Capítulo Dezessete

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- Você precisa conversar com ele Regina.- Cris insistia, enquanto caminhava pelo corredor do supermercado.

- Já falei que não vou Cristina.- Peguei o molho de tomate que estava na minha frente e coloquei no carrinho.- Eu só... Deixa eu ter um tempo.

- Já faz quase uma semana que você o ignora.  Não tem um dia em que ele não pergunte de você.- Cris parou no meio do corredor para poder me encarar.

- Preciso de mais tempo.- Senti minha cabeça girar e por impulso coloquei a mão nela, como se meu ato fizesse aquele "carrocel" parar.

- Você está bem?- Indagou preocupada.

- Estou, eu só.- Eu me encostei na prateleira atrás de mim.- Minha cabeça tá girando.

- Vamos no hospital.- Falou caminhando para o caixa.

- Não é nada Cristina, talvez seja só porque eu não tomei café.

- Mesmo assim. Nós vamos, aproveita que o Phill não está no hospital hoje. Ele sim tem que ser ignorado por você.- Eu revirei os olhos em resposta.

Cristina levou todas as compras para o caixa e em seguida foi para o estacionamento. Ela dirigiu o mais rápido que pode para o hospital, comecei até a pensar que ela achava que eu estava tendo um infarto.

Quando chegamos fomos atendido pelo Lucca, um dos médicos que cuidou de mim quando eu estava em coma.

- Essas tontura começaram quando?- Indagou ele em pé ao meu lado.

- Não sei exatamente, talvez á uma semana e meia eu acho.- Falei e percebi de imediato o olhar de repreensão da minha irmã.

- E você não me contou?

-Desculpa, achei que talvez não fosse nada.- Falei cruzando os braços ante o peito.

- Isso foi um pouco imprudente da sua parte Regina, você deveria ter vindo aqui, você sofreu um grave acidente e qualquer sintoma anormal que você venha ter pode lhe custar a vida.- Ele olhou meu prontuario.- Vou pedi um exame de sangue e uma ressonância, volto com seus exames em alguns minutos.- Ele falou e saiu.

- Acho isso desnecessário, eu só não tomei café.

- Olha pelo lado bom, se não for nada você vai poder dizer, eu te avisei.- Sorriu de maneira sarcástica, em seguida pegou o celular e digitou algo nele

Um interno me levou para fazer a tal ressonância, um total desperdício de tempo, eu sabia que não tinha nada de errado com meu cérebro, por que era tão difícil desse povo aceitar isso?

Apos feito a ressonância  eu fui levada para um quarto onde eu esperei pelo Lucca, para que ele me dissesse que não tinha nada em meus exames, e que eu só precisava me alimentar direito. Eu fui medica, com certeza saberia se tivesse algo errado comigo. 

.- Agora voltando a nossa conversa.- Cris começou a falar minutos depois de eu ter me acomodado no quarto..- O Caio estava no quarto com você, um dia depois de você ter saído da cirurgia, quando o cara de pau do doutor Phillipis chegou com ele e o chamou para terem uma conversa em particular. A principio o Caio pensou que ele ia falar a respeito do seu quadro clinico, mas o que aquele sínico falou para o seu marido não tinha nada de profissional. Ele falou para ele sobre o caso que vocês tiveram, tudo no intuito de fazer ele te deixar, e isso quase aconteceu, mas ele te perdoou Regina, ele não se afastou de você, mas te esperou por três anos, até que você acordou, ele ainda esperou algumas semanas para que você estivesse pronta para morar com ele novamente,  e agora ele está esperando por você de novo, até que você perceba que o que viu foi apenas um mal entendido. Quanto mais você vai fazer ele esperar?

Eu encarei o chão por alguns momentos, não queria encarar os olhos da minha irmã e admitir que tudo o que ela disse era verdade, eu sabia que ela tinha razão.  Cristina suspirou e sentou-se ao meu lado.

Enquanto eu esperava o Lucca voltar com o resultado dos exames, eu observei o lado de fora do quarto, de onde eu estava eu pude perceber um residente que eu não conhecia atendendo um homem com uma fratura no joelho, ele parecia meio perdido em seu diagnostico, pelo que, o paciente ficou alterado e começou a ordenar que ele chamasse um medico mais competente. 

De longe eu vi o Lucca voltar com meus exames em mãos, ele parou no caminho e falou algo para uma enfermeira, que assentiu e saiu indo para outro setor do hospital.

-Bom, esses são os seus exames, e a boa noticia é que não deu nada na sua ressonância.

- Foi o que eu disse.- Falei e olhei para a Cris que revirou os olhos.

- E o resultado do seu exame de sangue é que você está gravida.- Lucca sorriu enquanto me dava a noticia, enquanto a mim, senti meu corpo gelar dos pés a cabeça.

CONTINUA

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