Hanyel ficou parado no meio do caminho entre a entrada da casa e o caminho para a floresta. Era começo da noite e havia acabado de chegar. Ele nota que o carro de Ariane está na garagem. Bianca ainda não havia chegado. Ele lhe mandou a seguinte mensagem.
Hanyel: Bianca está vindo pra casa?
Bianca: Vou demorar. A diretora mandou ficar aqui resolvendo umas coisas do vestibular. Não se preocupe. Chegarei em casa logo.
Hanyel: Tudo bem. Se cuida.
Hanyel envia a mensagem, sabia que ela voltaria salva para a casa. Resolveu guardar o carro e deixar suas coisas dentro dele. E foi andar pela floresta.
Parou a centímetros de um lago que tinha ali um pouco para baixo da casa.
Ele leva um susto, quando ouve passos pesados. Olha para trás e não há ninguém. Seus olhos se voltam para o lago, a pouca luz que ainda pairava no céu, iluminava aquele belo lago. Mais passos são ouvidos, ele olha para todos os cantos e não vê nada. Seu coração palpitava.
- Que estranho.
Ele volta a olhar pro lago quando vê um vulto na água e da uma passo para trás. Ele bate com as costas em uma árvore. Olha para o lado e vê o vários vultos ao seu redor e mais passos vindo em sua direção.
Hanyel olhou as copas de árvores e viu vultos no ar rodopiando. Começou a correr em direção a casa. Lançou-se em meio a troncos quebrados. Não ligava para os afiados e retorcidos galhos que arranhavam seu corpo e rasgavam sua roupa. Um filete de sangue escorre de seu rosto, mas continua a correr. Chegando perto de casa ouve um grito. Grito que pertencia a Ariane.- Que sorte! Hoje o turno terminou cedo.
Ariane fala pra si mesma, quando seu celular tocou.
- Oi?
- Olá delegada. Aqui é o advogado de Junior Samon.
- Estava esperando o senhor ligar. - Ela se senta no balcão da cozinha. Usava uma camisa grande e um shorts jeans com pantufas vermelhas. Seu cabelo preso em um rabo de cavalo.
- Desculpa em incomodar. Mas passei na delegacia e me dizeram que você havia indo embora já. Então meu cliente é inocente. Ele não tem nada a ver com a morte da mulher.
Ela olha para as unhas pretas. E em seguida olhando para seus anéis.
- Sei. A pena dele não será menos de 15 anos. Ou talvez até perpétua.
- Delegada a senhora está sendo injusta.
- Injusta? Eu?
- Sim. - A voz do advogado sai rouca. - Muito injusta.
- Senhor Wagner Walter. Porque estou sendo injusta? Ele comentou um crime deve paga-lo.
A voz do advogada aumenta. Fazendo Ariane afastar o celular do ouvido.
- Meu cliente não fez nada. Ela se matou.
Ariane ri.
- Os exames sairam. Não foi suicídio e sim homicídio.
O advogado suspira.
- Vamos fazer um acordo?
- Que acordo?
- Você me ajuda a convencer o juiz que ele é inocente. Mudando as provas que você tem contra ele. E eu dou 40% do lucro.
Ariane gargalha.
- Como tem pessoa imbecil nesse mundo. Você está me manipulando. Não entrarei nesse jogo.
- Delegada, ele falou que lhe paga.
- Não estou interessada.
Ariane desliga o celular.
- Ricos me dão nojo.
Ela desce do balcão e joga o celular no sofá subindo para seu quarto.
Ela cantava uma música que tanto amava.
Abriu a porta de seu quarto. Sentiu como se algo estivesse escorrendo no seu corpo. Foi até o espelho e notou uma macha de sangue da camisa. Colocou a mão e ela se sujou. Estava trêmula. Quando voltou a olhar pro espelho viu corpos de pessoas pendurados no teto. Se vira com os olhos arregalos. O chão está coberto de sangue. Percebe que os corpos são das pessoas que pertenciam a sua família.
Então ela grita. Seu grito ecoa pela casa. Ela cai no chão.
- Ariiii. - Hanyel sobe chamando pela amiga.
Ele entra em seu quarto e a vê caida no chão. Sou respiração estava fraca e lágrimas desciam pelo seu rosto sem controle. Ele coloca a cabeça de Ariane sobe o colo.
- Ari. O que aconteceu?
Sua voz era falha.
- Hany... Tem corpos aqui.
Ele olha não há nada.
- Ari não há nada aqui.
Ele acaricia seus cabelos.
- Eu vi eles ali.
Aponta para o teto.
- Eles?
- Minha família.
Hanyel treme.
- Calma. Não tem nada ali.
Ariane respira fundo, recuperando seu fôlego aos poucos. Hanyel a ajuda a se levantar.
- Vamos lá para sala.
- Foi ela. Eu sei que foi.
Hanyel a abraça enquanto vão para a sala.
Eles se sentam, Bianca entra.
- Boa noite meus...
Ela para ao perceber que aconteceu algo. Hanyel estava machucado e Ariane de cabeça baixa.
- O que houve? - Ela vai até eles.
- A Ari viu a família dela. - Hanyel não quis cometar como, Ariane tremia ao seu lado.
- Ari... - Ela se ajoelha pegando a mão dela.
- Bianca foi bom você tem chegado. Preciso falar com você.
Ela se senta no sofá do canto.
- Fala.
- Sobre aquele dia. Você teve uma alucinação de Blanca. Você a viu, mas era uma das negras. Ela de fez você acreditar que era ela. Para poder....
- Eu já esperava por isso. Ela enfiou suas garras dentro de mim.
- Então você já sabia?
Ariane pergunta olhando com os olhos cheios de água.
- Sim. Na verdade suspeitava.
- Não está brava conosco?
- Não. Nunca.
Bianca se levanta e se senta ao lado de Ariane. Os três dão as mãos.
- Nos temos que ser fortes.
Hanyel olha para cada uma.
- Seremos.... Mas Hany agora que notei. Você está machucado.
Ariane diz ao notar as mãos arranhadas dele.
- Me assultei na floresta quando ouvi seu grito e sai correndo sem se importar com nada.
Hanyel tinha visto vultos na floresta, mas chegou a conclusão que ela estava tentando prende-lo na floresta para torturar as meninas. Mas não teve êxito. Apenas manipulou a mente de Ariane já que Bianca não havia chegado. Mas ele, Bianca e Ariane não deixariam que ela obtivesse sucesso em suas peças.
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Além da inquisição
FantasyTreze anos se passaram após a grande explosão que deu fim aos Campos de Inquisição. A raça dos bruxos está se extinguindo. Os três bruxos, aprendizes da Necromante, cresceram e se tornaram bruxos extremamente hábeis e poderosos, mas alguns problemas...