Marina POV
-Boa tarde, vinha fazer o check-in de dois quartos, com o nome André Horta, seria possível?
-Boa tarde, desculpe, mas com o nome André Horta, só tem reservado um quarto com uma cama de casal e duas camas para bebé.
-Como assim!?- perguntei indignanda -Não tem mais quartos para reservar?
- Neste momento, não.
- Deixe estar, faça o check-in para as crianças irem dormir, por favor.
-Claro que sim.- disse e passado alguns minutos já tínhamos os cartões que seriam as nossas "chaves".- Boa estadia!- disse toda sorridente.
-Obrigada- disse com um humor ótimo e entramos no elevador que nos levaria até ao nosso piso, que era o terceiro.
-Ora bem, a nossa porta é o número 325 e está aqui!
-Ai! Finalmente, gosto muito da Kika, mas ela já pesa.- refilo, visto que ela havia adormecido nos meus braços e o João fizera o mesmo nos braços do pai, por isso, quando chegamos ao quarto deitamo-los e o André foi buscar as nossas malas ao carro.
-Tinhas mesmo de trazer tanta coisa?- refila o rapaz ao entrar no quarto com as últimas duas malas.
-Não reclames, porque também tem coisas dos teus filhos aí no meio.- disse e fui arrumar as roupas no roupeiro que tinha no quarto e os produtos de higiene na casa de banho.
-Não sei quanto a ti, mas acho que vou tirar uma soneca.- disse e quando acabou bocejou.
-Tudo bem, não tenho sono, por isso vou ficar a ver televisão.- não demorou muito tempo a adormecer também.
E como estava "sozinha" fiquei a pensar na vida e nos últimos meses. O André, não deve sonhar que eu penso isto, mas eu acho que ele anda a sair com outra rapariga, anda sempre colado ao telemóvel e aos sorrisinhos e não vou mentir, fico sempre com uma pontinha de ciúmes, mas tento não mostrar. Eu tenho imensas saudades nossas, de nós como um casal, não nós como duas pessoas que se juntam quando os filhos pedem ou quando há jantares de família, sim porque o André e o meu irmão são melhores amigos.
Levantei-me da cama sem fazer muito barulho e fui até à varanda espreitar a paisagem e como calculei, era virada para a piscina e para o mar. Sentei-me numa cadeira que lá tinha e lá estive durante, mais ou menos, duas horas, pois ouvi barulho dentro do quarto, o que me assustou.
Entrei, fui ver os gémeos e vi que o João já tinha acordado.
-Olá meu amor, dormiste bem?- perguntei e ele assentiu com a mãozinha a esfregar o olhinho.
-Tenho fome!- disse com uma vozinha de mimo.
-Queres ir ao café da frente buscar alguma coisa com a mamã?- perguntei por perguntar, visto que não o ia deixar aqui sozinho com o André a dormir, e ele assentiu- então, vamos vestir-te e calçar-nos.
Fiz isso tudo, peguei na minha carteira e ainda deixei um papelzinho ao André, a dizer que tínhamos ido ao café na frente do hotel. Peguei na mãozinha do meu filho e dirigimo-nos ao elevador, que não tardou a chegar e a levar-nos para o piso 0. Quando chegamos ao café, o João aproximou-se logo dos bolos que estavam em exposição.
-Joãozinho, o que queres amor?
-Posso levar este?- perguntou e apontou para um croissant de chocolate, com uma carinha de esperança.
-Podes- disse e ele ficou logo feliz.- Dê-me quatro croissants e duas B!monadas, por favor.- o rapaz assentiu e colocou tudo dentro de um saco.- Quanto custa?
-São 4,82€, por favor.
-Aqui está-disse e entreguei uma nota de cinco euros- pode ficar com o troco.- Disse e peguei na mãozinha do João e dirigimo-nos ao hotel. Subimos para o nosso andar e entramos no quarto.- Já acordas-te?- perguntei vendo o André sentado na cama, a ver televisão.
-Sim, mas a Kika, ainda não.- disse e mudou de canal- O que trouxeste?
-Croissant de chocolate e limonada, mas só para eles.- disse picando-o e ele olhou para mim com uma cara triste fingida.
-Eu e a Kika, vamos comer dois croissants? - o miúdo perguntou confuso e eu olhei para ele a suplicar para que se cala-se- É que a mamã comprou quatro croissants.
-Não era para dizer, filho!-digo derrotada, pois o André já havia espreitado a saca que eu trouxe do café.
-Que bom aspeto.- disse o André ao tirar os croissants para fora e começando a comer um e a beber a limonada.
-Não bebas a limonada toda que ela é para dividir.- aviso-o e pego num croissant, partindo-o dando metade ao João e abrindo a outra garrafa de limonada, colocando-a num copo.
Levantei-me e fui espreitar a Kika e reparei que já estava a começar a abrir os olhinhos.
-Olá, meu amor! Dormiu bem, a senhora?- perguntei e ela fez, justamente a mesma coisa que o João, assentiu e esfregou os olhinhos.- Tens fominha?
-Xim.- respondeu e fez força para eu a pousar no chão e correu para o colo do André.- Olá papá! Também quero!
-Tens aqui.- disse e repartiu o croissant ao meio para a menina e encheu o outro copinho, acabando com o sumo deles.- Tu também tens aqui o teu croissant e a tua metade do sumo. Vamos dar um passeio por aí, depois?
Sim- disse quase com a boca cheia.
E passamos um bom bocado ali os quatro juntos, já há algum tempo que isso não acontecia.
.......
Vesti-me e fui despachar os gémeos, visto que o André teimou que tinha de tomar banho-Vamos?- perguntou o André ao sair da casa de banho e meu deus, como ele cheirava bem! Ok, Marina, concentra-te, sorri acenando com a cabeça.
Saímos do hotel e fomos até um centro comercial ver um filme como tínhamos os gémeos, fomos ver um filme de animação.
-Gostaram?- perguntou o André.
-Xim papá!- responderam os dois ao mesmo tempo.
Estávamos a percorrer os corredores do shopping, quando os gémeos começaram uma corrida.
-Meninos, estejam quietos! Essa brincadeira vai correr mal.- digo avisando-os. Estava tudo bem até que ouço um baque e um choro, olho para os meus bebés e vejo a Kika, a chorar desesperada, aos berros e com a mão esquerda no braça direito.
-KIKA!- gritamos os dois ao mesmo tempo e fomos a correr ter com eles.
-Oh meu amor! Diz à mamã onde dói?- eu perguntei, mas ela só sabia chorar. Até que o André pegou nela e eu peguei na mão do João e saímos daquela confusão que se gerara.
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DONE!
Voltei!