único - ;doces e móveis

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Jeno saiu da panificadora com um copo térmico cheio de café e uma sacola de papel amarelado abarrotada de doces, andando a passos curtos e lentos até sua casa. Era uma cena consideravelmente comum, visto que seu amor por doces e café não passava de um vício passado que abriu as portas novamente no ensino médio.

Fazia uma fria e monótona manhã de inverno. A neve fofa se encontrava em todos os lugares, os resquícios de chuva da noite anterior refletiam nos quintais das casas coloridas; um cenário perfeito para takes de filme sobre vampiros, sagas de bruxas ou até mesmo uma gravação de algum videoclipe.

Observou as crianças correrem até o parque mais próximo dali carregando tacos de hóquei e gols para marcar os pontos; seus pais, sorrindo do batente da porta das casas, aparentavam estar felizes pelos filhos não estarem mais na frente das TV's, esperando por alguma notícia da neve ou o anúncio das escolas locais avisando que nenhum estudante deveria ir até a instituição por conta dos riscos.

Ao chegar perto de sua residência, Jeno pisou com leveza no carpete sujo e molhado, procurando com certa dificuldade a chave para abrir a porta de madeira nobre do cafofo, até sentir alguém pegou o saco de doces em suas mãos.

— Ei! — exclamou, olhando para o estranho. O coreano achava que deveria ser alguma criança do bairro tentando pegar os doces para dividir com os amigos, mas se surpreendeu ao encontrar um garoto parado ao seu lado, segurando sua sacola. Ele tinha a mesma altura que si, os cabelos marrons-ruivos camuflavam um pouco de seus olhos, e o gorrinho com um pompom em cima da cabeça dava-lhe um ar descontraído.

— Perdão, percebi que precisava de ajuda — respondeu, meio relutante.

O Lee logo retirou o pedaço de metal do bolso da calça preta surrada e abriu a porta.

— Obrigada — agradeceu verdadeiro com um sorriso fraco. — Desculpe-me pela forma como te tratei.

— Oh, não há problema — o moreno afirmou, sorrindo amigo. — Meu nome é Lee Donghyuck, sou seu novo vizinho.

— Lee Jeno — o louro limitou-se a responder daquela forma, sorrindo novamente. Daquela vez, o sorriso era um pouco mais amigável, assim como o garoto à sua frente. Retirou os doces das mãos magrelas e sem unhas do vizinho, entrando no pequeno hall, retirando os sapatos úmidos. — Omo, que modos são esses! Entre, por favor.

— Infelizmente, Lee Jeno, preciso arrumar minha casa. Ela está uma bagunça, até porquê o caminhão de mudanças deixou os móveis aqui somente ontem — Donghyuck respondeu, tristonho. Arrumação não era o forte dele, nunca foi e nunca seria.

— Então... gostaria de um par de mãos a mais para o trabalho? — Jeno perguntou.

— Adoraria — o outro respondeu, suspirando aliviado. O Lee mais velho riu, recolocando os sapatos e pegou o copo de café.

— Tenho doces. Vai querer algum? — ofereceu. — Se não quiser não há prob...

— De forma alguma! — o mais novo interrompeu, retirando um pequeno croissant recheado com chocolate de dentro do saco. O descolorido riu novamente, fascinado com a atitude do novo vizinho, que aparentava ter um bom humor.

— Bem-vindo à vizinhança.

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⏰ Última atualização: Nov 17, 2017 ⏰

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