Dizemos aos outros — que outros?! — que somos altamente inteligentes e evoluídos, e comparados com os mais antigos… Será mesmo?
Aquele que governa, hoje, no bairro, ainda distribui a quem quiser e a quem estiver interessado o velho panis et circenses e às vezes a maioria não tem escolha a não ser desfrutar para, de barriga cheia, confundir-se-lhe os sentidos e ver o lado bom de uma vida que…
O representante do povo grita, motiva, canta, e exclama! Faz ele mesmo, metade do segundo termo dessa política para garantir que possa fazer novamente tempos depois. E do outro lado alguém grita, motiva, canta e exclama! Protesta contra tal evento, não por se importar com… E sim por querer, dali algum tempo, fazer ele mesmo. E num outro canto um ser grita, motiva-se, canta e exclama! Faz de tudo para não se lembrar da dura realidade em que vive por não conseguir ter comparecido ao evento que se repete em todos os governos. E em algum canto qualquer um alguém quase sem importância em termos de indicadores de desenvolvimento do país quase que não grita, por falta de forças, já não se motiva, por falta de esperanças, não sabe o que é cantar, por falta de conhecimento graças ao descaso, e só exclama, dentro de si. Uma exclamação quase que inaudível se não fossem as lágrimas ressoarem estridentes a alguns aparelhos auditivos sensíveis, e reluzirem uma dura realidade nos olhos de outros que, por algum acaso, voltaram-se para aquela parte pseudoinexistente na cidade. Essa exclamação que é veemente dentro de si, a mais verdadeira de todas, é uma súplica, uma aceitação de uma posição mais que inferior e a necessidade de ajuda de qualquer um. É um único pedacinho de fé a um governador mais poderoso do que todos os poderosos, um governador justo que escreve certo apesar de tudo parecer tão errado. É o acreditar naquilo, mesmo que, aparentemente para todos, não tenha um porquê. É o único modo de pedir, por favor, faça…
Aqueles que algum dos sentidos chegou a presenciar a situação desses seres e veio comunicar ao coração não conseguem mais deixar o pão e circo de lado. Como simplesmente ignorar? Há anos que os aceitamos como verdade absoluta. Daí esses querem mudar o que já está assim há anos, e percebem que deixam de ser o povo que grita, canta, exclama, aplaude! E veem que passam a serem os gladiadores, aqueles que lutam contra enormes feras por sua liberdade. Mas os tempos já são outros e o circo já não é o mesmo, ninguém liga para as batalhas, só quando querem posar de gladiadores vencedores. O circo mudou, o pão também. O pão é escasso, o circo tem que compensar. E enquanto essa política se segue, guerreiros morrem todos os dias pela sua liberdade e pela liberdade daqueles que não podem lutar. Mas de nada adianta toda essa guerra se essas pessoas na sala de jantar ficarem ocupadas em nascer e morrer.
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A velha política de Roma
RandomA gente atravessa a linha do tempo que aprendemos nas aulas de história tão rápido, pra lá e pra cá, e nem nos damos conta de que já fizemos um balaio de gato. Em que período a gente tá mesmo? Tá tudo tão misturado! Imagine a tecnologia de hoje nas...