Por Onde Andei

Bruna - Simplesmente não estava acreditando

Simplesmente não estava acreditando no que estava acontecendo. Eu e o Kadu estávamos namorando. Namorando de verdade. E, meu Deus, ele conseguia ser mais do que a perfeição. O mais dedicado. O mais delicado. O mais gentil dos namorados.

Mesmo com a sua rotina sufocante, não houve um momento sequer em que não me senti especial. Ele arrancava flores dos jardins para me presentear, escrevia bilhetinhos nos meus cadernos sem que eu sequer percebesse e me acompanhava todos os dias na hora do almoço. Claro que ele queria saber se eu estava comendo direito. Queria saber dos meus exames, das minhas consultas. Tinha muito cuidado comigo. E eu o amava por isso.

Suas atitudes aqueciam meu coração.

Já seus beijos aqueciam o restante do corpo inteiro. Contava os segundos pelo momento que nós venceríamos o limite das carícias, mas não reclamava. Estava bom até demais para cogitar reclamar de alguma coisa. O menino do tigre era meu. E se entregava a cada momento um pouco mais. Assim como eu.

Hoje, sexta-feira, pleno dia útil, ele não foi trabalhar. Depois da escola, sem aviso nem nada, ele me colocou no carro e dirigiu por mais de duas horas até uma praia que eu nem conhecia. Linda e vazia.

Os coqueiros tremulavam ao sabor do vento forte. A areia branca estava convidativa, nós estendemos uma toalha na areia e nos deitamos um ao lado do outro. Com o uniforme do Santa Inês mesmo.

Kadu me puxou para que eu deitasse no ombro dele. Ficou sentindo o cheiro dos meus cabelos. Segurei uma de suas mãos entre as minhas. A sombra, o vento, o carinho e o cansaço, foi irresistível, em pouco tempo eu estava cochilando.