IV

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Camila

Tentei avistar Sofi mas não consegui encontrá-la. Naquele momento eu só queria sair dali sem poder ser vista por aquela mulher.

Olhei para o lugar onde ela estava e notei que estava acompanhada de um homem, os dois estavam abraçados e sorriam largo um para o outro. Continuei olhando para eles e senti o meu coração apertar.

Pareciam tão felizes, ela parecia feliz com ele, como eu nunca tinha visto ela do meu lado. Respirei fundo e olhei o meu celular.

Ela e ele entraram em um restaurante continuando bem sorridentes e brincando.

Você [04:15 p.m]: Chee?

Chee [04:15 p.m]: Aconteceu algo?

Você [04:16 p.m]: SOS...

(...)

Não demorou muito para Dinah chegar onde eu estava. Ela sabia que eu iria para o parque perto de onde morava para brincar com a Sofi, então não me surpreendi ao vê-la cinco minutos depois de eu ter mandado mensagem.

— Onde você a viu? — Dinah perguntou enquanto se sentava ao meu lado e logo me puxando para um abraço.

— Eu vi ela saindo da van na entrada e logo depois um homem desceu junto com ela e foram para o restaurante que nós duas gostamos — Apontei para eu e ela. Dinah logo assentiu prestando atenção no que eu falava.

— E o que você está pensando sobre isso? — Perguntou.

— Que eu nunca tinha visto ela tão feliz quando estava comigo — Suspirei e senti ela fazer com que eu deite a minha cabeça em seu ombro, o que fiz rapidamente. — Sabe... Ela ria quase o tempo todo, a forma que eles se olhavam é a mesma que você e a Normani se olham, a forma que eu queria que ela olhasse pra mim — Senti um nó se formar em minha garganta e fechei os olhos. — Por que eu não consigo seguir em frente como ela, Cheechee? Por que é tão difícil?

— Porque você ainda ama ela e machuca saber que não há nenhuma esperança para que vocês voltem — Ela disse baixo enquanto fazia um carinho em minhas costas.

Eu senti uma lágrima cair pelo meu rosto e me deixei chorar, na tentativa que eu me livrasse de tudo o que estava sentindo e que me deixasse livre desse sentimento que senti pela pessoa que não merecia.

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Lauren

21 de Janeiro, 08:00 a.m.

Eu observava as três caixas de remédios na mesinha de centro da minha sala. Estava sentada no chão e suspirei, era complicado lembrar os motivos de tomá-los sempre que alguma crise começava.

Sexta-feira, depois que eu tinha chegado em casa, eu comecei a ficar inquieta e bastante ansiosa, não sabia explicar o motivo, nem sabia se havia um. Mas eu só queria que parasse, a sensação de estar se sufocando era desesperadora, eu soava e minhas mãos tremiam muito. Não queria tomar os remédios, queria me curar do meu jeito, conforme o meu tempo, mas aquilo não era algo que eu queria, era o que eu tinha que fazer para poder me curar.

Eu estava doente, uma doença grave que ficou ainda pior com as coisas que eu escutava da minha mãe e do meu pai.

Depressão profunda.

Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Ansiedade.

Síndrome do Pânico.

Sim, eu sou extremamente estragada, mas eu era normal. Até o dia que eu decidi contar aos meus pais que gostava de garotas.

Tudo mudou. De repente e bruscamente.

Love Behind LensOnde histórias criam vida. Descubra agora