tanto.

Nós três nos entreolhamos e engolimos a seco juntos. Alfonso segurou em minha mão e apertou forte em sinal de conforto.

___________________________

Oi galera!
Sei que dei uma sumida sem avisar, e de coração, peço desculpas por isso. O motivo é a vida corrida. Depois que entramos na universidade a nossa vida não é mais a mesma. Quem está estudando sabe a correria que é, mas aqui estamos novamente.

Espero que curtam esse capítulo, e espero voltar a postar com frequência até finaliza-la. (Não estou prometendo, mas é o que desejo, até porque já estamos nos últimos capítulos).

Enfim, quem estiver acompanhando, comenta e deixa seu alô, mas caso não goste de escrever, dá aquela 🌟 pra que eu saiba que você está aqui juntinho comigo e que está curtindo a fanfic.

Até o próximo capítulo amores, aguardo vocês.  😘

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora