- Bom dia, Arthur – Ricardo, o supervisor do recrutamento, me cumprimentou quando entrei na sala e fechei a porta – Bem vindo à nossa empresa.
- Obrigado, Senhor – respondi, fina, tirando a bolsa pendurada no braço e colocando sobre o colo. Estava linda vestida com o terno caríssimo da Remo Fenut. Tinha tanto gel no meu cabelo que chegaram a me perguntar se não havia tirado o excesso de sabonete no banho. Mas eu estava plena, com um sorriso lindo e com cara de já contratada. Só que, enquanto fazia a linha culta, não pude deixar de avaliar aquele Homem com H maiúsculo e toda aquela masculinidade exalando pelo seu corpo. Rosto fino, expressão forte de safado. O cabelo penteado para trás com finalização de cera, aquele terno sem qualquer pelinho de lençol, um bigode de cafajeste e um sorriso tão perfeito que fazia meu cu fazer Ploc igual goma de mascar estourando.
- Você se candidatou à vaga de Operador de Caixa, correto? – ele questionou, me encarando tão profundamente que fiquei desconfortável – Tem experiência na área?
- Sim, claro – respondi de forma tão segura que me lembrei de Leona Vingativa – Eu sei operar.
- E o que mais?
Fiquei em silêncio, ainda com um sorriso. E respondi logo em seguida:
- Operar o caixa.
- Sim. E o que mais você já fez no caixa?
“Não oferecia nota fiscal praquela gente folgada”, pensei, mas me segurei e respondi:
- Ah – Joguei meu cabelo, mas ele não se moveu – Eu passava as coisas, tipo o arroz, a banana, mas não gostava muito de pegar em carne porque é úmida. Mas a linguiça defumada eu passava numa boa. E não posso deixar de mencionar hidratante, né? O povo adora comprar hidratante, e eu tenho minhas suspeitas do porquê.
Ricardo me encarava sério. Eu não sei se estava agradando, mas era tudo verdade. Ele analisava meu belo currículo, mas não dizia uma palavra qualquer. Até que ele se levantou e senti aquele perfume caro e importando entrar em meu nariz. Fiquei dura, aquele macho cheirava a sexo. Respirei fundo, e ele sentou na mesa e cruzou os braços.
- Por que eu deveria te contratar? – perguntou, me desafiando.
- Posso ser eu mesma? – questionei, colocando a mão no peito.
Ele assentiu e, então, eu me levantei tão poderosa quanto um Uchiha, o encarei como Paola Bracho encararia Carlos Daniel, sorri e falei pausadamente, sílaba por sílaba:
- Porque eu sou digna.
- Hum – ele pareceu gostar do meu afronte. E eu não parei.
- Eu sei trabalhar com gente, meu amor. Eu entendo de mercado. Eu entendo de produtos. Meus olhos são como os de uma pantera. Meu olfato como o de uma cadela e o melhor de tudo: Eu amo dinheiro, e não perco a contagem nunca.
Sentei-me ao seu lado e cruzei minha perna, completando:
- Além do mais, eu adoro uma comissão...
Ricardo me olhou fundo, deu um meio sorriso e disparou:
- Eu te conheço, Arthur Anfilier. Você não é santo. Você é uma vagabunda, chupadora de rola, adora quicar em um mastro dotado e não perde a oportunidade quando o negócio é homens maduros.
Eu ri, de nervoso, tentei fazer a desinformada.
- Como assim, moço?
- Eu sou do Whatssap DIVOS gay Brasil também.
(Página do Facebook)
Arregale meus olhos num susto repentino. Senti que a câmera da vida se aproximou dando close em meu rosto apavorado. Ele sabia sobre a minha vida secreta, pensei. Me levantei da mesa e caminhei passos à frente, ficando de costas para Ricardo, respirei fundo e disse:
- O que está dizendo? Eu desconheço esse grupo!
- Doce de leite, Hidratante... – ele se aproximou de mim. Senti suas mãos apertarem meus ombros e amoleci diante daquela massagem. O perfume tomando minhas narinas – Cu de bolhas... Eu sei o quanto você é safada. E sabe do que mais? Eu adoro isso... Por isso te selecionei para essa entrevista.
Me virei, e meus olhos encontraram os seus. Senti aquele hálito fresco e nossos lábios quase se tocando. Sua perna roçava a minha e senti o membro gritando para sair daquela calça e me atolar.
- Quanto é o salário? – perguntei, e ele me beijou, apertando minha bunda com tanta força que senti as nádegas saírem do lugar.
- Dois mil e quinhentos..
Baixei o zíper de sua calça e o pau veioso de quase 23 cm pulou afora, babando. Me abaixei e o segurei, olhando para cima.
- Tem VR?
- VR, VT, VA, Assistência Médica, convênio com Smartfit, Desconto em faculdade – ele disse.
E então, abocanhei aquela rola com toda a minha gula, engasgando de início, mas depois chupando lentamente enquanto ouvia aqueles ruídos de prazer saindo de sua voz.
- E o melhor de tudo – Ricardo disse, pegando meu pescoço e me levantando.
- O que ? – falei com voz de puta.
- Tem Comissão.
- AI, ENFIA ESSA ROLA NO MEU CU AGORA, CARALHO – gritei e ele tampou minha boca, me virando de costas e me colocando de quatro na mesa do escritório, dando uma única cuspida no meu cuzinho piscante, até engrenar sua geba dentro. A cabeçona de cogumelo entrou com muita dificuldade, e eu segurei meus gemidos de dor, mas depois entrou com tanta força que senti a extremidade rasgar. Não sei como cagaria no dia seguinte, mas queria ser encurralada até o talo por aquele chefe gostoso.
- Vai, chefinho! Mete gostoso no cu do seu subordinado, mete! – falava, baixinho, para a secretária lá fora não ouvir – Isso, não para não. Faz uma auditoria nesse cuzão, faz, caralho!
O estalo do saco batendo era muito alto. Um saco pesado, graúdo, caipira, de macho. A rola grossa entrava e saía cada vez mais vermelha pelo pulsar do sangue. Ricardo arranhava minha bunda morena com as unhas, deixando tantas marcas que quando chegasse em casa deveria contar ao fábio que fui arranhada pelo Wolverine.
- Mete gosto, mete com força, porra – não parava de pedir rola enquanto chorava de tesão. Meu pau esfregava no meu próprio currículo e manchava a mesa de baba – Ai, que gostoso, eu vou dar a semana toda pro meu chefe e folgar linda no fim de semana. Ai que caralho gostoso!
- Pera aí – Ricardo parou a penetração – Eu não disse isso. Você vai trabalhar na escala 6x1, meu amor. Vai folgar em domingos alternados.
- YUKE? – berrei, tirando meu cu da rola e sentando em cima da mesa, incrédula – EU TO DANDO MEU CU PRA VOCÊ E VOU TRABALHAR NOS FINAIS DE SEMANA? É ISSO MESMO?
Ricardo riu da minha cara, dizendo:
- E você acha que vou registrar você como doadora de cu em escala 5x2? Querida, vamos separar profissional do pessoal. Você vai trabalhar no caixa, meu amor. Passar compras, oferecer nota
- EU NÃO VOU OFERECER PORRA NENHUMA – gritei de raiva – Ninguém me falou que eu ia trabalhar nos finais de semana. Eu tenho muita coisa pra fazer no sábado e não vou largar minhas maratonas de Greys Anatomy com o mozão pra ficar aqui nessa porra de Atacado!
- Vai tomar no cu, meu anjo – Ricardo falou, arrumando a calça e indo para seu assento – Você é uma fudida e vai passar a vida toda sendo uma fudida. Quer ser operadora de caixa? Estude. Agora, sai da minha sala!
Que filho da puta! Não aguentei de raiva, peguei minha pastinha e me virei. Antes de sair pela porta, olhei para trás, sorri diabolicamente e disse:
- Vai tomar no cu, Assaí filho da puta. Eu vou é trabalhar no Atacadão!
Cuspi no chão e abri a porta. A secretária tombou e caiu em cima de mim, com o zíper da saia aberto e os dedos úmidos.
- Ai, desculpa moço.
Olhei para seu rosto e me espantei.
- ADELAIDE?
- ARTHUR ? - ela berrou – CARALHO, EU FALEI PRA VOCÊ ENTREGAR CURRÍCULO NO ATACADÃO, PORRA! Esse chefe é close erradíssimo!
- Volte ao seu trabalho, Adelaide – Ricardo exclamou.
- VAI TOMAR NO SEU CU, ANJO – Adelaide respondeu, séria – TODO DIA UMA FODA COM UM CANDIDATO DIFERENTE, E HOJE O MEU PRIMO? EU VOU TE DENUNCIAR, SEU PORRA!
Ricardo riu de nervoso. Eu fiquei sem reação, constrangido pelos acontecimentos em que havia me metido.
- Podemos conversar civilizadamente? – ele perguntou, claramente envergonhado.
- Podemos sim – ela respondeu – O negócio é o seguinte: Quero escala 5x2, sábado e domingo eu vou roçar minha bunda na rave. Quero novo contrato na minha mesa até segunda, às nove da manhã, ou seus relatos vão virar tour na internet.
Ricardo ficou calado, enquanto Adelaide me puxou sentido a saída do mercado.
- Agora, vamos embora, Val. É hora do almoço, e depois do almoço eu vou passar muito mal e precisar ir embora, mas ao mesmo tempo eu estarei aqui, trabalhando. Será que você me entendeu, Ricu???
- Adelaide... – Ricardo tentou falar.
- Meu cu – Adelaide respondeu, e foi embora comigo para o Atacadão. Fiz entrevista com outro supervisor. Dessa vez não dei meu cu, mas consegui o emprego. Hoje trabalho de segunda a sábado e folgo em domingos alternados. E aprendi que não é a rola grossa do chefe que vai fazer você trabalhar de segunda a sexta, mas seu esforço para crescer dentro da empresa.Fim.
Arthur Anfilier.Edit: aos que leram até o fim, ouçam minhas palmas porque nem eu consegui reler. Que livro da porra.