Minha jornada

467 53 79
                                    

oi sumidos rs

gente, não sou muito de fazer nota da autora, mas sinto q to devendo umas explicações p vcs (medo de isso ter mais palavras que o próprio capítulo, sim ou claro)

entom, esse capítulo vai ser bem curto (tipo vergonhoso) pq ele meio q "abre portas" pro resto e pra fic meio que "começar real oficial"

eu realmente sinto mt mt msm por ter demorado tanto pra postar e ser tão pequeno. por essa fic ter quase um ano e soh 4 capítulos. mas eu juro q to tentando lidar cm todas as dificuldades em volta dela. muito obg por acreditar em mim. amo vuxes <3   



Os dias com Gon se passam como minutos. Logo eu, que antes via a vida se arrastar vagarosamente na minha frente e implorava para ela passar, agora vejo dias, semanas e meses passarem como flashes, como se nada tivesse mudado, mas, ao mesmo tempo, sinto que algo está sempre se transformado dentro de mim, e que nunca vou ser o mesmo.

Gosto disso. Ao mesmo tempo, me assusta.

Irônico? Talvez. Mas é irônico também o modo como consigo ter tanta admiração por um garoto que eu supostamente deveria matar. E, logo eu, o "prodígio da família", estou me rebelando com o intuito de conhecer a maior fraqueza para a família Zoldyck: sentimentos.

Nesses dias, semanas, meses, que passei com Gon, provei muitos deles. Como por exemplo, no Exame Hunter: ciúmes, quando me encontrei com Leorio e Kurapika, os amigos que Gon fez no percurso. Arrependimento, por ter odiado temporariamente os dois. Angústia, quando descobri que Illumi estava presente também.

Quando voltei para casa, senti um misto de todos os sentimentos ruins que poderiam habitar minha alma. Eu tinha certeza de que tinham me descoberto. De que eu havia perdido Gon e a chance de sentir, a chance de viver.

Na Torre Celestial, raiva, quando Zushi pensou ser melhor do que eu em combate. Ambição, enquanto treinava meu nen. Realização, quando o esforço finalmente rendeu resultados. Preocupação, quando descobri que estávamos sendo perseguidos por lutadores fortes, tanto que tive que ameaçá-los.

No leilão de Yorkshin, medo. Foi desafiador ser capturado pela Trupe Fantasma, a gangue com a qual Silva Zoldyck toma o extremo cuidado. Se meu próprio pai, meu ídolo, os temia, eu sabia que não podia, em hipótese alguma, ser visto. Infelizmente, isso não aconteceu.

Em Greed Island, apesar de ficar meio chateado com Bisky às vezes, me diverti e aprendi coisas essenciais para a dominação do nen.

Na batalha com as formigas chimera, os sentimentos me atingiram em cheio. Senti tanto medo, raiva e tristeza que chorei, e chorei e chorei. As lágrimas nunca correram por minha face e os gritos nunca arranharam minha garganta tanto quanto fizeram nessa época.

Mas, em todas as situações, ri, sorri, corei, brinquei, me diverti. Em todas as situações, Gon conseguiu me proporcionar, nem que apenas um pequeno lampejo, de felicidade. E isso me dava forças para continuar. Esse brilho que ele provocava em meus olhos ofuscava todo o resto.

E, nossa jornada chegou ao fim. Gon finalmente encontrou Ging. Eu não posso descrever o que senti quando vi o rosto dele quando encontrou o pai. Era tão lindo. Chegava a ser mágico. Eu, honestamente, não tenho os melhores pensamentos do mundo em relação ao homem, mas só de ver meu amigo, meu melhor amigo, definitivamente feliz, já bastou para que eu me realizasse imensamente. Pude sentir que cumpri meu objetivo de vida.

Eles se encontraram em cima de uma árvore. A noite caiu, e eu via suas pequenas sombras, apreensivo. Não era só o fato de estar longe de Gon pela primeira vez em tanto tempo. Eu a sentia, rastejando, sempre ao meu lado, em todas as situações: a verdade.

Ela, que chegava por trás de mim, como um alarde que estava sempre repetindo o mesmo: "isso é temporário". Minha "aventura", minha felicidade, e até mesmo Gon. Isso é temporário.

Porque quando eu revelar, nunca mais serei visto como o mesmo. Ainda que eu seja perdoado, duvido que ele confie em mim como agora. E se eu não for, vou perder a base da minha estrutura emocional, o rumo que estou tomando em minha nova vida e a razão pela qual estou fazendo tudo isso.

Porém, não posso ficar apenas me lamentando enquanto deixo essa angústia me preencher e me corroer. Consigo sentí-la, arranhando-me por dentro, com um grito estridente, que diz "me deixe sair". É o que vou fazer.

Vou contar a verdade a Gon.

Meu primeiro amigo. Minha última vítima.Onde histórias criam vida. Descubra agora