Capítulo Único - Sangue Negro, Garras de Prata

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Fanfiction de Sobrenatural em homenagem ao Halloween

Naruto e Sasuke eram o que se conhecia no mundo como "homens ousados". Ou, como o próprio Naruto costumava dizer, "vida-lokas". Ou, mais ainda, como Sasuke murmurava, "band of bands".

Era a semana do Halloween e Naruto estava tão animado que mal conseguia se conter.

Recebera um convite de sua mãe para participar da confraternização anual de Halloween. Fazia quase dez anos que fora expulso da vila por seu avô e só mantinha contato secreto com sua amada mãe, sabendo dos acontecidos por ali. Quando viu o envelope branco com desenhos de uma abóboras, deu um brado alto, acordando toda a casa, e comemorou antes mesmo de ler o que a carta dizia.

Sua mãe, como sempre, reclamava da loucura que cometera, mas queria notícias atualizadas de Sasuke, principalmente aquelas que relatavam momentos negativos.

Tentou esperar por Sasuke para lhe dizer a novidade, pois o outro gosta muito de sua mãe, mas o sono e o cansaço venceram-no. Adormeceu. Aquele somente chegou quando o relógio marcou três horas da manhã, mas somente meia hora depois, de súbito, Naruto despertou quase como se tivesse tomado um susto.

Moveu os olhos para o lado, percebendo os sons do chuveiro e suspirou meio aliviado por saber que era apenas Sasuke. Aninhou-se entre os lençóis quase de forma manhosa e, como o bom cachorrinho que era, esperou ansiosamente seu companheiro terminar seu banho para poder lhe contar as novidades do seu dia e da carta que recebera. Era bom saber que teria alguns minutos com ele antes do sono matutino.

Quinze anos... Nem parecia que aqueles tempos de caça e loucura estavam no passado, pelo menos para aqueles dois. Naruto não se lembrava de muita coisa dos primeiros anos de sua vida, mas lembrava bem de cada batalha que travou contra Sasuke, dos dias, dos anos, das décadas, dos séculos... Muito tempo se arrastara antes que a mudança chegasse.

Eles eram, como sua mãe comentava nas cartas, dois seres psicologicamente evoluídos, mas etariamente retrógrados. Comportavam-se como dois moleques em parte do dia, brigando por idiotices e miudezas como: a posição dos móveis, a cor do carro, quem lavaria a louça, o excesso de pelos no ralo do banheiro ou o jornal esquecido no jardim. Na outra parte, os dois eram o que nasceram para ser e não se incomodavam com as diferenças estratosfericamente grotescas; na verdade, sabiam conviver.

Sasuke saiu do banho enxugando os cabelos negros, levemente compridos - e estavam naquele tamanho pelas simples razão de que Naruto gostava deles assim -, com uma toalha branca, vestia uma calça negra moletom justa nas pernas e uma camisa de mangas longas de tricô; em seu pescoço, balançava o colar feito de fios de barbante trançados com o pingente que significava sua união com o homem que lhe encarava.

Uma aliança de prata que não podia usar porque queimava a sua pele. Fitou o homem deitado e deixou seu semblante de tranquilidade morrer ao perceber que, mais uma vez, Naruto estava sem camisa, ou seja, sem a aliança. Revirou os olhos, deixou a toalha perto da janela para secar e foi para a sala. Naruto arregalou os olhos ao ver o companheiro sair.

-Sasuke! - falou um pouco alto, um pouco ríspido, saindo às pressas da cama ao empurrar os lençóis com os pés e, antes de correr desesperadamente atrás do outro, percebeu seu erro. O colar com a sua aliança estava sobre o criado-mudo.

Arfou, pegou-o e o colocou tão rapidamente que nem mesmo se tocou que deveria ter posto uma camisa antes. Teve que morder a mão para não gritar de dor, e acordar seu filho, quando o metal puro tocou a sua pele do peito, e encarou a porta: Sasuke estava lá com um lenço branco de algodão puro em mãos. Revirou sutilmente os olhos e cuidadosamente tirou o colar de Naruto, usando o lenço para não tocar a prata.

Noite das BruxasOnde histórias criam vida. Descubra agora