Maite
Nossa casa era perto da praia, então, rapidinho estava em casa. Me joguei na cama e sem que eu quisesse lágrimas começaram a cair dos meus olhos, não entendo o porquê dessas lágrimas, só sei que caíram como enxurrada.
No dia seguinte, era quarta-feira e teria educação física na terceira aula. Droga! Acordei muito revoltada, até agora não estava acreditando que fui tão idiota a ponto de pensar que um cara lindo daquele, seria livre. — Como fui burra. —Meu irmão me levou até o colégio, entrei e fui direto pra sala, sentei lá trás, naquele lugar que as meninas me advertiram para não sentar.
O sinal bateu e toda turma entrou, Roberta e Mia me chamaram pra sentar perto delas, mas eu não quis.
De repente, uma guria alta, forte, com cara de mal, entrou na sala e veio na minha direção, com certeza era a tal da Soraya.
— Ei, vaza aí é meu lugar.
— Como é seu nome? — Perguntei sem me levantar.
— Soraya, agora vaza. — Olhei na cadeira, em baixo da mesa, levantei minha bolsa de cima da carteira, depois olhei na cara dela e disse.
— Não tem seu nome aqui.
— Você pensa que é quem? Filhote de camundongo, você sabe quem sou eu? Não sabe? Turma diz pra ela quem sou eu. — Pelo visto, todo mundo tinha medo dela e eu estava em maus lençóis.
— Nós te avisamos. — Mia disse baixinho.
Me levantei e tive que olhar um pouco pra cima, porque ela era maior, na verdade, bem maior que eu.
— Pra mim você não é ninguém, até porque não te conheço, e eu não vou sair desse lugar, porque eu gosto de sentar no fundão, ok? — Ela foi levantar a mão pra me bater, segurei e torci seu braço e em um pequeno desiquilíbrio dela, passei o pé nas suas pernas a derrubando no chão, montei nela e segurei seus braços. — Você não mexe mais comigo, ok?
— Me solta, você está me sufocando.
— Bate no chão, bate. — Gritei. Me sentindo em um tatame.
Roberta falou baixinho.
— Era de uma amiga assim que precisávamos, essa Soraya teve o que merece, todo mundo se cagava de medo dela, a nossa baixinha botou pra quebrar. — Sorri com o comentário dela. E apertava ainda mais Soraya debaixo de mim e a desgraçada não batia.
— Meu Deus, o que é isso? Solta ela, as duas pra diretoria agora. — A professora gritou ao entrar na sala. Soltei a grandona e saí porta fora. No caminho para a diretoria, esbarrei em William.
— Cuidado. — Ele disse.
— Não enche o saco. — Berrei. Já tô putaça, ainda essa praga aparece na minha frente.
— Ei, olha como você fala comigo, sou seu professor. — Deixei ele falando sozinho e entrei na diretoria.
— Muito bonito, duas moças se matando. — A diretora disse, olhando de mim pra Soraya.
— Essa doente aí, veio me bater. — Só revirei o olho para Soraya.
— Não precisa bancar a santa na minha frente, que todo mundo te conhece aqui Soraya, não é a primeira vez que você vem me visitar aqui. E você mocinha chegou ontem já trazendo problemas? — Respirei fundo e me ajeitei na cadeira.
— Antes de sair de casa, desde criança minha mãe dizia, não traga desaforo pra casa, só estava seguindo o que minha mãe me ensinou, me desaforou, levou, simples assim. — Argumentei.
— Eu poderia expulsá-las, mas não vou fazer isso, vou pensar em algo para as duas, agora voltem pra sala e não quero mais problemas.
Entramos na sala e eu fui para o lugar que era de Soraya, ela me olhou feio e eu retribui, então colocou o rabinho entre as pernas e foi sentar do outro lado da sala.
As aulas passaram voando e chegou a terceira, quando William entrou na sala, as gurias só faltaram baixar a calcinha. Vadias, o cara é caso meu!
— Bom dia, hoje nós vamos ter aula pratica de handebol. Maite, pode vir aqui? — Gelei quando ele me chamou e fui até ele. — Porque você falou daquele jeito comigo? — Ele perguntou.
— HEEEEEEEEE, levando bronca do professor, camundongo? — Soraya gritou lá de trás. Ela deve ter pensado que eu não ia fazer nada, porque o professor estava ali.
Eu olhei pra trás e fui correndo ao encontro dela, quando fui pra golpeá-la novamente, senti braços fortes me segurarem.
— Que coisa feia, duas meninas lindas brigando, Maite se acalma. — Ele disse ainda com o braço em minha cintura, me segurando contra seu corpo. Eu juro que senti algo me cutucando. — Vão pra quadra, que eu preciso conversar com Maite. — Soraya saiu rindo e eu trancava os lábios de raiva dela.
Assim que estávamos sozinhos, ele me colocou sentada em uma cadeira e puxou uma pra mais perto de mim, inclinou-se um pouco e segurou minhas mãos, olhou nos meus olhos e começou a dizer.
— O que está acontecendo? Você é tão doce, é tão madura e hoje tem essa atitude infantil? Todos sabemos que Soraya não é flor que se cheire, mas você? Você é diferente de todas elas. Maite você foi grossa comigo, eu mereço seu respeito, sou seu professor e não só por isso, eu tenho um carinho especial por você, como se fosse uma sobrinha. — Abaixei o olhar e lágrimas caíram, ele levantou meu queixo e olhou nos meus olhos. — Quero a menina decidida e madura que conheci a dois dias, entendeu? Você não é essa garota revoltada que quis ser hoje.
— Você não me conhece, essa sou eu, uma malcriada, que só faz merda, minha mãe chegou me expulsar de casa. — Cuspi as palavras em meio à lagrimas.
Porra, não gosto de chorar na frente dos outros.
— Eu sei que você não é assim, vem cá. — Ele me abraçou e senti seu cheiro. Quando nos separamos, meus olhos não tomavam outro rumo, sem ser para sua boca.
— Preciso ficar longe de você. — Me levantei e ele veio atrás.
— Maite, Maite. — Ele chamou, mas continuei correndo.
Droga, eu achei que estava tudo sob controle, mas pelo visto estava errada. To realmente, fodida.
Ai gente, ela está louquinha por ele.
E agora?
me diz o que estão achando.
beijos!
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UM AMOR QUASE IMPOSSÍVEL - COMPLETA
RomanceMaite Perroni é uma jovem de 17 anos que mora com a mãe em Porto Alegre. Seus pais são donos de uma rede de academia e são separados a sete anos e, se pegam também a sete anos. Todo mês, quando se reúnem para o fechamento de caixa, se envolvem. E...