Laoch, Amor além do tempo

Blackbird

No capítulo anterior

"— Digo que és minha esposa, digo que a manterei em segurança. Apenas peço para que aceite minha oferta e venha comigo. — seus olhos brilharam. — Eu prometo mantê-la em segurança, Banrigh.

Antes que eu pudesse responder, o homem tomou meu braço em seu poder e me arrasta em direção ao outro lado do extenso corredor. O lado para que estamos seguido leva aos jardins e consequentemente uma área afastada da mansão. Perguntei-me se foi por ali que ele tinha entrado na mansão. A única coisa que fui capaz de fazer foi segui-lo. Sua mão como uma prisão em meu braço, seus ombros largos, corpo grande e os cabelos de um ruivo brilhante. Eu nunca fui capaz de pará-lo."

Dublin, Irlanda, Novembro de 2016

Madeira fresca e floresta em dia de chuva. Eu gosto do cheiro da terra molhada, do frescor do vento e da forma como meu corpo se habitua perfeitamente, como se ele se encaixasse. Eu deixei que o homem desconhecido me levasse para fora da festa não me preocupado que ele pudesse fazer algo contra a minha integridade física. Talvez fosse um grande erro, mas naquele momento eu só podia me sentir respirar novamente por estar longe o suficiente de todos os olhares e de Frebreric. O homem cheira a floresta e madeira, quis me chutar com muita força por de repente querer me aproximar dele mais do que estávamos.

Passando pelo grande jardim da propriedade da minha família, o homem me levou a uma parte desconhecida onde existe grandes arbustos e muitas árvores, e estava especialmente muito escuro por lá.

— Eu deveria sentir medo? — resmungo, puxando meu braço do seu poder de repente. O fato de estarmos em um lugar escuro e no meio do que se parecia uma grande clareira me fez lembrar o quanto isso é perigoso. Eu tinha assistido muitos filmes de terror ao longo da minha vida para saber que é extremamente perigoso. Garotas idiotas morrem facilmente nesses filmes ao serem enganadas por um homem bonito e viril, e eu estava agindo como uma delas.

Tentando manter espaço entre nós, me afastei dele caminhando até o tronco de uma árvore caído. O meu salto afunda na terra quase me desequilibrando, mas continuei firme. Estava escuro, difícil de se andar por aí, no entanto eu resolvi me afastar do homem e tomar algumas respirações. Ele por sua vez, bufou alto o suficiente para que eu pudesse ouvir e sua grande forma se aproximou de mim como se eu ter me afastado dele fosse um grande pecado.

— O que está fazendo? — o seu modo rude me faz pensar que ele é o tipo de cara que tem as mulheres ao seu modo, isso revira o meu estômago de uma maneira que não posso começar a descrever, apenas sentir. E é estranho além da comparação.

— Eu perguntei se deveria sentir medo por estar aqui com você, por você ter me arrastado para fora da festa do vovô e por ter ameaçado aquele pobre garçom. — me equilibro em uma árvore, tentando enxergar os seus olhos na escuridão da noite. O homem está perto agora, mas não o suficiente para me tocar e isso é bom.

— Você sente medo?

Eu busquei em minha mente o tal sentimento, busquei muito fundo e em todos os cantos. Tentei sentir o frio na barriga, minhas entranhas se embolando, o arrepio em minha pele, sentir alguma coisa seja ela qual for, mas nada aconteceu. Eu me dei conta que é como se eu confiasse nele. Talvez seja pela sua aparência matadora de um galã de filme, talvez seja aqueles olhos bonitos ou talvez seja o modo como ele diz que sou sua esposa. Eu nunca fui nada de ninguém, senão alguém para foder quando desejado. Uma boa neta que abaixa a cabeça sempre que ordenado. Uma boa amiga quando precisado. Mas eu nunca fui de alguém, não até esse desconhecido cruzar o meu caminho e insistentemente dizer que sou sua, sua esposa.