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{ eunha }

31, outubro de 2017

- Aish...
Resmungava enquanto andava pelas ruas escuras de Seul. Sim, sozinha.
Estava em uma festa de halloween e não consegui encontrar alguém que me desse uma carona a tempo. Então agora eu estava procurando algum ponto de ônibus para poder ir para a casa, mas parece que nesse bairro não tem nenhum.

Chutava algumas pedrinhas em meu caminho então avistei um ônibus azul andando na outra rua. Meu deus eu virei o flash. Felizmente a sorte estava muito dócil e fez eu conseguir entrar no mesmo.

Ele estava meio vazio, tinha algumas mulheres e uns dois homens, me sentei então em uma cadeira livre e relaxei olhando para a janela.
Em um momento senti alguém do meu lado, virei um pouco minha cabeça e vi um homem que parecia ter por volta dos trinta. Ignorei totalmente e voltei meu olhar para a janela.

Senti sua mão passar pela minha coxa que estava nua por conta da saia que fazia parte da minha fantasia de gatinha.
Estremeci por inteiro. Era proposital?
De repente o ônibus parou deixando umas pessoas entrarem e outras saírem, logo seguindo seu caminho.
O moço que alisava minha perna, havia deixado sua mão parada ali. Eu estava muito perplexa para fazer alguma coisa.
Consegui criar um pouco de coragem e falei.
-O-o que você está fazendo?
O moço me olhou nos olhos e tirou de seu bolso um estilete apontando para a minha barriga. Meu cérebro parou. Sua mão apertava minha coxa e a mesma estava entrando pela minha saia.
- Você vai sair comigo e eu te levarei para minha casa, se você se comportar te deixarei sair viva. Espero que não seja virgem.
Ele falou próximo ao meu ouvido. Entrei em pânico. Queria muito chorar, mas o medo me impedia, precisava sair dali, mas se gritasse ele iria cortar minha barriga ou me matar, não sei do que ele é capaz, esse moço parece ser muito doido.

O ônibus parou de novo deixando pessoas entrarem. Um menino de cabelos marrons, com uma fantasia de halloween de zumbi apareceu pelas portas do ônibus e ficou em pé um pouco a minha frente. Seus dedos mexiam em seu celular enquanto o mesmo parecia concentrado no mesmo. Ele era minha única salvação, precisava chamar a atenção daquele menino de qualquer jeito.

Estava prestes a forçar um espirro quando o ônibus parou ferozmente fazendo o menino cambalear para trás e cair. Segurei o riso. Eunha, não. Você não pode rir nessa situação, você está quase sendo estuprada e levada em cárcere privado. Me recompus e esperei o menino se levantar para que eu conseguisse chamar sua atenção. Algumas pessoas dizem que quando olhamos muito uma pessoa, seus olhos são atraídos para os nossos. Tentei utilizar essa tática. Encarei o menino com todas as minhas forças e por incrível que pareça ele olhou de volta. Eu estava tentando parecer sútil para que o estuprador/matador de criancinhas vulgo o moço que iria me manter em cárcere privado não percebesse que eu estava tentando chamar o menino fazendo com que eu fosse morta por um estilete babaca.
Agora que o menino estava me olhando eu precisava falar alguma coisa. Pelo contato visual aprofundado vi as bochechas do maior ficarem um pouco avermelhadas, o que estranhamente deixou meu coração um pouquinho aquecido.

Pensei em qualquer palavra para falar que fizesse com que ele entendesse que em pouco tempo provavelmente não existisse mais Eunha.
"Me salva". Meus lábios se moveram lentamente para que o menino entendesse.

Ele me olhou confuso e então eu virei meus olhos para o cara ao meu lado e para baixo onde havia a pontinha do estilete para fora do casaco que estava direcionado na minha barriga.
O maior olhou surpreso para mim, fazendo com que seus olhos ficassem grandes e abertos.

Rapidamente o menino se aproximou se nós ficando na frente do estuprador.
-Yah, amor! Vem sentar comigo.
O menino segurou meu pulso fazendo um biquinho.
-Desculpa, eu sentei aqui e então estava guardando lugar para você, mas esse moço sentou aqui.
Falei enquanto segurava sua mão e saia do banco de onde estava. Todos os meus ossos relaxaram.

Na parada seguinte o estuprador saiu do ônibus, provavelmente iria matar algumas criancinhas.

Foi só então que consegui falar alguma coisa.
-Muito obrigada mesmo.
Disse com toda a minha sinceridade com os olhos meio marejados por conta das lágrimas que estava segurando por um longo tempo.

O maior permaneceu calado, o que me deixou espaço para outra pergunta.
-Mas, porque me ajudou? Porque apenas não ignorou e continuou seu caminho?
Falei encarando seu rosto, o menino pareceu pensativo.
-Porque quando era mais novo estupraram minha irmã, ela disse que pediu ajuda para algumas mulheres e homens, mas eles apenas ignoraram... Então eu tenho um ódio mortal por essas pessoas, não quero me tornar o que eu mais odeio.
Me surpreendi com a resposta. Fiquei calada por um tempo.
-Jung Eunbi.
Disse um pouco baixo.
- O quê?
O maior pareceu confuso.
-Meu nome. Jung Eunbi, mas todos me chamam de Eunha.
-Jeon Jungkook, mas pode me chamar de Jungkook.

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voltei depois de um dia. Eu tive a ideia dessa fic hoje no almoço e eu fiquei com muita vontade de escrever...
espero que gostem..
BEIJOS

Rainbow → Eunha & JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora