08 horas, 09 de setembro de 2017.
Henry fitava o teto do quarto, ao seu lado Susan que aparentemente dormia tranquilamente, assim como Lorenzo em seu próprio quarto. O vampiro estava impaciente, esperava pela chegada de Tanyah e Aiyra para pôr as mãos na arma que poderia dar fim à guerra. Susan se mexeu na cama, o que fez Henry olhar para ela. – Não consegue dormir também? – A pergunta do vampiro ressoou pelo quarto.
A bruxa balançou a cabeça em negação. – Depois de tanto tempo você acha certo voltar a tocar na lança? – A pergunta de Susan estava carregada de preocupação. – Da última vez... – A bruxa não conseguiu terminar a frase. – Não posso perder você, Henry!
O rei oriundi fechou os olhos respirando fundo. – A verdade é que... – Ele parou de falar por um instante, buscando as palavras certas. – Eu não sei, Susan! – As lembranças na mente do vampiro eram tão vívidas que ele podia sentir o cheiro e o calor de suas memórias. – A última vez, era para ter sido a última, mas aqui estamos.
Susan se levantou, enrolou–se no roupão de seda negro, seu olhar seguiu de Henry para além da janela, a escuridão do céu. – A lança do destino pode acabar com tudo isso, mas pode acabar com você. – A bruxa cruzou o quarto, até estar diante de uma cômoda, sobre o móvel havia uma garrafa com uísque e um conjunto de copos, ela se serviu. – Leona e Aeron juntos...
Henry usando a velocidade vampiresca abraçou a esposa por trás. – Não pense no que pode dar errado... – O oriundi colocou seu rosto no pescoço de Susan. – Eles são poderosos, mas também somos, além de termos mais pessoas do nosso lado...
Susan riu, ela entendia que Henry a queria feliz e tranquila, mas tinha certeza de que não seria uma luta um contra um. – Você pode não querer matar Aeron, mas ele com absoluta certeza não poupará esforços para te matar e duvido que eles dois venham sozinhos, a strazza e os seguidores de Leona estarão por toda a parte.
Henry não tinha como negar o que a esposa estava dizendo. – Eu sei, por isso Lorenzo não deverá estar aqui. – O vampiro havia pensado muito a respeito, porém ao dizer em voz alta a dor em seu peito o fez perceber o quão difícil seria não estar próximo de seu filho.
Os olhos de Susan se encheram de lágrimas, ela mesmo já havia pensado nesta hipótese, porém assim como o marido não poderia ficar longe de sua progênie. – Eu não quero isso, mas não temos outra escolha. – A voz da bruxa falhou. – Temos?
Henry balançou a cabeça em negação. – Só existe uma pessoa em quem eu confiaria nosso filho.
– Quem? – Susan não havia ideia de quem poderia ser tal pessoa. – Não conheço muitos de seus amigos pessoais, meu amor...
Henry não pode deixar de rir. – Você sabe que eu não tenho muitos amigos, além dos meus generais. – Só então o vampiro serviu–se de uma dose de bebida. – Você não irá gostar, mas a verdade é que Olrac Kauffman é a única pessoa capaz de proteger nosso filho quando a guerra começar.
Toda a cor sumiu do rosto de Susan, que ficou completamente pálida com a revelação de Henry. – Está me dizendo que um Kauffman irá cuidar de nosso filho? – Ela tinha milhões de motivos para dizer não ao marido.
– Antes que você comece a dizer o porquê de não fazermos isso... – Como sempre Henry conseguia antecipar Susan. – Você sabe tanto quanto eu, o quanto ele é poderoso, e ele me deve isso.
Susan ergueu uma sobrancelha, buscando nos olhos de Henry, aquilo que ele não lhe contava. – O que você quer dizer com isso? Como assim ele te deve?
Henry levou o copo à boca. – Sente-se, tenho mais uma história para te contar.
Frankfurt, Alemanha – 2015
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Ermickville - A Fúria da Besta [Livro 1 - COMPLETO] (EFCW)
FantasyQuando Susan encontra-se com Klaus, a bruxa sente em todo o seu corpo que algo não está certo. Sua primeira pergunta é: O que faz um Kauffman em Ermickville? Este é o primeiro de muitos mistérios que serão revelados com o decorrer desta história...