Capítulo 1

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Eu estava no último gole da minha xícara de café pós almoço quando meu celular vibrou em cima da mesa, iluminando a tela contendo a notificação com um nome: Thomas Ackles.

"Está livre para me encontrar às 14:30?", era o conteúdo.

Digitei uma resposta rápida enquanto mastigava o restinho do doce que eles sempre colocam ao lado, no pires:

"Claro, sempre às ordens. Onde?"

Dois minutos e o celular vibrou novamente.

"Na minha casa. Você já sabe o esquema."

O "esquema" que ele se referia era como eu entraria no prédio dele. Ele deixava comunicado à portaria e bastava apenas que eu me anunciasse. A senha que deveria ser inserida no visor do elevador sempre mudava, mas ele me encaminhava por SMS. Não precisava de chave.

Respondi apenas um "Ok" e me dirigi bem lentamente ao caixa para pagar o almoço, porque havia ainda muito tempo. Como ele não havia especificado nada a respeito de vestuário, significava que ele queria o de sempre: roupas simples que convinham com a nossa idade.

Apesar de Thomas não aparentar nenhum embaraçado ao fato de contratar meus serviços, para um cara de 25 anos ele era bem discreto. Prático, na verdade.

Você deve estar se perguntando porque um cara desses, novo, rico e bonito - muito bonito, aliás - iria contratar serviços de uma prostituta de luxo sendo que ele poderia ter isso em abundância e de graça. Bom, existem alguns segredinhos que você precisa saber.

Homens ricos e novos como o Thomas muita vezes não querem gastar o tempo deles com galanteios. O processo todo de acasalamento com mulheres de mesmo cunho social que eles às vezes pode ser muito penoso e até mesmo chato. Não estou dizendo que eles não gostam - às vezes podem até apreciar sim -, mas às vezes eles só querem sexo e ponto. É muito simples.

E os gostos sexuais deles podem ser bem mais incomuns do que você imagina. Aliás, neste sentido, acho que eles são os piores, os que mais gostam de coisas estranhíssimas.

No caso de Thomas, era a questão da praticidade - como tudo a respeito dele, pelo que pude observar - e também a questão de isenção de delicadeza. Ele não precisava se preocupar em dizer algo errado ou fazer algo que pudesse me magoar. Tudo foi acordado logo no primeiro programa, o que ele queria e o que eu poderia fazer. E, é claro, eu faço e me submeto ao que a maioria das mulheres não se dispõe. Afinal, esse era meu trabalho e eu recebia cada centavo por isso.

Enrolei bastante em meu apartamento e demorei em fazer uma maquiagem o mais próximo do natural, Ackles não gostava de exageros. No vestuário, apenas uma calça jeans com lavagem clara e uma blusa simples de alça branca, tênis Converse vermelhos e um chocker para destacar a região do pescoço, já que ele gostava bastante dessa parte.

Sim, pasmem. Lembra que eu disse que Ackles gostava de vestuário conivente com a idade?

Rapidamente cheguei ao prédio, falando no interfone que iria ao apartamento do Sr. Ackles e fui liberada. Chegando ao dito cujo, nenhum sinal de vida. Comum, se tratando dele.

Ackles era meu cliente há tanto tempo que nós desenvolvemos uma espécie de amizade. Por incrível que pareça, nos conhecemos na faculdade. Nos encontramos em um bar perto do campus depois de alguns meses que eu havia trancado, e eu falei sem mais delongas com o que estava trabalhando e surpreendentemente ele solicitou ao final da noite os meus serviços, e estamos aqui desde então.

Não, isso não é um romance adolescente bonitinho. E não, nós não nos apaixonamos. Apesar de ser um negócio não tão profissional assim, ainda eram negócios. Muito prazerosos, para a minha sorte.

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2017 ⏰

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