Baú

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- Bom dia, Shadow. - Adriana diz ao seu gato. - Comprei ração sabor peixe! Ração sabor frango enjoa, não é?
- Miau! - O gato responde ao passar entre as pernas de Adriana e ir comer sua ração.
Adriana, conhecida por muitos durante anos como Adriana Necromante, se manteve como tutora dos jovens que criou com muito apreço. Ela os ensinou a descobrir seus reais poderes e a desenvolver melhor cada uma de suas habilidades.
- Saudade... - Ela diz ao pegar uma fotografia sua com seus três filhos, como assim chamava.
Indo até a cozinha, pega um pouco de café que acabara de passar na cafeteira. Senta-se próxima a mesa e pega o jornal do dia. "Novos cadáveres encontrados irreconhecíveis nos destroços do antigo Campo de Inquisicao". Adriana treme por um minuto e termina de ler a notícia.
- Encontrados hoje, três cadáveres mutilados nos destroços do antigo Campo de Inquisição da Capital, o local que foi cenário de massacres impiedosos feitos pela Antiga Ordem Mundial... - Adriana bebe um pouco do seu café e larga o jornal.

- Salve Hécate, rainha das bruxas, protegei a mim e aos meus filhos. Não deixe que mal volte a reinar... - Adriana diz ao acender uma vela em seu altar.
Fica meditando por um tempo, mas sua concentração é interrompida por barulhos em seu porão. Adriana abre os olhos e suspira forte.
Com passos sorrateiros, Adriana caminha até seu quarto onde ficara a entrada para o porão. Ela retira o tapete e ergue a tampa de madeira que se camuflava com a cor do piso. Seu porão guardava lembranças boas e ruins, itens e livros sobre linhagens e de feitiços poderosos. Descendo as escadas, Adriana passa a mão sobre o sensor de luz, fazendo o porão escuro se iluminar.
Lá em baixo, as prateleiras empoeiradas lhe fizeram espirrar. Estava procurando a origem do som, quando vê o velho baú tremendo. Ao passar a mão sobre a fechadura, ela o abre com sua magia, no baú haviam livros velhos, mas um deles era o que estava produzindo os barulhos.
- O livro das classes... - Disse ela ao pegar o livro que pulsava como um coração.
Adriana abre o livro, as páginas vagas, começam a ser escritas. - Gutton, Eledom, Navask, Sflavirc... - Disse ao ir lendo as classes.
Ao chegar na última classe.
- As Negras... - Disse ao ver a página dedicada as bruxas do caos pulsar.
As páginas seguintes começam a tremularn algo estava errado. Manchas de tinta começam a aparecer, eram símbolos indicando que algo iria acontecer.
- Não é possível!!! - Adriana põe a mão na boca.

- Malditos sejam os que nascem em meu domínio! - Uma voz surge atrás de Adriana,  lançando o livro para dentro do baú e o trancando.
- O que é iss... - Adriana se vira e fica paralisada.
- Olá, Adriana Necromante. - Disse a voz que vinha da das sombras.
- O que você quer comigo?
- Hahaha... eu? Eu não quero nada de você...
Adriana dá um passo para trás ao ver que algo se aproximava.
- Vá embora, criatura das trevas! - Adriana ergue sua mão para o ser.
- Abaixe esta mão, velha! Está tão velha que não é nem a metade do que um dia foi! - Uma sombra se move e se posiciona frente a frente com Adriana, se partindo ao meio, abrindo duas asas negras e tomando a forma de uma mulher de cabelos vermelhos.
- Agnes...
- Reconhece o corvo quando o vê? Hahaha... boa garota, ou melhor... boa velha.
- Calada, cria das trevas! Suma agora! - Adriana faz energia escura fluir entre seus dedos.
- Calada você, velha miserável! - Um vento ruge, jogando Adriana contra a parede.
Adriana solta um gemido de dor.
- Maldita! - Adriana fala ao tentar sair da parede.
- Eu sobrevoo a carne dos que já morreram. Eu observo o medo nas sombras. Eu sou a mente perturbada. - A bruxa falava e Adriana contorcia-se de dor na parede.
- Cale a boca, vadia desgraçada!
- Eu sou o corvo da trigésima colina de sangue... eu sou a sua segunda MORTE!!!
As luzes explodem, as prateleiras voam ao chão. O velho baú, juntamente com caixas e outras coisas, foram lançadas contra as paredes. Adriana cai ao chão e a bruxa se transforma em um corvo que sai voando para fora da casa de Adriana.
Caída ao chão, seu coração palpitava forte. Adriana estava suando e sentindo fortes  pelo corpo. Ofegante, ela põe a mão no coração.
- Minha Deusa... nos livre do mal que surge das trevas...

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