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Vida de cadeira de rodas não é tão fácil, como nós todos pensamos; especialmente para Jungkook

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Vida de cadeira de rodas não é tão fácil, como nós todos pensamos; especialmente para Jungkook. Jungkook era um rapaz diferente dos outros, um rapaz vivaz, alegre, feliz, mas que infelizmente dentro de si não se sentia o mesmo. Jungkook era especial, mas não se sentia tal. Sua humildade superava o tamanho considerado para um garoto da sua idade. Ninguém lhe dizia o contrário. Ninguém nunca lhe dissera "Você para mim é especial" e ele queria ouvir aquela frase com todas suas forças, mesmo que não fossem muitas. Sentia que iria morrer sozinho por causa das suas pernas não andarem e, cada vez que lembrava disso, chorava contra a almofada branca da cama de hospital onde praticamente vivia.

Seus pais nunca vinham lhe fazer visitas, porque, pelo dito pela sua mãe, lhe traziam muita tristeza e ela não estava disposta para isso, não agora, nesta época em que sua filha, obviamente irmã do Jungkook, iria se qualificar no campeonato de natação internacional. Jungkook ignorava este facto, mas sabia que não tinha nada a ver com o que correspondia com a realidade e, se realmente correspondesse, estaria totalmente desiludido com eles.

Jungkook também era um nadador profissional e já tinha ganhado o primeiro lugar em vários campeonatos, inclusive o intencional, aquele que sua irmã está treinando para. Quando ele sofreu o acidente, justamente pela sua fama imensa no mundo do desporto juvenil, foi um choque pelos seus fãs; várias pessoas lhe mandavam cartas e flores e tudo que ele poderia querer, até que havia dias que o pequeno quarto branco ficava completamente cheio por montanhas de cartas e flores espalhadas pelo que deixavam várias pétalas no chão. Mas infelizmente seu momento de fama não demorou eternamente. Agora quase ninguém lhe mandava cartas, já não se encontravam as pétalas no chão e praticamente sabia que tinha entrado no mundo da morte instantânea, onde você está morto nos pensamentos das pessoas, ou seja, você não é suficientemente relevante para ser lembrado. Isso doía em seu coração; saber que seus fãs, os milhares de fãs que antes perfumavam o quarto, já tinham se esquecido de si. Era horrível e não auguraria isso a ninguém, especialmente à sua irmã.

No seu quarto, ele passava o tempo todo a olhar o teto, já desgastado e praticamente cinza. Ele se lembrava de algumas experiências boas, como por exemplo quando ganhara sua primeira medalha de ouro, mas evidentemente se lembrava também, e variadas vezes, do seu acidente. A rua molhada, a chuva intensa, o vidro coberto por nevoeiro, duas luzes intensas, a tentativa de esquivar, a capotagem do carro após várias voltas e finalmente o escuro. Era essa a cronologia que se lembrava. Ele não tinha culpa alguma daquele acidente ter acontecido, tanto menos o outro carro, que, felizmente, não sofrera nenhum dano grave, não tão grande como Jungkook, apenas algumas lacerações superficiais, pelo que soube e lhe contaram os médicos.

Uma vez, ele se manifestou contra os pais. Já tinham se passado alguns meses do acidente e eles ainda não tinham nem sequer vindo para ver se ele estava vivo ou não. Jungkook se sentiu frustrado e quis se pronunciar aos seus pais. Queria que eles soubessem que ele estava. Queria que eles soubessem que ele queria que eles fossem lá vê-lo, por um minuto que sejam. Queria, de uma forma um pouco egoísta, que eles esquecessem de sua irmã por alguns segundos. Ele então agarrou o telefone em cima da mesa de cabeceira e, ilegalmente pois não podia fazer chamadas para o exterior, chamou seus pais, mas estes não responderam. Jungkook então desistiu, lançou o telefone para a parede com força, o partindo e gritando num choro sufocado. Precisa deixar aquelas sensações intensas para fora de si, mas não tinha ninguém, nenhum ombro sobre o qual chorar.

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⏰ Última atualização: Nov 20, 2017 ⏰

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KOOKMIN: Maybe One DayOnde histórias criam vida. Descubra agora