• para entender o contexto dessa oneshot, é necessário ter assistido "white christmans" da série "black mirror" •
leigh-anne definitivamente não aguentava mais. não aguentava mais chegar no apartamento da namorada apenas para ouvir reclamações dela de como seu novo emprego tomava seu tempo, de como parecia dispersa e como não se importava com aquele relacionamento.
o problema era que perrie não lembrava a data do aniversário de namoro delas. não lembrava a música do primeiro beijo delas, muito menos fazia algo especial para elas quando leigh chegava do trabalho. mas era perrie que sempre cobrava coisas. mas nunca fazia nada. nunca.
a pinnock sabia exatamente o que fazer. aquele relacionamento havia desgastado e elas só estavam adiando o inevitável. perrie estava, na verdade. isso porque jesy já havia perguntado indiretamente quando ela terminaria com anne e sua resposta foi totalmente negativa e agressiva. mas estava decidido: leigh-anne acabaria com aquilo. teria coragem?
— e se você a bloqueasse de longe? ; a colega de trabalho de pinnock, jade, sugeriu, enquanto ambas andavam no estacionamento do prédio.
— isso seria meio cruel, jeed. — leigh fez uma careta — eu preciso ter uma conversa com ela. séria.
— e se ela não aceitar e surtar, como a ex-namorada da camila fez? — a mais nova parecia temerosa pela colega de trabalho — por sorte a vizinha dela ouviu os gritos e a louca foi presa.
— perrie não faria isso. ; leigh-anne disse simplesmente, mas sua mente começou a refletir naquilo. e se perrie edwards fizesse aquilo? ela teria forças o suficiente para segurar seus pulsos antes que ela lhe atingisse com facadas? ou teria berrado como camila fizera? alguém a resgataria? estaria morta antes de conseguir ajuda?
— lee-lee? está divagando de novo. ; jade chamou a amiga
leigh-anne bufou e finalmente chegou à vaga de sua moto. pegou seu capacete e olhou para a amiga uma última vez.
— vai ficar bem? ; jade perguntou. desta vez, estava séria.
— eu irei. — leigh puxou a mão da mais nova, trazendo o corpo da outra mais perto — eu ligo assim que terminar.
anne deixou um beijo singelo na testa da mais baixa, subindo na sua moto e se despedindo.
dirigindo pelas ruas tranquilas daquela tarde, lembrou-se do início de seu relacionamento com pezz. ah, tudo era perfeito. as risadas da mais nova. suas brincadeiras sem graça. as noites em que apenas bebiam vinho no telhado do prédio da loira enquanto conversavam coisas banais. as madrugadas em que se mantinham aquecidas e em outras que poderiam incendiar o quarto com o calor que saía de seus corpos cheios de libido. três meses de pura paz, confiança e harmonia. até que tudo que antes era frequente começou a deixar de ser. dores de cabeça. cansaço. "não quero conversar hoje, vamos apenas dormir, sim?" começou a ser frequente. tudo bem que perrie trabalhava pela manhã e estudava pela tarde — mesmo que a faculdade fosse à distância —; pessoas cansam uma hora. e leigh-anne sempre se mantivera ali pela namorada. mas foi apenas arranjar um bendito emprego que tudo mudou. de repente, perrie era mais resmungona. reclamava do horário que a mais velha chegava, começara a checar seu celular e perguntar por cada contato em sua agenda. se tornou uma vigia. e tudo era um efeito de dominó.
leigh-anne estacionou sua moto em frente ao apartamento da namorada. meses atrás, estacionaria no estacionamento subterrâneo. mas agora não. não mais. e todas as peças começavam a cair.

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efeito dominó • lerrie version
Science Fictiononde leigh-anne precisa tomar a difícil de derrubar a última peça. |oneshot - sad| original © freakinshoes adapted © freakjesy