Capítulo 90

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William

- De mim - Disse num fio de voz .
- De você ? - Indaguei.
- Eu não sei o que ele poderia dizer e não estou preparada para que você me veja na visão de pessoas do meu passado . Você costuma ficar bem fora de si - Explicou .
- Mas você não reclamou - Falei espalmando sua bunda .
Eu tinha que proibi - la de usar um jeans tão apertado .
- Nem vou . Mas antes você socou Ivan lembra ? - Assenti sei que errei .
- Você fica abalado quando não só a minha versão passada mas qualquer coisa referente a ele vem a tona . E meu pai pode ser de longe a pior
delas - Franzi o cenho .
- Pior que seus intragáveis ex - namorados ? - Quis saber e ela riu .
- Ele foi capaz de testemunhar contra o sangue do seu sangue sabendo que eu poderia perder a minha filha - Acentuou e assenti .
- E você ainda quer ir atrás dele ? - Quis saber .
- Apesar de um homem duro eu sei que Ricardo tenta ser tanto justo quanto possível . Isso costumava o fazer mais implacável que qualquer um para mim mas eu também tenho que contar com isso , seu senso do correto para me ajudar - Continuou .
- Nesse caso não é pior que o Ivan que é dissimulado - Constatou .
- Ricardo é o pior do meu passado e Ivan do meu presente - Comparou .
- E Arturo o pior nos dois casos - Esclareci e a boca próxima do meu peito me deu uma mordida brincalhona .
- Ele vai me ajudar sem ganhar nada em troca - Falou .
- Talvez não ganhe nada mas ele espera , ou ao menos vai buscar ganhar sem que perceba - Explicitei .
- Como assim ? - Perguntei e apertei mais sua bunda ainda em minhas mãos .
- Com beijinhos . Olharisinhos . Principalmente nisso aqui - Falei passando a mão com suave até dar - lhe um tapa forte e estalado de um lado e do outro só para ninguém ficar com inveja e só porque ela gostava .
- Não é tão irresistível assim - Falou e eu ri .
- Antes de você ser minha era minha perdição . Na maioria do tempo eu tentava não olhar para sua bunda ou também seus seios mais foi um tarefa árdua Bela . E isso porque eu me negava a olhar imagina ele que realmente quer ao menos uns olhares furtivos . É muito irresistível mas é meu também . Lembre de avisar - Falei soltando - a abruptamente .
- Agora vá antes que eu esqueça do exame e fique fora de mim - Eu disse .
- Lembra do não reclamar ? - Provocou mordendo o lábio .
- Lembra que o idiota do Arturo tá lá embaixo ? - Ela fez uma expressão de quem se deu conta e ia saindo .
- Espera - Falei da porta a puxando nos braços de novo .
- Se for para sair com ele ao menos tem que levar o máximo do meu
gosto ...

Maite

Tomou meu cabelo entre seus dedos grossos e em primeiro apenas roçou em meus lábios em breve carícia .
Quando pensei que dele só isso teria depois de tão grande promessa ele me surpreendeu atraindo - me com a mão livre através da mão espalmada nas costas e só aí voltou a saborear minha boca com seu gosto de hortelã que estava ali e se fez comum .
Provando que pelo contrário , o comum pode ser bom porque se é um fenômeno corriqueiro você o ansia com sôfrego tempos antes de ocorrer , só não mais sôfrego , obviamente , do que quando ele lambeu meu lábio inferior num instante lento e depois mordeu puxando na boca .
Tinha razão ao dizer que gostava de sugar porque definitivamente era o segundo que fazia quando o primeiro a devorar minha boca depois de algumas mordidas .
Com lábios abertos e cheio de paixão  sua língua ondulava sobre a minha fazendo minha calcinha molhar outra vez naquela manhã sem que pudesse me importar menos pois o toque da sua língua sim , era irresistível .
Quase um minuto depois ele soltava meus cabelos espalmando ambas as mãos nas costas nos separando com selinho depois de tirar meu fôlego .
- Agora só falta o pau - Ele disse e demorei quase um segundo para entender o que disse .
- Ham ? - Indaguei e passando das costas aos ombros delicadamente os abaixou até que entendesse tão tonta estive por seu beijo de novela .
- Chupa um pouquinho cada coisa só para ele ter no rosto dele os resquícios do meu gosto . Não é ele que curte beijinhos acalorados ? - Indagou.
- Fazer isso consciente é pura maldade William - Falei me levantando e ele como o príncipe que sempre fora não me forçou .
- Ele ficar te beijando também é - Apontou como se fora muito óbvio.
- Não vai acontecer - Expliquei e ele bufou com cara fechada .
- É assim que me recompensa ? - Perguntou fazendo uma birra forçada .
Não estava chateado de verdade só estava disfarçando o semblante numa máscara malvada .
- E ademais só ia servir para você ficar com dor no saco depois . Sabe que isso faz mal não é doutor ? Não acho que uma vingacinha machista valha
tanto - Eu disse .
- Se a situação fosse contrária você saberia que vale - Falou .
- Eu não tenho bolas . Ao menos eu ainda não as identifiquei - No rosto que ele tanto insistiu em deixar sério foi crescendo uma risada alta que ele não pode evitar .
- Ainda bem que não porque se as tiver eu não quero saber - Disse .
- Mas e se eu fosse um menino e não sei ? Temos que ver isso aí - Eu continuei e dessa vez ele chorou de rir .
- Mais tarde eu caço então - Prometeu mordendo o lábio .
Droga já estava duro de novo na cueca branca .
Ainda bem que eu não tenho mesmo bolas para sentir dor depois .
- Vai me examinar ? - Indaguei com a mesma mordidinha de lábio .
- Completamente . Com a língua - Aumentou a oferta .
- E não era eu que não ia gozar ? - Perguntei e ele permaneceu com a expressão relaxada de quem brincava .
- Não vai - Disse espalmando a mão em minhas costas .
- Mas .... - Eu ia relutar mas ele fechou a porta só para abrir um segundo depois e me deu outro selinho .
- Me conta tudo quando voltar . Eu nunca julgaria você por nada . Eu te amo , sempre lembre disso quando sentir coisas ruins - E aí só então outro Beijo daqueles fechando a porta que não tornou a se abrir mais .
Desci de elevador e só quando ele se abriu eu vi a expressão cansada de Arturo .
- Demorou - E então me odiei só um pouquinho mais .
Não por ter meus momentos com William mas por fazê - lo esperar para isso .
Ele já tinha acordado cedo e vindo até aqui .
Lembraria de não negar as coisas na medida do possível a tão grande amigo .
Passei a mão em seu rosto e tentei limpar um pouquinho da porra imaginaria de William e ele sorriu .
Afastei a mão rapidamente perguntando onde estava com a cabeça .
Não por tocar seu rosto mas porque se tivesse um resquício de qualquer coisa nele poderia haver em mim e não era certo .
- Pronta ? - Indagou e me conduziu com a mão em minha cintura até fora do prédio até seu carro .

***
Afastado de toda cidade a pousada em que Ricardo ficava era bem ao seu estilo .
Rústica e simples mas sem deixar de ser polida.
Parei e observei os tons verdes de uma fachada envelhecida e segurei a respiração como quem de repente vai ficar submerso .
Porque assim me sentia perdo dele , não somente submersa mas a ponto de me afogar .
Presa ; Sem ar .
Mas mesmo assim segui em frente passo por passo até a porta da frente pensando no esforço que ainda teria de fazer para falar na recepção pois nem sequer avisei que viria e teria que cortar um dobrado para subir visto que não era correto dever mais a Arturo do que já devo .
Este , por sinal , viera em meu encalço do seu UNO até a porta de madeira que calmamente descendi a mão tocando até a fria maçaneta que girou sem que eu o fizesse e de repente deu lugar ao homem grisalho e baixinho em minha frente .
- Nosso acerto de contas foi o que mais ansiei em todos estes anos Valverde ...

Maktub - O escrito pelo destino jamais será apagado ...Onde histórias criam vida. Descubra agora