"Com mentiras se tecem as teias que envenenam até a mais nobre veia"
Três semanas se passaram desde que estive naquela cave e quanto mais eu pensava nisso mais óbvia se tornava a realidade. O que eu vi naquela noite, deixou-me pouco a vontade. Deixou-me ansiosa e eu nem sabia da missa-metade.
E então, certo dia decidi antes de ir para o colégio, um interrogatório conduzir. Tudo o que eu queria, era entender o que ali se passava e por quanto tempo ficaria por encobrir .
- Seu Monstro! _ disse eu, provocando-o. - Como foste capaz?
Com a mão na mesinha ele então bateu e o meu corpo logo tremeu.
- Tu falas do quê?!
receosa me aproximei e sem muita pressa, ao seu ouvido segredei.
- Tu Sabes do que é! _ disse eu, olhando para a cave.
O seu olhar seguiu o meu e quando voltou a mim, percebi que não gostou. Lentamente ele levantou, pegou na "Vitoria" e lá se aproximou. Eu devia ter fugido mas só percebi quando à parede ele me encostou. Nervoso, ele então se afastou e a palma da sua mão livre - que mal vi chegar - o meu rosto marcou.
- Não devias ser tão curiosa, sabias? Pode ser muito perigoso...
A seguir, a "Victoria" a minha testa o monstro encostou e pensei que seria desta que a minha vida terminou, mas para minha surpresa a mamã o chamou.
- Salva pelo gongo! _ Ele saiu irritado, foi ao bar.
E ali na parede, tão assustada me revelei que mal me mexi, mas a mamã foi em meu socorro e um abraço dela recebi.
- Deixa-me ver! _ pediu ela, preocupada. - Doí quando toco?
- Na verdade mal sinto o rosto! _ disse eu, forçando uma piada.
- Espera aqui.
Entregue ao silencio, olhei para a mesinha. Queria chorar, porque minha mãe me ignorava desde novinha.
- Com isto logo ficas boa. _ disse, voltando com uma pomada que guardava na sua malinha.
Fiquei surpresa, agradecida, pois ela poucas vezes fazia algo que me deixasse enternecida.
- Devias deixa-lo! _ atirei, toda atrevida.
- Maia, não!
- Mas, mamã!
- Maia, para! _ disse ela, irritada. - Nós já falamos sobre isto!
- Mas desta vez é diferente... _ eu insisti, não me dando por derrotada.
E levantei-me puxando a mamã por uma mão, mas quando olhei para ela, não houve reacção.
- Eu sei!
Foi então que percebi que ela sabia de tudo e não se importava nada. Que só queria saber do dinheiro e da sua vida desgraçada.
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Pequenos Contos de Paixão & Perigo: Ribeirinha Maia
RomanceHá uma rapariga em Pendaval nascida em Março, durante uma trovoada. Que assim como o leitor, teve uma adolescência difícil e algo complicada. A sua melhor melhor amiga era uma figura mal lembrada, um espectro de um livro numa era já passada. A sua...