⌜⌞ Capítulo Vinte e Um ⌟⌝

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No intervalo, Mark não ficou com os amigos. Seguiu diretamente para a enfermaria da escola, pois achou que encontraria as respostas que precisava. Já conhecia a enfermeira, então era fácil conversar com ela sobre qualquer coisa estranha que lhe viesse à telha e mudava as reações do seu corpo.

Assim que chegou, um garoto saiu com o rosto vermelho e um curativo no cotovelo. Mark deu espaço para ele passar, depois entrou no lugar.

— Mark Lee! Há tempos não vejo você por aqui, como tem passado? — ela sorriu para ele, indo cumprimentá-lo.

— Vou bem e a senhora? — ele sentou na maca.

— Estou ótima! Aconteceu alguma coisa para a sua vinda repentina? — ela quis saber.

Mark estava nervoso, ficou balançando as pernas e tentando achar palavras para contar o que estava sentindo.

— Eu preciso da sua ajuda — ele contou, e a mulher arqueou o cenho.

Não que Mark fizesse perguntas em relação ao seu pessoal para os outros, mas a Enfermeira Lee poderia te ajudar.

— É que... Ultimamente, eu estou me sentindo um pouco diferente — ele contou — Tipo, coisas estranhas estão acontecendo dentro de mim.

— O que quer dizer com isso?

— Minha mão fica suada, meu coração acelerado e eu fico tentando chamar a atenção dele para mim, como se só pelo fato de ele olhar e sorrir para mim, fosse o suficiente para alegrar o meu dia. Eu sei que é estranho, mas eu me sinto que nem uma barra de manteiga de manteiga dentro do microondas por quarenta segundos: eu me derreto todo perto dele. Estou contando para você, porque é a única a qual confio para dizer algo do tipo.

— Vamos ver se eu entendi... — ela se sentou na sua cadeira — Você é gay?

Por que raios todo mundo pensa que sou gay?, Mark pensou, Baby, eu não sou GAY!

— Não, eu não sou. Eu definitivamente gosto de garotas! — Mark falou, mas ele mesmo parou para pensar em quando foi a última vez que se sentiu atraído ou dera uma atenção especial às garotas.

— Você repetiu tanto o pronome "ele", que eu acabei por entrar em dúvida — a Enfermeira Lee falou, deixando Mark mais nervoso.

— É que... Eu sinto tudo isso por um garoto. Sei que é loucura, eu também não compreendo muito disso. Mas eu decidi vir aqui assim que percebi o que eu estava fazendo.

— E o que é? — ela inclinou o corpo para frente, como se Mark fosse contar um segredo que ninguém mais poderia ouvir.

— Eu coloco sempre a felicidade dele na frente da minha. Isso é... Estranho.

A Enfermeira Lee se levantou para pegar um café, sabendo que aquela conversa não iria acabar ali.

— Quer café? — ela perguntou, Mark assentiu — Bem, Mark, isso é um problema.

— Sim, eu sei. Me sinto perdido agora. — contou. — Eu poderia atravessar o mundo por ele, mas é provável que ele não atravesse nem uma rua por mim.

— Desse jeito você vai me jogar para o buraco da bad, Mark Lee — falou ela, brincando um pouco. — Aqui, seu café.

Ele pegou o copo na mão dela, tentou sorrir e agradeceu. Enquanto bebia, Mark foi tirando as suas próprias conclusões sobre aquilo.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora