Sophia

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Aos dezesseis anos eu era a queridinha da escola, minhas notas eram invejáveis, capitã do time de lacrosse me tornei uma das garotas mais populares, andava cercada por amigos e bajuladores que queriam ao menos cinco minutos de fama. Se eu fosse comparada a algum personagem fictício, certamente eu seria a Regina George.

Filha do meio, morava com minha mãe e duas irmãs, Anelise e Lauren, meu pai havia falecido quando eu era pequena, deveria ter ou cinco anos de idade, não tinha muitas lembranças dele, sempre trabalhava muito e não ficava em casa nos fins de semana.

Não havia muito o que dizer das nossas vidas, não dávamos palestra sobre o que acontecia em nossa família, éramos reservadas em relação a nossa casa, dito isso, não aceitávamos ninguém falando de coisas que não soubesse a respeito de nós.

O comentário que quebrou essa regra veio da novata Victoria. A vagabunda mirim chegou na escola com um boato sobre minha família, algo que eu nunca ouvi falar antes, o que me deixou extremamente irritada.

"Você sabe dos Últimos, deve ser uma deles!"

"Que últimos garota? Está louca? Não sei do que você está falando..."

Victoria me empurrou contra a parede, sua estúpida tentativa de me fazer responder aos seus questionamentos só aumentaram minha ira, as pessoas começaram a nos cercar, curiosos de todas as turmas rodeavam nós duas, gritos vindos de longe pouco audíveis aceleravam meu coração, precisava agir, não podia deixar uma qualquer me intimidar. Empurrei Victoria de volta e me recompus, olhei fixamente para ela, em um tom ameaçador disse-lhe:

"Não faço a menor ideia do que você esteja falando, mas se me empurrar assim de novo eu juro que vou arremesso esse seu corpo de lagartixa bem longe."

Me afastei da garota a deixando sem respostas, todos me encaravam com os olhos arregalados, mantendo minha pose de superior, lancei um olhar de desprezo para Victoria ainda no chão, algumas garotas foram socorrê-la, antes de a multidão dispersar se, iniciei meu pronunciamento:

"Tudo bem pessoal, não sei quem essa aquela garota, muito menos o que ela estava falando. Não quero que falem desse assunto ok? Cuidem da vida de vocês! Não há mais nada para se ver aqui."

Continuei caminhando pelos corredores, rindo como se realmente estivesse tudo bem, as pessoas deram de ombros e voltaram às suas atividades, dentro de mim a pergunta sobre quem era aquela garota e por quê ela estava me questionando sobre "Os últimos" me deixava inquieta, aquela história não havia chegado ao fim. 

O ultimo clã brancoOnde histórias criam vida. Descubra agora