O Pai Do Meu Namorado ||Z.M||

12

A única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Eu não sei o porquê estou chorando tanto, eu sempre fui uma garota forte que mantinha a pose de durona e enfrentava tudo e todos. Eu não sabia o que fazer nesse momento, eu estava encolhida na cama e Zayn estava sentado na minha frente encarando meu rosto, os seus olhos estavam mais claros que o normal e de alguma forma isso me transmitia um tipo de paz. Ele me tirou da sacada e então me abraçou com força, ficamos abraçados por longos minutos e agora estávamos nos encarando enquanto eu chorava em silêncio até que Zayn decidiu se pronunciar de uma forma gentil.

— Por que ia fazer isso? Você sabe que eu gosto muito de você, Lo. – ele disse num tom baixo e a sua voz saiu bem mais rouca que o normal. Abanei a cabeça e fechei os olhos com força logo os abrindo. Eu não o respondi, apenas levei as mãos para o rosto.

— Lo? Você quer que eu te ajude? Eu posso te levar à um psicólogo e... – eu o interrompi praticamente implorando para não ir ao psicólogo, iriam me chamar de louca e eu não quero isso agora.

— Por favor, Zayn... Não me leva pra uma clínica, eu não quero. – pedi tirando as mãos do rosto e encarei seus olhos que fitavam os meus com intensidade.

— Okay, eu vou ser seu psicólogo então mas você vai precisar confiar em mim. Caralho, Lauren... Eu amo você, não imagina como eu fiquei nervoso ao ver você fazer aquilo. – solto um longo suspiro ao ouvir o que ele diz e tento ficar um bocado feliz, já que ele admitiu me amar. Umedeço os meus lábios automaticamente e decido desabar, decidi lhe contar tudo o que eu estava sentindo e ao contrário do que pensei, Zayn foi atencioso e secou as minhas lágrimas pedindo para mim não chorar.

Cá estamos, na varanda da minha casa enquanto conversamos. Zayn insistia para mim esquecer o seu filho, dizia que não valia à pena e que eu deveria me amar acima de tudo. Eu tinha certo amor por mim mesma, mas ele sumiu quando fui abusada pelo garoto que eu pensei me amar. Eu queria ir embora, não é pedir tanto. Ou é? Amar é uma droga e eu não quero mais namorar ninguém, eu não pretendo ter mais nenhum relacionamento, estou disposta à ficar em casa me poupando de outro acontecimento como este que ocorreu. Zayn fazia algumas piadas para me fazer sorrir mas não adiantava nada. Eu não estava conseguindo, estava com vontade de chorar e eu não sei o que fazer, não sei como vou conseguir voltar à ser feliz. O moreno ao meu lado me perguntou se eu queria dar uma volta, apenas assenti me levantando e ajeitando a jaqueta de Zayn sobre o meu corpo, ele havia me emprestado. Comecei a andar baixando a minha cabeça, observei os meus pés e então dei de ombros ao sentir a mão de Zayn passar por minha cintura em um abraço de lado confortante, isso me deixava bem. Ele falava algo sobre ter medo de água, eu não estava prestando atenção. Balanço a cabeça negativamente e me solto do Zayn, caminhando em passos rápidos até uma mulher que tratava mal um garoto de 3 ou quatro anos, me posiciono na frente dele a olhando e suspiro pesado.

— Não fala assim com ele, é só uma criança. – falo num tom baixo e mais rouco que o normal, odeio quando minha voz sai assim. Ela me encara e solta uma risada irritante.

— Essa criança estava roubando aqui na minha loja, por que eu deveria ficar quieta? – pergunta e eu enfio a mão no bolso da minha calça de moletom pegando alguns dólares, eu não tinha muitos aqui comigo. Estiquei o dinheiro na sua direção e esta mesma pegou, ia me devolver o troco mas eu a a impedi.

— Não. Você pode ficar com o troco, no momento eu não preciso e decidi fazer uma caridade por uma pessoa tão ruim como você. Espero que você possa pagar o que falou pra essa criança e será muito mais do que vinte dólares. – falei e dei as costas me abaixando para olhar o garoto que tinha lágrimas nos olhos. Seu rosto estava um pouco sujo e ele tinha leves machucados na testa. Eu tentei dar um sorriso reconfortante, mas saiu como uma careta. Estiquei os braços e o peguei no colo, seus braços pequenos abraçaram o meu pescoço e ele escondeu o rosto na curva do mesmo. Balancei a cabeça negativamente fazendo um carinho nas suas costas.

— Lauren? Ugh, vamos levar ele até um orfanato. – Zayn disse, balancei a cabeça negativamente e suspirei. Eu não pretendia, eu não quero.

— Eu... Vou levar ele para casa. – falo um pouco decidida e olho envolta, já estava tarde e muito frio, eu sentia o garoto no meu colo tremer e o coloquei no chão, tirei a jaqueta que pertencia à Malik do meu corpo e me abaixei colocando-a agora no pequeno, sorri amarelo e fiz um leve carinho no seu cabelo que estava embaraçado e grande. Ele era lindo, seus olhos eram esverdeados e seu cabelo incrivelmente preto. Ele estava bem magro e pálido mas se tiver um pouco de amor logo estará bem melhor. Ele me observava e eu senti sua mão pequena acariciar o meu rosto de uma forma que me deixou completamente calma, por um instante eu esqueci a tristeza.

— Vamos conversar. Eu preciso saber o seu nome, sua idade e onde está a sua mamãe. – digo baixo encarando a menino à minha frente e ele suspirou, aparentando estar triste.

— Eu sou o Theo, tenho isso de idade olha – ele mostrou três dedos – e a mamãe foi embora. – ele dizia tendo alguns erros na pronúncia das palavras e isso o fazia ser mais fofo. Assenti levemente e o observei.

— Eu posso cuidar de você? – perguntei, eu não podia forçar ele. Ele deu um sorriso amarelo e balançou a cabeça em concordância.

— Eu vou te ajudar, Lo. Você pode contar comigo para o que precisar, ok? – Zayn se pronunciou e eu assenti um pouco feliz. Eu espero que os dias daqui para frente sejam melhores.

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