Ela deveria ter notado

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Ela deveria ter notado.

Deveria ter sido mais esperta

Mas ela não tivera culpa, não tivera culpa de não notar que havia algo de errado com sua namorada, não notar que todas as vezes que se amavam era cada vez mais intenso. Suas amigas lhe disseram que tudo ia correr bem,que Jeongyeon ia sobreviver. Mas agora, já haviam passado cinco meses. Cinco meses que Naeyeon não dormia, cinco meses que ela olhava pra porta desejando, desesperadamente, que sua tomboy entrasse pela mesma com seu sorriso alegre... já haviam passado cinco meses desde que Chaeyoung tinha voltado e nem olhava mais em sua cara.

Naeyeon estranhava, a pequena Son sempre a tratou bem, sempre gostou dela. Mas agora... ela parecia triste, parecia esconder algo de Naeyeon.

E naquela manhã Naeyeon descobriu tudo.

Ela havia acordado com os raios de sol em seu rosto. Seu coração estava apertado, da mesma forma que esteve quando Jeongyeon fora pra guerra.

Nem tomara seu café, apenas se sentara no sofá e começara a encarrar sua televisão desligada, se perdendo em pensamentos. Pensava na guerra, na amada, pensava na possibilidade de estar tudo bem.

Batidas na porta foram ouvidas e seu corpo gelou. Fora preciso que as batidas se tornassem mais fortes para que Naeyeon saisse de seu estado de alerta. Ela caminhou até a porta e a abriu, suas mãos tremiam e ela se controlava para não desabar em lagrimas. Seu coração doía.

Ao lado de fora, um oficial do exercito estava esperando para ser atendido pela moradora.

A porta foi aberta e Naeyeon teve certeza de que poderia desfalecer naquele instante, mas foi forte, sabia que havia algo de errado com sua amada.

O homem deu um pigarro e abaixou a cabeça, em suas mão tinha um papel pardo e velho.

- Senhorita Yoo-Im, é com o pesar que eu lhe dou minhas condolências , sua esposa foi uma tenente muito honrada nessa guerra e lutou até seu ultimo suspiro. – o homem disse, sua voz carregava uma tristeza imensa. Ele lhe estendeu o papel. – o corpo dela será trazido daqui a dois dias, para um enterro digno.

O Homem virou as costas e Naeyeon se deixou cair de joelhos, as lagrimas rolavam pelo seu rosto e seus soluços eram audíveis por todo o quarteirão. O oficial se surpreendeu com a cena, eram poucas mulheres que choravam com uma noticia dessas, na maioria elas comemoravam.

" ela deve mesmo amar a tenente" – pensou ao dar as costas e sair.

DOIS DIAS DEPOIS

O enterro fora digno de uma tenente. Todos os amigos, soldados que serviram com a Yoo e a família estavam lá. Até mesmo os que não conheciam muito a jovem tenente estavam presentes. Seul estava de luto. Os jornais não falavam de outra coisa alem da morte da Tenente e da vitoria na guerra contra a Coreia do Norte .

Neyeon estava inconsolável, ela segurava as mãos frias da amada e suas lagrimas caiam em uma enxurrada.

- meu amor... eu... m-me desculpe, Jeong me desculpe. E –eu deveria.... – ela disse entre soluços e lagrimas.

- você não poderia ter feito nada Nae – a voz de Chaeyeong foi ouvida atrás dela. Naeyeon não se deu ao trabalho de se virar.

- você sabia, não sabia ?

- sim – a Son afirmou – eu sabia. Ela morreu nos meus braços Nae, eu não fui rápida o suficiente, foi muito rápido. Em um momento ela estava lá, derrubando todos e no outro... no outro ela estava no meu colo com o uniforme machado.

No Amor e na Guerra.Where stories live. Discover now