Soneto do Não

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Exigirei o direito de dizer o não,

Recusarei pedidos e convites amiúde,

Sem a isso dar qualquer explicação.

Cansei, suportei tanto quanto pude.

Não serei servo do sim, e irei tratar

De colher, tal aquele que semeia,

A liberdade de não ter de me sujeitar

Aos patrulheiros da escolha alheia.

E direi sem sossego tais ânsias inauditas,

Mesmo que colha olhar hostil, e retiro

Da presença destes pérfidos parasitas.

Se solidão é meu destino, assim prefiro,

Longe deles poderei viver, tranqüilo,

Vida só minha, repleta de coisas bonitas.

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