Esboço - Parte 3

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Não! Preferi aquela blusa roxa, era mais sexy! — Gus reclama comigo e eu olho pra blusa branca confortável que eu estou usando agora.

— E quem disse que eu quero parecer sexy?

— Você deveria querer... Sabe Tessa, você nem precisa se esforçar muito pra ficar bonita. Muito bonita mesmo... Se eu não lembrasse de você com aquele aparelho escroto e aquele alien que você criava na sua testa, acho que eu até poderia tentar alguma coisa com você...

— Muito engraçado Gus. Se eu não lembrasse do seu cabelo desgrenhado e da sua gagueira quem sabe eu também não poderia te ver de outra maneira...

— Ei! Sem magoar os sentimentos! — ele diz gargalhando e falhando miseravelmente em tentar parecer ofendido.

— Eu prefiro muito você como amigo...

— Eu também — ele sorri. — Mas tá vendo como você é bonita... Até mesmo com essa blusa folgada, esquisita e de cor duvidosa, você está linda.

— Obrigada Gus — sorri e pego a blusa roxa. — Só porque me fez esse elogio tão atencioso, vou seguir o seu conselho e usar essa daqui.

— Assim que eu gosto de ver. Mas se apressa, senão o clube vai ficar muito lotado e as melhores meninas já vão encontrar alguém pra se esfregar.

— Credo Gus! Acalma esse ser insaciável dentro da tua calça que eu vou já e nós saímos.

Devidamente vestida com a camisa "sexy" e arrumada, fomos em direção a minha comemoração. Talvez fosse tomar alguns chopes então preferi deixar o carro em casa.

Pensei que o clube fosse ser um local barulhento, cheio de gente dançando alucinada, com uma música alta, mas incrivelmente era um local bem organizado e dava pra conversar tranquilamente. O local estava cheio de gente da nossa idade e ninguém ali parecia querer alguma coisa séria.

Gustavo já vai colocando uma garrafa de cerveja na minha frente e propõe um brinde.

— Ao seu estágio! Que você consiga desenhar tudo o que sempre sonhou e muito mais!

— Mas você não é uma pessoa extremamente atenciosa? Obrigada Gus, um brinde a isso!

Batemos os nossos copos e tomei um bom gole. A cerveja estava gelada e desceu suave e muito bem-vinda em minha garganta. Quando abaixei a garrafa percebi que tinha bebido mais da metade dela.

— Com sede hein Tessa?

— Ah Gus, não enche! Você não ia procurar alguma coisa pra se esfregar hoje?

— Mudei de ideia. Vou comemorar propriamente com você hoje! Então pode pedir o que você quiser, que hoje é por minha conta!

— Uau! Mas você só está falando isso porque sabe que eu não bebo muito...

— Também, mas estou fazendo isso porque você merece!

Tomo o restante da minha cerveja em um outro longo gole e coloco o casco seco em cima da mesa.

— Pois pode me trazer outra cerveja dessa que hoje estou me sentindo diferente. Vou fazer você se arrepender de me bancar hoje — abro um sorriso e em vez dele ficar chateado comigo, ele sorri também.

Nem sei quantas cervejas tomei e nem lembro quando foi que eu troquei a cerveja pela vodka.

Só me recordo de rir muito ontem à noite. Lembro do Gus entrando num táxi comigo e me levar nos braços de volta para o apartamento. Ele dormiu comigo, mas não no sentido carnal, que fique bem claro.

Tinta VivaOnde histórias criam vida. Descubra agora