O início

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- Diga-me... quando foi que começou a se sentir assim? - A doutora fala ao pegar a prancheta.
Ele fica calado, nem uma palavra sai de seus lábios.
- Hoje ele está assim... não comeu nada até agora e não pode ir trabalhar pois teve uma crise. - Diz Bianca.
- Ok! Vocês moram perto daqui?
- Não. Moramos próximo a área reflorestada, nos mudamos a algum tempo atrás, pois a estava sendo complicado ficar aqui, no centro da cidade.
- Hum... tudo bem! Não posso dizer o que ele tem, por enquanto. Mas nas próximas consultas posso lhes afirmar. Pode ser?
- Obrigado doutora. Vamos Hany...
Os dois levantam-se e saem do consultório. Hanyel estava com os olhos vidrados no nada, parecia que nada passava em sua mente.
- E aí? - Ariane fala ao desencostar do carro.
- Ela não sabe ainda, ele tem que consultar mais vezes.
- Hany... - Ariane coloca a mão no rosto do amigo. - O que está acontecendo com você? - Disse com voz triste.
- Vamos indo Ari, é arriscado ficar aqui e ele ter mais uma crise. Vamos Hany, entre...
Ao embarcarem no carro, Ariane vai dirigindo de volta para casa. Bianca preocupada, não conseguia tirar da cabeça o que havia ocorrido enquanto eles ainda moravam na Capital.

7 de Julho de 2025.

- Bom dia! - Disse Hanyel.
- Bom dia! - Responderem as garotas enquanto tomavam café da manhã.
- Tenho que apressar, tem mais uma investigação aberta na delegacia, não posso atrasar. - Disse Ariane ao beber um pouco de café.
- Se eu soubesse que passaria o dia todo fora de casa, nem teria te incentivado a ser delegada. - Fala Hanyel ao morder uma maçã.
- Bobo! Vocês me ajudaram muito! Não tenho culpa se sou uma ótima delegada e sou comprometida com meu trabalho.
- Estou ouvindo alguém se gabar? - Brinca Bianca.
Hanyel vai até a geladeira.
- Temos que comprar leite, passo depois do trabalho no mercado e compro. - Disse ele.
- Aproveita e compra alguns vegetais...
- Projeto vegetariana por um dia, aberto novamente? - Hanyel debocha de Bianca.
Ela sorri.
- Vou pegar minha bolsa, tenho que dar aula no segundo horário. - Diz ao se levantar.
- Pegue minha pasta com as apostilas, se não for um incômodo.
- Tudo bem.
Bianca sobe as escadas e vai aos quartos. Hanyel vai até a janela e olha para a avenida movimentada. Seus olhos se fixam no nada.
- Vai dar aula nos dois colégios hoje? - Ariane pergunta.
Nenhuma resposta ela ouve.
- Hanyel?
Ariane olha para Hanyel, ele estava olhando para a janela, tremendo. Derruba a maçã que segurava.
- Ela...
- Hanyel? Você está bem?
- Ela...
- Hanyel?
- ELA NÃO!!! - Ele grita.
Um grande barulho vindo debaixo da casa é ouvido. A casa tremia, o gramado no jardim ondulava como água.
- HANYEL!!! - Ariane gritou preocupada.
Ele cai ao chão, seus olhos vidrados pareciam assustados. Seus dedos entortaram, ele tremia caído ao chão, estava tendo uma convunção.
Bianca desce as escadas correndo. A casa tremia, rachaduras apareciam nas paredes. As árvores do quintal, vistas da janela, balançavam seus galhos e faziam eles se contorcerem para todos os lados.
Ariane tentava parar aquilo falando com o amigo.
- O que aconteceu??
- Eu não sei, Bianca!
- Não está tendo controle sobre os poderes!
Um som magnético vem da terra, outro estrondo é ouvido. O muro se parte, o asfalto racha e faz os carros da avenida pararem e baterem uns nos outros.
- Meus deuses, o que está acontecendo? - Bianca vai junto a eles.
Hanyel ainda tremendo, parecia ouvir as vozes ao seu redor.
- Hanyel? Está me ouvindo? Se acalme... se acalme... - Dizia Ariane.
Aos poucos ele foi se acalmando, a casa parou de tremer e seu corpo foi relaxando. As janelas trincadas mostravam além o que havia acontecido.
- Hanyel? - Fala Ariane.
Ele pisca, parecia falar algo.
- Ari... - Disse com voz trêmula.
- O que foi que você fez? - Diz Bianca olhando pela janela.

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