One

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   A doutora fazia sua consulta normalmente questionando ao seu paciente como o mesmo se sentia diante de tantas sessões que se diminuía conforme o passar dos meses. Os relatórios se tornavam melhor na sua prancheta, e as repostas do indivíduo parecia positiva. A melhora aumentava, ele parecia estar sendo salvo da psicopatia e da esquizofrenia que o absorvia cada mais. Dininuindo as doses dos medicamentos, esta qual intenção de libertá-lo daquela dependência química que causavam transtornos bipolares.
   Batidas fortes e repentinas ecoavam do cômodo para dentro do consultório através da porta. Ela levantou-se delicamente após pedir um tempo para que Suga aguardasse sua volta. Faltavam apenas alguns minutos para sua sessão encerrar. Abriu a porta e a sua frente mantinha-se de braços cruzados dois policiais. Assustada com a postura dos mesmos, encostou a porta lentamente à retirar o seu óculos a indagar o que havia ocorrido para a presença dos mesmos no local.

— Suspeitamos que seu paciente esteja envolvido no assinato que ocorreu à vinte minutos. — O policial tirava o celular do bolso para mostrar a gravação das câmeras de segurança do local onde filmaram Suga a caminhar pela cena do crime.

— Mas não tem nada aqui. Ele só passou ali e cumprimentou a vítima. E a vinte minutos atrás ele já estava no meu consultório. Não há nenhuma gravação de que ele tenha sido o culpado, além dessa? — O outro policial que apenas parecia companhia, negou balançando a cabeça.

— Mas temos que levá-lo à delegacia para prestar queixa do ocorrido. Ele passou alí à quarenta minutos. Talvez tenha alguma informação, uma movimentação estranha que tenha notado. — Prosseguiu insistente.

O ar de reprovação acentuou-se na face da mulher que cruzava os braços após colocar sobre a mesa do corredor sua prancheta com a caneta onde anotava sobre seu paciente. — Mil perdões, senhor policial, mas.. não é por que ele esteja melhorando, que terá psicológico para dar testemunhos de um assassinato que ele nem se quer sabe que ocorreu. E se essa vítima for um colega dele? Sabe o quão mal ele ficará com isso? Ele não tem ninguém...

— Não muda o fato dele ser suspeito. — Soraya suspirou profundamente a revirar seus olhos castanhos esverdeados após ouvir as palavras do policial. — Posso ver o que tem nessa prancheta? — Rapidamente ela puxou a mesma de cima da mesa e a colocou por dentro de seu jaleco branco.

— Se tiver um mandato judicial, poderei informar sobre minhas consultas com Min-Yoongi. — Retomou os óculos à sua face vagarosamente sem deixar de fitar o policial um segundo se quer. — Ao invés de tentar acusá-lo, por que nesse tempo você não procura provas defenitivas? — Arqueeou a sobrancelha dando-lhe as costas e abrindo a porta de seu consultório, esta qual visualizou Suga a brincar com seu mascote dentro da gaiola; um hamster branco.

— Olá, doutora! — Levantou-se de onde encontrava-se agachado. — Adorei o seu bichinho, ele é muito carinhoso. — Caminhou entre sorrisos em direção à Soraya. — Pois bem, ainda temos alguns minutos de consulta... se não se importa, gostaria de continuar. — Fitava a face dos policiais que pareciam cada vez mais enfezados com a presença do jovem de cabelos azuis.

— Eu lamento, querido, mas acredito que será melhor continuarmos amanhã. Adicionarei mais vinte minutos na consulta. — Ele piscou após assentir parecendo compreender o ocorrido.

— Bem, então irei me retirar, não quero ser um incomodo para você. — Aproximou-se mais e tocou suas mãos delicamente a acariciá-las com o seu polegar. — Obrigada por tudo! Me sinto um novo homem agora. Estou até pensando em comprar um mascote como o seu, talvez me faça companhia nos dias que eu estiver sozinho... e olha que nunca fui chegado em animais. — Soltou as mãos da mulher ao caminhar até a porta, qual virou-se vagarosamente e bateu continência como um soldado. — Até amanhã, doutora.

Assim que Suga se retirou, os policiais invadiram a sala indo de encontro com a mulher que agora organizava suas papeladas sobre a mesa.

— Tens certeza que confia na melhora desse jovem? — Com a pergunta do policial, ela apenas semi-cerrou os olhos por trás da armação de ferro e lentes de vidro. — Ele é esquizofrênico, um assassino, psicopata...

— Cale a boca, Park Hyunjae! — A doutora exclamou o mais alto que pode. — Não é por que está vestindo estas fardas, que me tiras o direito de me alterar com você. Está invadindo o meu espaço de trabalho apenas por que desconfias sem provas. Meu trabalho é confiar nos meus pacientes independente do que houver. Aliás, eu não estudei cinco anos de psiquiatria para não saber quando alguém está mentindo.

— Eu sei bem o quanto tempo estudou... perdão. Eu apenas me preocupo com você... — Tentou prosseguir, no entanto, fora interrompido com os gritos de Soraya.

— Isso é ciúmes, e sei bem. Se de fato preocupa-se comigo, deixe-me em paz, pois sempre me fez mal, por esses mesmos fatores nosso relacionamento acabou! Eu apenas estou fazendo o que sou paga para fazer. Agora saia daqui, Hyunjae, e leve seu amigo junto. — Ela apontava em direção a porta, e nenhuma palavra a mais fora dita, apenas deram-lhe as costas e retiraram-se.

Todavia, não esperavam que Suga estivesse escondido o tempo inteiro atrás de uma pilastra para ouvir toda a conversa deles.
Desta forma pode concluir que tinha a psiquiatra ao seu lado, de forma que acobertasse seus crimes.

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