All eyes

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CAMILLE

...

— Que partida acirrada! 117-116, será que a capitã vai deixar o time da Clofyld ganhar?!

O jogo que vai decidir se vamos para as nacionais ou não, o jogo que vai determinar se sou uma boa escolha para capitã desse time, todos esperam que eu seja a melhor, que eu sempre ganho, mas ninguém sabe o que passei para chegar aqui. Afinal, às vezes eles vão mandar você fazer coisas que nem eles sabem fazer.

— Qual o plano capitã? — pergunta um dos jogadores me olhando nos olhos após perdemos uma cesta de três pontos.

— 117-119! O que está acontecendo, capitã?! — grita o juiz já desesperado.

— Escutem todos! Falta um minuto para o jogo acabar! Temos uma chance de três pontos! Vamos fazer o que combinamos. — eles acenam com a cabeça e voltam para suas posições.

— Número 10 e 5, me deem cobertura! 14 e 6, vocês sabem o que fazer.

— Um minuto, meus caros amigos, será que ela consegue virar o jogo?! — respiro fundo e dou sinal para os rapazes.

— Mas o que é isso?! A partida está prestes a acabar e eles vão mesmo tentar uma de três pontos! — os rapazes já estavam cansados e eu também, pareceria que minhas pernas não aguentavam mais correr.

10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1...

— Não acredito! Nossa capitã conseguiu mais uma vitória! De 120-119! Podem vibrar e gritar a vontade, afinal nosso time é agora um dos melhores!

...

— Camille! Acorda! — acordo desesperada com um amigo me chamando.

— O que foi?! Estou acordada! A gente ganhou?... — ele sorri enquanto eu me levanto do banco do ônibus.

— Não, a gente mal chegou ainda. — responde ele.

— Então por que me acordou?! — ele joga a bola em mim e eu a pego antes de acertar meu rosto.

— Assim que o ônibus parar, quero jogar um pouco com você. — diz ele com um olhar desafiador.

- Clay, você é o capitão. — seu sorriso some ao ouvir isso.

— Não, por quê? Você ainda pode jogar. Não pode? — olho aquela bola fixamente lembrando daquele jogo onde foi o fim de tudo.

— Cam, pare de lembrar de dois anos atrás! — devolvo a bola a ele e me deito no banco novamente.

— Me acorde quando chegarmos, em São Francisco de preferência.

Depois de algumas horas na estrada, nós chegamos a São Francisco, lar doce lar, nós estávamos jogando em Oakland e ganhamos mais um jogo, hoje somos os melhores, mas antes competia apenas pelo colégio.

Clay é meu braço direito e capitão do time de basquete, os Black Wolves competem hoje sem sua amada capitã.

Faz dois anos que não jogo, apenas treino eles e lembro da época que eu jogava, com apenas 10 derrotas, nós somos bem cobiçados entre os olheiros.

— Capitã, nós vamos treinar? — pergunta um dos jogadores para mim.

— Deixei de jogar ao lado de vocês há muito tempo, não mereço esse título. — os jogadores me olham sem saber o que dizer.

— Mas foi graças a você que chegamos aqui, ganhamos um nome e uma vaga na NBA. Você foi a melhor capitã que esse time já teve. — diz um deles.

— Você só deixou de jogar ao nosso lado, mas continua nos treinando. Por isso continuamos ganhando. — olho para Clay e vejo o quanto eles são gratos por me ter.

I Depois do último jogo (português BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora