3 - Terror das Redondezas

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  Enquanto as notas de música se proferiam no ar, de um piano no qual eu não sabia a localização, eu recolhi meu caderno do chão lentamente, olhando pra janela, como se estivesse esperando elas aparecerem, será mesmo que elas vão aparecer? E logo agora? Eu vou perder a primeira aula, a minha professora é chata pra caramba e está louca pra me ver dar brecha pra ela me ferrar!
  - Iai três loucas, vocês vão aparecer ou não? - Perguntei pro vento, não obtive resposta, e a melodia do piano sumiu. Simplesmente parou do nada. Continuei olhando pra janela, esperando...
  - O que você está fazendo aí? - Uma voz grave se pronunciou atrás de mim e eu dei um pulo de susto, quase caindo pra trás e fui segurada por braços fortes. Era um garoto que me assustou, muito lindo por sinal e que me segurou também para que eu não me esborracha-se no chão.
  - Você está ciente de que quase me matou de susto né? - Indaguei tentando recuperar o fôlego que fugiu dos meus pulmões quando eu quase tive um infarto. Eu estava nos braços dele, olhando nos olhos dele, ele era lindo. Muito lindo.
  - E você está ciente da lenda do primeiro tempo né? - Perguntou o rapaz como resposta a minha pergunta e então eu me afastei dele, encostando as costas no armário e coçando os olhos nervosamente. Os cabelos desse ser humano eram cinza, mas ele não era velho, era só um garoto alto que gostava de pintar o cabelo. Eu acho.
  - Me desculpe, não queria deixa-lá assim. - Disse ele pegando nas minhas mãos e eu pensei na hipótese de me afastar de novo.
  - Assim como? - Indaguei pendendo a cabeça no armário atrás de mim, eu estava ficando corada com a mania de aproximação desse garoto e meu coração ainda estava batendo forte.
  - Tremendo. - Disse e foi só então que eu percebi que eu estava com as mãos e o corpo todo em estado de choque, tremendo. Tanto, a ponto de não conseguir controlar minhas próprias mãos nas dele.
  - Não foi você é que... Eu escutei um grito e... - Comecei a explicar e ele me interrompeu, praticamente me pondo contra o meu próprio armário e me cercando com seus braços.
  - É perigoso ficarmos aqui, temos que ir ficar com os outros alunos. - Disse ele e eu coloquei minhas mãos trêmulas sobre seu peito tentando afasta-lo.
  - Você sabe que isso que acabou de fazer foi estranho, não sabe? - Perguntei me referindo ao exagero de aproximação dele.
  - Me desculpe, permita-me apresentar-me, sou Taehyung e iremos morrer se ficarmos aqui, e qual seu nome? - Disse ele sem cerimônias, seu corpo estava quase colando no meu, e eu acho que ele tem tanquinho, meu santo Kook, acho que é hoje que vou morrer, vendo que eu estava demorando pra responder ele passou a língua nos lábios para umidece-los e então me pegou pelo pulso e começou a me arrastar corredor a fora para as escadas.
  - Alícia. - Respondi quando já estávamos na metade da escadaria que levaria ao andar de baixo.

  - Pra onde estamos indo? - Perguntei quando descemos mais um andar, faltava só mais um pra chegarmos na área de trás da escola, era um campo enorme que provávelmente está molhado por causa da chuva que caiu durante a noite

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  - Pra onde estamos indo? - Perguntei quando descemos mais um andar, faltava só mais um pra chegarmos na área de trás da escola, era um campo enorme que provávelmente está molhado por causa da chuva que caiu durante a noite.
  - Estamos indo ver quem gritou. - Respondeu ele e eu puxei meu pulso de volta, me afastando do garoto.
  - Não tenho tempo pra solucionar mistérios, vou perder a primeira aula, e vou me ferrar legal se eu perder a primeira aula. - Falei e ele umideceu os lábios e depois mordeu o lábio inferior, e eu acho que corei de novo, esse gesto foi bem sexi.
  - A sua professora chata já está lá embaixo, muita gente tá lá, aconteceu alguma coisa grave. - Explicou ele me pegando pelo pulso de novo e eu escapei da mão dele de novo.
  - Como você sabe que ela é chata? - Perguntei e ele me pegou pelos dois pulsos dessa vez e tentou me arrastar pra baixo, mas só conseguiu me fazer descer um degrau, então eu fui posta contra parede novamente, e ele me segurou. Sua expressão facial parecia bastante impaciente. Ele passou a língua nos lábios de novo. Eu corei de novo.
  - Posso ler mentes. - Disse ele abrindo um sorriso e eu fiquei séria, será que ele sabe que eu achei ele lindo?
  - Ta brincando, não tá? - Perguntei e ele soltou meus pulsos, me olhando de cima à baixo me fazendo corar mais uma vez.
  - To. Eu só deduzi que a sua professora era chata. Agora você vem comigo até lá embaixo? - Disse ele e eu tive que me conter pra não suspirar de alívio. Por mais que eu quisesse.

  Quando chegamos no campo tinha uma multidão de alunos e professores andando de um lado pro outro, uns chorando, outros vomitando e outros horrorizados. Taehyung apertou minha mão e fomos até a roda de pessoas ver porque tanta gente estava reagindo estranho. Assim que senti o cheiro de sangue eu já sabia. Era o terceiro caso dele. Tinha até todos os traços, era realmente do Terror das Redondezas aquela obra de arte doentia.

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