CAPÍTULO ÚNICO

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Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.
— Friedrich Nietzsche

Caminho silenciosamente pela nossa antiga casa — minha e de Emma

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Caminho silenciosamente pela nossa antiga casa — minha e de Emma. Há muitas pessoas espalhadas pela casa, todas quietas, tristes, arrasadas pela tragédia que acontecerá. No centro da sala, onde Emma e eu costumávamos passar horas sentados no sofá assistindo algum filme de ação, ou uma série de comédia romântica ou apenas desfrutando de ambas a companhia; havia duas caixas enorme de madeira envernizada, uma coroa gigantesca de rosas amarelas — as preferidas de Emma e claro, as minhas também — e no centro da coroa de rosas, uma foto grande minha e de Emma, estávamos felizes naquele dia, na verdade sempre estávamos felizes, não importava o dia de amanhã.

Deixando a sala com todas aquelas pessoas vestidas de preto, fui para o segundo andar da nossa casa, subindo lentamente cada degrau e lembrando dos últimos três anos que fomos felizes juntos morando ali.

Desde o primeiro dia que vi a deslumbrante Emma Swan, foi sem sombra de dúvida, amor a primeira vista. Tudo em Emma era perfeito, os olhos esmeraldinos, a boca levemente caída e rosada, a cabeleira loura, sua pele macia e pálida, seu perfume levemente adocicado, o modo de como ela sorria ao me ver ou de quando íamos ao hospital visitar as crianças doentes, o jeito delicado de andar, sua voz macia ao conversar comigo ou com qualquer outra pessoa.

Com mais ou menos duas semanas ao lado de Emma conhecendo-a, ela tornou-se meu mundo percebi que eu não poderia deixá-la sair nunca mais da minha vida, sooa egoísta eu sei.

Quando adentrei no nosso antigo quarto, a mãe de Emma, Mary Margaret e a minha mãe, Kim, se abraçavam, ambas confortando uma a outra. Aquilo doeu em mim, doeu bastante, mas não tanto quanto ver o corpo de Emma sem vida deitada sobre a nossa cama ao meu lado, ver aquela imagem dilacerou o meu coração.

— Eu sinto muito! — a mãe de Emma murmurou em meio aos choros.

Minha mãe não disse nada, apenas apertou seus braços em volta do corpo da Mary Margaret enquanto chorava. Tentando secar as lágrimas que escorriam sem controle, Mary Margaret abriu a filmadora que eu costumava usar para filmar os meus dias e de Emma juntos, sentou-se mais perto da minha mãe e foi aos nossos vídeos apertando play em um deles.

Cheguei mais perto delas em silêncio assim que minha voz soou no vídeo.

25 de março de 2016. Agora são seis da tarde em ponto. Que tal irmos ver onde o meu amor está!?

A filmadora estava filmando meus pés descalços enquanto eu descia às pressas a escada quase caindo no caminho. Emma estava sentada na varanda de casa vendo o pôr do sol, com uma xícara fumegante de capuccino, um coque mal feito no topo da cabeça com alguns fios louros e rebeldes soltos dos lados, ela estava linda como sempre. Fiquei um bom tempo atrás dela filmando-a em silêncio, eu queria esse momento perfeito guardado para todo o sempre.

E Se Fosse Amanhã?Onde histórias criam vida. Descubra agora