Peguei no celular e atendi, não disse nada, apenas coloquei o celular na orelha.
Do outro lado da linha eu conseguia escutar a respiração da pessoa, mas esta não dizia nada, provavelmente esperando uma reacção minha.Sempre que alguém me ligava de número desconhecido e o meu identificador de chamadas não reconhecia eu esperava a pessoa manifestar-se primeiro e só depois disso podíamos ter uma conversa saudável.
Acho que a pessoa cansou-se de esperar e reagiu.
Era o meu ex-cunhado, o irmão mais velho do meu ex-namorado.
Eu conheci os dois numa festa de aniversário da minha vizinha e por incrível que pareça os dois gostaram de mim. Mas o que me chamou a atenção foi o mais novo dos dois.Mas eu não o amava, sei lá, talvez era uma atração ou uma forma de dizer as pessoas que eu tinha um namorado.
Ele estava me ligando para pedir para que eu ficasse com ele, já que eu tinha me separado do irmão há cinco meses atrás. Ele vivia atrás de mim, mesmo quando eu estava namorando com seu irmão, já era irritante aquela cena.
Eu recusei, eu disse que nunca ficaria com ele, eu não gostava dele e eu tinha muitas regras que eu não podia quebrar e uma delas era não ficar com irmão do meu ex.
Ele disse que eu seria dele.
Eu ri, sarcasticamente, é claro.
Rafael, sempre tiveram rapazes me flertando, mas eu não conseguia olhar para nenhum e poder me apaixonar ou relacionar-me.
Nunca prestei atenção nisso, eu tinha um foco que era estudar e dispensar todas as cadeiras.
Outras ideias ficavam em segundo plano, só que o pior é que eu nem mexia nesse segundo plano.As pessoas me diziam que na adolescência as pessoas se descobrem, erram, aprendem, se machucam, mas tudo isso para mim era demais e enquanto eu pudesse evitar, eu tentaria ao máximo evitar passar por todas essas etapas.
Mas não, na adolescência ninguém pula as partes, todo mundo tem que se apaixonar, se magoar, se descobrir, viver momentos incríveis, por vezes até ser rebelde por mais tarde que seja, porque essa fase meu querido... é a melhor da vida.
Contudo eu sempre pensei que não, que eu não precisava passar por isso que era demais para uma pessoa só. Eu era fria e as pessoas frias, são as que mais precisam de carinho e amor.
Eu era linda, todo mundo dizia isso, mas eu? Eu não acreditava, achava que as pessoas diziam isso para eu me valorizar e tentar ser como as outras meninas da minha idade : ousadas.
Sofri bullying durante anos na escola por ser muito magra e me tornei nessa pessoa má e com coração de gelo. Aprendi a responder as pessoas como elas me tratavam e me por muito em cima delas e me afastava de tudo e todos por medo de ser magoada, por isso eu precisava dessa armadura. [...]
Meu celular tocou novamente, e sem ver quem era, atendi pensando que era meu ex-cunhado e como sempre exaltada...
-Eu já disse que não serei sua dá para perceber. -Disse palavra por palavra e...
Ouvi um riso fraco e logo deu para perceber que não era meu ex-cunhado.
Peguei no celular, observei a tela e vi que era você.
Minhas bochechas coraram, minha espinha se arrepiou toda, parecia uma criancinha se eu pudesse abria uma cova e me escondia, eu estava envergonhada Rafael.
-Boa noite madame Bagorro-você me saudou.
-Boa noite senhor Miller, e desculpe pelo meu jeito é que...
Você me interrompeu antes que eu terminasse a frase.
-Não, não precisa pedir desculpas, notei que alguém estava tentando te conquistar, mas sem sucesso não conseguiu- você riu.
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Eu Queria Que Fosse Você
Teen FictionLarissa Bagorro, uma rapariga fechada e fria, passou seus primeiros três anos no colégio odiando Rafael por nada. Ele era colega de sala de sua melhor amiga. O rapaz charmoso e extremamente atraente entra na vida de Larissa Bagorro e a muda por com...