Vendo o lado positivo, a besta não me estripou quando me agarrou no ar. A parte negativa era que suas enormes patas de três dedos agarraram meus ombros e peito em um aperto insuportável. Ele nivelou e deslizou, deixando que meus pés roçassem o solo, sua risada triunfante. Essa coisa de voar teria sido genial exceto pelo fedor podre que infiltrava meu nariz e queimava meus olhos.
E o fato de que isso estava a ponto de me matar.
Minhas mãos se levantaram e envolveram ao redor das pernas grossas, frias como de um réptil, escamosa e dura com verrugas. Minhas unhas se cravaram na carne do demônio, enquanto eu me contorcia, lutando para sair de seu aperto.
— Agora eu te peguei. — virou sua enorme cara para mim, seu hálito quente como esgoto. — Estou pouco disposto a aprovar sua liberação. Nossa viagem acaba de começar.
— Oh, cale a boca! — Balancei minhas pernas com mais força. O impulso e a determinação finalmente levaram meus pés a uma altura suficiente para dar alguns golpes fortes em seu ventre, o que só pareceu diverti-lo mais.
Arrastei minhas unhas por sua perna e apertei meus dentes em sua carne monstruosa. Um ácido amargo queimou minha língua acendendo uma necessidade feroz de cuspir. O demônio deu um grunhido de surpresa antes que seu agarre se apertasse fazendo minhas costelas estalarem. As asas se levantaram. O corpo monstruoso lançou um voo potente, pronto para nos impulsionar para o ar e para meu destino. Provavelmente cortaria meu corpo enquanto me dava aulas de vocabulário. Estaria morta, mas mais inteligente. Como é isso para um copo meio cheio?
Uma intensa pressão repentina se consolidou em meus pulmões, envolveu meu corpo, e ameaçou me expandir na proporção de duas dimensões. Um formigamento começou em minhas entranhas e se estendeu por todo meu corpo. O calor emanava de dentro para fora e ondulava sobre minha pele, ganhando impulso, caminhando para minhas extremidades. Um brilho crescente transformou minha visão em um branco cegante. Cheirei alguma coisa queimado. Esperava que não fosse eu.
O som bravo do demônio ecoou um instante antes de suas garras se abrirem em um golpe. Boa notícia, exceto que eu fui solta caindo pelo ar. Procurei algo que pudesse evitar minha queda. Rolei sobre minhas costas, esperando outro ataque. Com minha visão ainda incompleta, percebi a criatura grunhindo em círculos, e engoli em seco quando ela balançou, com a boca aberta demais, seus dentes descobertos. Pude respirar de novo, mas não pareceu que duraria muito.
Um relâmpago laranja escuro atravessou o céu, seu longo comprimento cuspindo chamas e faíscas como fogos de um foguete. O relâmpago golpeou o demônio de um lado, o qual o sacudiu de seu curso homicida e o empurrou em espiral para trás. Sem tempo para comoção nem pavor. Fiquei em pé e sai correndo para casa.
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#1 - Demons At Deadnight (Divinicus Nex Chronicles)
ParanormalDurante dezessete anos para Aurora Lahey a sobrevivência tem sido um estilo de vida. DESTINO DEMONÍACO Aurora tem o superpoder mais inútil do planeta, e isso só liberou um esquadrão do inferno. Os demônios estão à caça, sobrevivendo apenas para cort...