Por Onde Andei

Bruna - Chegamos ao meu apartamento

Chegamos ao meu apartamento já passava das quatro. Exaustos de tanto dançar. Kadu segurando meus saltos. Os dois rindo muito. Eu não queria que a noite acabasse ali. Mas meu namorado puritano empacou na porta.

─ Boa noite, Bruníssima!

Fiquei na pontinha dos pés, segurei o seu pescoço e lasquei um beijo de arrancar pedaço. Ele me abraçou por inteiro. Chegou a me tirar do chão correspondendo ao beijo. Simplesmente me deixou sem fôlego, mas não entrou. Permaneceu na porta.

─ Você quer me enlouquecer? – Sussurrei no seu ouvido provocante. – Você quer que eu peça permissão para sua mãe? Eu peço. – Ele chegou a tirar o celular do bolso, colocar o nome da mãe no display como se fosse mesmo fazer a ligação. Depois riu e desligou.

─ Acho que não. Não é uma ideia tão boa e tenho coisa melhor para fazer.

Kadu me apertou entre o corpo dele e o limiar porta. Suas mãos apertando minha cintura, enquanto ele me beijava com paixão já estava me deixando ofegante. Eu precisava dele na minha cama já. Pra ontem. E, daquela distância, não tinha como ele fingir que não queria também.

─ Entra, Kadu? Fica comigo. Dorme comigo. Por favor...

Por um instante, ele vacilou. As mãos foram para a parede, eu presa entre os seus braços, sem a menor intenção de fugir. Então ele fechou os olhos e respirou. Dava para ver a razão vencendo a batalha novamente. Estava contando e retomando a concentração.

─ Hoje não, minha linda. – Ele me deu um selinho. Pegou meus sapatos que já tinham caído no chão na empolgação e os entregou nas minhas mãos. – Boa noite, Brunetilde. – E foi.

Fui tomar banho. Frio.

***