Capítulo 3

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24 de abril de 2017

7:30 da manhã

O dia começou com uma neblina densa, que não demorou a ser dispersa pelo sol da manhã. Como qualquer outro dia, os pássaros começaram a cantar e as pessoas começaram a se movimentar. Com uma roupa de cores neutras, andava o artista plástico, Wilson, pelas pedras da calçada. Ele chegou relativamente cedo, falou brevemente com a administração e se dirigiu a quadra. Tinha a ser feito um serviço, uma grande obra numa das paredes da quadra, uma paródia de uma foto de teor militar. Ele começou a pintar com suas latas de spray e, com sua experiência combinada ao seu profissionalismo, terminou em algumas horas.

Porém, algo estava prestes a acontecer. Por pura poesia ou por um acaso cômico, logo após ter terminado de escrever a assinatura de seu nome artístico, foi pego pelo pescoço por uma corda, e seja lá quem o estava enforcando, era relativamente forte. Ele tentou se debater, chutar e socar em direção ao assassino para tentar se livrar, mas o desespero não o deixava ter a frieza necessária para tentar escapar. Pouco a pouco, seus músculos foram relaxando, sua visão anuviando, sua força esvaindo. Ele perdeu o apoio das pernas e o assassino o derrubou no chão. Dava para acreditar que o feito era por motivos pessoais, pois foi realizado com uma fúria que não é comum para assassinos profissionais, além de ter arrancado o dedo da aliança com algo cortante.

Só que havia alguém que, em silêncio por alguns segundos, estava olhando o assassinato: Aline, uma grande amiga de Wilson, e da esposa do mesmo, Helena. Ela soltou um grito estridente, do tipo que faria um assassino entrar em fúria, mas este não o fez, ele na verdade correu.

Depois de ficar alguns segundos tomada pelo horror, Aline saiu correndo e alcançou os policias que estavam fazendo ronda perto da escola. Balbuciando sílabas, ela tentou explicar o ocorrido: um homem de roupas escuras e cabelo castanho, assassinando seu amigo, Wilson. Os policiais chegam ao local e cercam a cena do crime. Horas se passam durante a coleta de dedos e analise dos fatos. O corpo é retirado do local e a família comunicada.

O alvoroço acaba e todos começam a retornar para suas casas.

Aline, muito abalada, se dirige ao carro, ainda trêmula. Em frações de segundos ela sente uma lacerante dor nas costas, enquanto abria o portão para ir embora. Bruscamente ela é virada e atingida com diversas facadas no corpo. Rapidamente um último golpe é aplicado, em seu olho direito. Aline tenta gritar de dor, mas seus pulmões, atingidos por facadas, não capturam mais o ar, e, aos poucos, Aline morre.















Você insistiu em tirar o que me pertencia.

Agora, seu fim será mais doloroso do que a minha vida.

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O Destino dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora