Capítulo 11

1.3K 130 43
                                    

Primeira publicação: 05 de setembro de 2015


Cambaleante, andei até a sala tentando despertar do sono. Queria ter dormido até mais tarde, mas meu relógio biológico era sacana e não costumava cumprir minhas vontades. Espiei pela janela, o céu estava nublado e o frio invadia o apartamento. Minha visão embaçada desenhava pequenas figuras na rua, em um meio aparentemente cinza.

— Bom dia, Brandon – passei pelo gato que se esticava no sofá e me arrastei até a cozinha. – Olá, Paul — acariciei o outro felino que estava na bancada. – Onde está o Al? – percorri a vista turva pelo apartamento – deve estar dormindo, não é mesmo? – e sorri para o nada.

Lentamente abri a porta do armário, peguei o primeiro pacote de bolachas de chocolate que encontrei, esquentei um pouco de leite, liguei a TV na Cartoon e me joguei no sofá. Estava cansada, queria dormir, mas não adiantava voltar para cama. Há algumas semanas que não conseguia dormir direito, desde aquela noite. A noite com Tom. A noite que Jon nos encontrou.

Eu me sentia cansada com toda aquela situação, me sentia culpada por não ter acabado com tudo antes. Me sentia ansiosa, pois não tinha tido nenhuma notícia de Jon desde aquela noite, e isso era meio perturbador. Éramos inseparáveis e eu gostava de sua companhia, antes de tudo éramos amigos, irmãos, confidentes e amantes...  

— Fiz o que era certo – consolei a mim mesma.

— O que foi que você fez? – Andrew vinha a passos curtos, bocejando e esfregando o resto de sono dos olhos. – Hein, Jackie, o que você fez? – Ganhou um lugar no sofá e me enrolou com o cobertor que trazia nos ombros. – Me diz Jackie...

—  Fiz leite e bolachas! – Me aconcheguei com ele sob o cobertor procurando calor. – Leite com bolachas é ótimo para uma manhã fria pós-farra.

— Está certíssima - pegou a xicara da minha mão e tomou um gole do leite. – Bom, isso não vai dar para nós dois – fitou o liquido.

— Já, já pego mais.

Na noite anterior, Andrew Scott veio aos EUA para me acompanhar no lançamento da minha nova produção em Los Angeles. Depois da festa voltamos a Nova York e ele ficou hospedado em meu apartamento. Andrew era um ótimo amigo, sempre muito divertido, conselheiro e amoroso.  Como fazia tempos que não nos víamos, eu queria aproveitar esse momento para colocar a conversa em dia.

— E o Stephen? – perguntei.

—  Quem é Stephen no jogo do bicho?  Quero saber é daquele Harry que estava com vocês ontem. Aquele com cara de mal humorado.

— Não faz seu tipo. É muito certinho.

— Quem tem que dizer se faz ou não meu tipo, sou eu não acha? – suspirou. – Mas tudo bem, se você está dizendo que não, é porque não é. – Jogou uma bolacha na boca – mas e você? 

—  Eu? Eu nada - levantei e fui à cozinha para pegar mais biscoitos.

— Lá vai a senhora fechada. Está na hora da minha filha engatar um romancezinho, não acha? Já, já tá criando teia de aranha. Eu tenho alguns amigos interessantes, poderia te apresentar alguns. Que tal? Vai me deixar ser cupido?

— Não mesmo. Você é muito bonito pra ser cupido - respondi. 

— Você é muito chata Jackelina – E Andrew cruzou os braços em frente a tevê.

Estava pegando um pouco mais de leite, quando o telefone tocou.

trim trim

— Você não vai atender? – Andrew perguntou da sala.

Thomas - Tom Hiddleston (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora