Capítulo Dezoito

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GRAVIDA!

Era só o que faltava para bagunçar ainda mais a minha cabeça. Essa notícia poderia ser ótima, se não fosse acompanhada de uma suposta traição da parte do meu marido; acompanhada da minha total instabilidade emocional naquele momento.

Eu era uma bomba relógio a poucos segundos de explodir.

- Regina?- Cris balançou a mão na frente do meu rosto, me fazendo perceber que eu havia simplesmente travado ante as palavras do Lucca.- Você está bem?

Pisquei algumas vezes para "voltar" a realidade.

-Eu,- Olhei para minha irmã.- Estou ótima, por que não estaria?

Vi no rosto da Cristina que ela não acreditara em minhas palavras, e quem acreditaria? Estava mais do que claro, que naquele exato momento eu estava apavorada.

[...]

- Você vai contar pra ele, não vai?- Cristina permaneceu atenta a estrada, se limitando a virar a cabeça em minha direção por alguns segundos, só para ter certeza de que eu a ouvi. E eu havia escutado, mas me mantive em silencio.- Regina? Ele é o pai!

- Eu sei Cristina, eu sei!- Falei perdendo a calma.- Mas eu não consigo esquecer o que eu vi no escritorio dele.

- Mas ele esqueceu o que você fez!.- Eu me calei sob as palavras da minha irmã.- Desculpe, eu

-Não, tudo bem! você esta certa. Eu o traí primeiro. Eu é que passava noites e noites na sala de sobreaviso com um homem que não era o meu marido, você tem razão.

- Não foi isso que eu disse!- Ela me olhou enquanto esperava o sinal abrir,.- Você só precisa analisar que, ele te perdoou quando soube o que você fez, ele não fugiu.

Eu respirei fundo, enquanto sentia meu estomago se contorcer.

- Cristina pare o carro.- Pedi de olhos fechado.

- Eu não vou deixar você sair assim, só porque você não consegue ouvir e verdade e

- Eu vou vomitar, para esse carro!- Ela foi para o acostamento, me dando tempo de abrir a porta e colocar, pelo que eu percebi, o almoço de duas semanas anteriores para fora.

Cris saiu para segurar meus cabelos e se certificar que eu estava bem.
Fechei os olhos e respirei fundo, esperando o mal estar passar.

- Como eu disse, você precisa contar para ele.- Cris falou assim que continuamos a viagem.

- Eu vou contar, quando eu estiver pronta.- Falei olhando pela janela.

- Só espero que isso não seja quando seu filho ou filha já estiver formado.

Eu revirei os olhos em resposta, e passei o resto do trajeto em silêncio, o que irritou a Cristina em grande escala.

Cheguei na casa da minha irma e fui direto para o quarto, parando apenas para cumprimentar meu sobrinhos. 

- Olha,- Cristina entrou e sentou na cama.- você realmente precisa contar para ele, é direto dele.

- Você é chata.- Falei cobrindo meu rosto com o travesseiro.

- Quem é chata?- Ana apareceu no quarto.

- Da onde você veio?- Cris indagou.

- Eu quis dar uma passada aqui antes de ir para o trabalho. Queria ver como vocês estão.

- Eu estou bem, e a Regina tá grávida.- Falou me fazendo tirar o travesseiro que estava no meu rosto, e joga-lo nela.

- Parabéns!- Ana falou empolgada, mas desfez o sorriso quando viu a minha cara.- Não?

- Ela tá assim por causa do Caio.- Cris falou revirando os olhos.

- Pensei que vocês ja haviam se resolvido, mas acho aque não, você ainda  está aqui.- Ela deu uma breve pausa.- Você ainda não contou pra ele?

- Eu soube hoje.- Falei já cansada daquele assunto.

- Mas vai contar, não vai?- Ana ainda me olhava com atenção.

Eu suspirei pedindo a Deus a paciência, que naquele momento eu não tinha.

- Eu realmente preciso ficar sozinha agora.- Falei notavelmente sem paciência.

- Promete que vai contar pra ele o quanto antes.- Cris ordenou.

-Se vocês saírem agora, eu conto amanhã.- Falei irônica.

Demorou, mas minhas irmãs acabaram cedendo e me deixando em paz. Sai do quarto poucas vezes, com poucas quero dizer que, só sai para comer mesmo. 

[...]

Havia se passado duas semanas, eu estava deitada olhando para o teto era de madrugada e dormi  não foi uma opção, na verdade até era, se minha cabeça não estivesse completamente cheia, não sobrando lugar para o meu cérebro entender que já estava quase amanhecendo e eu nem havia fechado os olhos ainda.

Olhei o relógio que marcava cinco e quarenta e cinco da manhã, eu literalmente passei a noite acordada. 

Caio se levantaria em minutos, ele costumava ir para o trabalho as sete, decidi que iria conversar com ele, talvez não sobre a gravidez, mas sobre o que eu vi algumas semanas atrás. 

Quando o relógio ao meu lado marcou seis da manhã eu me levantei e caminhei para o banheiro. Ajustei o chuveiro na água fria, e  não foi o suficiente para tirar a cara de zumbi de mim, então optei pela maquiagem mesmo, que disfarçou o suficiente para ele não perceber que por algum motivo eu não havia dormido aquela noite.

Cheguei na empresa e me recordei da sensação que tive a ultima vez que eu sai daqui. Cheguei no andar de cima, onde ficava o escritório de Caio e fui cumprimentada pela secretária dele, que sempre se mostrava muito educada e prestativa.

- A senhora pode entrar, ele não está com ninguém na sala.- Falou colocando o telefone, que ela usara segundo atrás, de volta no lugar.

- Obrigada.- Falei e caminhei em direção porta que continha o nome "diretor" bem na frente. Abri e vi o Caio de costas, ele observava a cidade pela enorme janela de vidro.

- Quando me contaria?- Indagou sem olhar para mim.- Não ia me contar não é?- Dessa  vez ele virou e me encarou com um olhar frio.

- Contar sobre o que?- Indaguei confusa.

- Que estava esperando um filho meu? 

Eu fiquei ali parada sem ter o que dizer.

CONTINUA

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