Por Onde Andei

Bruna - Ainda não acredito que você teve coragem

─ Ainda não acredito que você teve coragem de fazer uma loucura dessas, Kadu. Quanto mais sem o meu consentimento... – Dona Débora não tirava os olhos de cima de mim. Provavelmente, censurava do meu vestido à minha atitude. E nem tiro a razão dela, eu venho posar de primeira-dama na boate do meu namorado, atrapalhando o andamento da casa com meu salto alto, batom vermelho e vestidinho colado. E, além disso, descubro que Kadu foi pedir que ela fosse minha agente. Isso é cutucar a onça com uma vara muito curta, até para mim que não tenho medo da fera.

─ Nesse momento, minha Brunita, - Não parara com a mania dos apelidos. – é o melhor para você. Vamos torcer que ela aceite.

─ Duvido muito... – O olhar de Dona Débora continuava a me fuzilar. – Aliás, quem foi que disse que eu vou aceitar essa história?

─ Você vai aceitar sim. – Por detrás do balcão, Carlos Eduardo preparava um drinque com agilidade. Colocou no copo e o entregou a cliente que não tirava os olhos dele, do meu namorado, não do drinque. Safada. Daí, antes do meu acesso barraqueira de ciúmes, ele se aproximou do balcão e me puxou para um beijo. Ficou sujo de batom. – Vai aceitar porque sou eu quem está pedindo. – Sorriu para mim e voltou para dentro do bar para continuar trabalhando.

─ Pelo que eu me lembre, nosso trato não era esse. Você é que era o servo das minhas vontades, lembra? ─ Ele me jogou um beijo de longe. – Pedindo assim, é capaz de eu aceitar mesmo. – Sorri de volta.