Capitulo 40 - Por quê a Juventus é a melhor equipe do mundo.

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Este clipe é a cara do término do Paulo com a Kat em Roma, nos capítulos anteriores. Assistam, e relembrem comigo aquele momento de dor.

Alguns dos caras estão pulando sobre as minhas costas e do Gonzalo, agitados e eufóricos e mais animados do que deveriam estar

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Alguns dos caras estão pulando sobre as minhas costas e do Gonzalo, agitados e eufóricos e mais animados do que deveriam estar.
Estou tão entorpecido nos últimos dias que mal consigo ter uma reação exata para as suas expressões de carinho que mais pareciam uma puta viadagem.

Estavamos todos no centro de treinamento da Juventus, nos adaptando as novas táticas do Maximilian Allegri para o jogo da próxima semana quando o Pjaca entra correndo no gramado fazendo-nos parar as nossas atividades.

- A convocação da Argentina saiu! -ele disse, agitado.

Reviro os olhos. - Eu pensava que tu fosse croata. Se naturalizou argentino agora?

Ele ri, dando um tapa na minha cabeça. - Seja menos amargo, seu vacilão. -estende o seu celular para mim. Meu nome e o de Gonzalo estão lá. Na lista.

- Foda! -eu digo. Meio animado, meio nem aí.

Nem mesmo sei encontrar um sentimento plausível para debater a minha vida neste instante. Eu estou meio foda-se, sabe? O que acontecer é legal, o que não acontecer é lucro.

- Ou, espera aí. -o Buffon retruca, me fazendo olhar para ele. - Até quando você vai ficar com isso, Paulo? Ser convocado para a seleção de seu país é a coisa mais incrível que pode acontecer a um jogador. Porquê não para com todo este drama?

- Não tô fazendo drama.

Sim, eu estou fazendo. Eu sei disso, mas, eu não tinha culpa da tristeza estar batendo na minha porta quase dois meses depois do término.
Na verdade, eu acho que não chegava a ser tanto por conta do término em sí e sim por quê eu não tive mais notícias sobre ela. Ela não estava na Itália, isto era óbvio. A Cameron Porscher me disse que ela havia voltado para o Chile, mas que também não sabia onde era a sua morada.

- Eu já te disse onde vai ser a primeira partida? -o Pjaca diz e eu o encaro, meio envergonhado.

O Buffon tinha uma grande influência na minha vida. Eu o considerava como um pai, e eu não entendia como mas as suas palavras sempre recaíam como chumbo sobre as minhas costas.
Eu estava num melodrama que havia de parar.

Eu sou o estúpido aqui. Eu peguei garotas, muitas. Eu bebi até encher a cara e cai de boate em boate durante as últimas semanas tentando preencher o vazio com álcool e sexo.
Eu terminei com a Katrina, e a deixei fragilizada numa cidade que ela nunca havia ido.
Eu sou o errado. Fui o errado e estou pagando por isto com o próprio arrependimento.

- No Chile, porra! -o Pjaca grita antes mesmo que eu lhe responda alguma coisa. - Isso não deveria importar pra você? É a sua chance, Paulo!

- Isto é ótimo, mask! -o Mandzukič comenta.

Não sei se é o fato de eu sempre ter sido o mais imaturo da equipe ou se porque eu sempre fui o fuckboy, mas agora todos eles parecem se importar em excesso com o meu coração.
Ganhei 21 psicólogos numa só tacada.

De repente mais da metade parou o treinamento e estão ao meu redor, esperando por uma resposta.
Eu nunca escondi nada deles e durante estes dois meses não havia sido diferente. Nas primeiras semanas eu tentei ao máximo esconder o que havia descoberto, mas, em meio a uma noite de porre na casa de Cuadrado, eu contei pra eles sobre o antigo trabalho da Katrina e desde então, mesmo que alguns tivessem ficado contra, mais da metade me incitava a ir atrás dela.

- Mesmo que ela esteja por lá, eu não faço a menor ideia de onde ela mora. -digo, cabisbaixo.

- Ainda bem que Daniel Alves e Juan Cuadrado existem. -os dois dizem fazendo uma espécie de toque comemorativo. Lembro vagamente do Pogba e do Morata.

Olho para os dois, sem entender.

- Você conhece alguma faculdade por aqui perto, Juan? -o Daniel diz, alegre. Cuadrado ri.

- Talvez eu conheça, Dani. -retruca o Cuadrado. - Talvez a presença de dois jogadores de futebol fazendo um discurso na formatura dos alunos tenha feito algum efeito no diretor de lá, que, de repente, de bom grado, resolveu ceder um endereço de uma certa ficha de inscrição nos anos de 2011-12.

Não. Sim.

- Vocês não...

Estou surpreso demais e nervoso demais e agora sou eu quem quero pular sobre eles.

- Sim. Nós fizemos.

Minhas bochechas queimam conforme o restante dos caras estão nos cercando. Com os olhos vidrados no Daniel que procura algo em seu telefone, nos seus e-mails, eu acho que estou a ponto de desmaiar.

- Condomínios Los Tres Antônios, Ñuñoa, Región Metropolitana, Chile. Apartamento 520. -diz o Juan com o seu espanhol perfeito. - Melhor ainda, cara. Isto é bem próximo do Estádio do Chile.

Olho para o céu, atônito. Fecho os olhos, trêmulo demais para fazer qualquer outra coisa.

- Vocês... -olho para todos eles, cercados ao meu redor. Aponto o meu dedo na direção de cada um, enfatizando o que viria a seguir. - Vocês são os melhores caras do mundo. E eu amo vocês!

Marchisio, Buffon, Douglas, Gonzalo, Pjaca, Pjanic, Bernadeschi, Khedira, Alex Sandro e os outros -que tenho preguiça de citar - correm até mim, me puxando e me abraçando e me levantando no alto.

Tudo iria ficar bem agora.
Algo me dizia isso.

KATRINA | DYBALA ✨ Onde histórias criam vida. Descubra agora