Hotel de Seattle, 06:00 p.m.
A Doutora Harley Quinzel acaba de chegar de sua palestra na cidade de Seattle e parece estar exausta. Ela se despede do motorista, Jarbas, que a trouxe do evento como Ian havia dito. Ele explicou que havia pego toda sua bagagem no aeroporto e deixado com os funcionários na recepção do Hotel. Ela agradeceu e desejou-lhe uma ótima noite. Parou de contar na terceira pergunta que haviam feito para ela naquele congresso. Mas estava satisfeita por ter dado uma ótima abertura naquela conferência de três dias. Sua participação havia terminado e se quisesse poderia assistir aos próximos como alguém normal da plateia. Até cogitou a ideia de fazer milhares de perguntas para os outros amigos, mas percebeu que preferiria aproveitar aquela cidade do que curtir com a cara dos colegas palestrantes. O porteiro do Hotel Grand Hyatt Seattle, desejou-lhe boa noite, ela assim retribuiu. Observou aquele local e estava impressionada com todo o luxo do lugar, era realmente cinco estrelas, pensou.
Caminhou até o balcão de madeira nobre da recepção que havia quatro lustres sob eles, iluminando-o. Os quatro atendentes saudaram-na e desejaram-lhe boa noite, perguntando se poderiam ajudá-la. Harley concordou, disse que havia feito uma reserva e que um motorista havia deixado sua bagagem com alguém da recepção. Todos confirmaram que sabiam dessa informação e que já haviam tomado as devidas providências. A mala da Doutora já havia sido encaminhada para o seu quarto no trigésimo andar, quarto 2299. Ela agradeceu por toda atenção e foi em direção ao elevador. Pressionou o botão e as portas abriram-se rapidamente.
— É assim que gosto, de agilidade - brincou.
Entrou e logo as portas fecharam-se. Estava sozinha no elevador. Ele era bastante espaçoso e com carpetes vermelhos. Toda arquitetura em dourado, gostava dessa sofisticação clássica em um lugar. Esperou alguns minutos até parar no seu andar e saiu, procurando o cartão na sua bolsa para abrir a porta. Ela sabia que não deveria ter guardado, mas sua mania de guardar objetos a obrigou a fazer o oposto. Passou o cartão na porta e assim entrou. Era um belo local e continha uma bela vista. Tirou os saltos apressadamente e correu para fitar a janela jogando a bolsa no sofá de linho. O céu estava lindo com os tons de azul magnífico, bem diferente de Gotham que parecia ser sempre cinza. O hotel havia mandado algumas cortesias para desejar as boas-vindas, uma garrafa de champanhe francês com morangos com calda de chocolate, sua combinação preferida. Ela leu o pequeno cartão que dizia: Aproveite a estadia!
— Isso não podia ficar melhor!
Começou a desfazer o coque do seu cabelo e depositou os óculos no balcão do bar. Começou a retirar seu jaleco branco e jogar sobre o sofá da sala, estava seguindo para o quarto quando viu sua bagagem. Lá estava sua mala preta-básica. Ela pegou e notou que estava ainda mais pesada do que o de costume. Eu exagerei dessa vez? Parece que coloquei um corpo aqui dentro, pensou. Decidiu que deveria puxá-la ao invés de carregá-la. A conduziu até a cama, depois a pegou para colocá-la sobre a mesma. Limpou a testa como se tivesse feito um enorme esforço.
— Tudo bem, vamos ver que clandestino eu matei dessa vez - brincou, abriu a mala e ficou confusa. - O quê? - arqueou uma sobrancelha.
Centro de Seattle, casa da Pamela Isley 06:10 p.m.
A casa de Pamela era totalmente diferente das casas tradicionais encontradas por toda Seattle, ela preferia um galpão abandonado para cuidar de suas plantas do que uma casa com compartimentos limitados. Fora sua pesquisa e o desejo de chegar em casa, o que ela mais desejava era um banho. Seu lar era composto por várias plantas de distintas espécies, samambaias que desciam do teto, flores enfeitando todos os lados e, claro, sempre, bem cuidadas. Ela começou a retirar seus saltos, a calça jeans e a blusa social azul, deixando amontoadas pelo chão. A mala havia ficado perto do sofá, não parecia tão pesada como era de costume, era isso, ou estava tendo resultado em seus exercícios diários. Olhou a fotografia dos pais, sua mãe estava a esquerda sorrindo alegremente, seu pai logo atrás dela e ela encontrava-se entre os dois. Todos eram alvos, ruivos e de olhos verdes. Ela deveria ter oito anos naquela foto. Prendeu os cabelos ruivos como um coque e avisou para suas plantas que estava em casa.
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E foi à queima roupa
FanfictionSegundo a teoria de, Hugh Everett, o pai dos multiversos, existe um de nós para cada versão da Terra. Gosto dessa teoria, pois gosto de imaginar que a minha outra, Harley Francis Quinzel, possuí uma vida mais divertida do que a minha. Mais agitada e...