Caixa maldita

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Ariane tremia ao lembrar do passado amargo. Seu abdômen e seu peito doíam. Ela se contorce na cama soltando um grito agonizante.
- Está doendo muito.
Fala mordendo o lábio, fazendo sangrar.
- Calma!
Hanyel segura sua mão.
- Bianca vá chamar um médico!
Bianca sai correndo atrás de alguém.
- Minha amiga está passando mal.
Bianca fala para a recepcionista atropelando as palavras.
- A paciente do quarto 43 certo?
A enfermeira pergunta.
- É. Anda logo.
- Doutor Rick a paciente do quarto 43 precisa ser examinada agora.
A enfermeira fala ao telefone e depois desliga.
- Ele está indo pra lá.
Bianca assente e sai correndo em direção ao quarto novamente e o médico já estava lá.
- Respira fundo.
Ele estava com a mão sobre o abdômen de Ariane.
- Mais uma vez.
Ela obedece. Uma pontada faz a mesma gritar.
- Vamos ter que seda-la as dores estão muito forte. - Ele diz para o enfermeiro que estava com ele. Ele pega um líquido em uma agulha e ingeta no braço da delegada, no mesmo instante a mesma adormece. Relaxando seu corpo.
- Ela vai ficar bem? - Hanyel pergunta olhando para Ariane
- Sim. O medicamento ajudará. - O médico responde. - Provavelmente amanhã ela acorde melhor.
- Obrigado Dr.
Bianca e Hanyel falam.
- Não precisa agradecer. E não se preocupem ela dormirá a noite inteira.
Dito isso o médico se retira com seu enfermeiro. Hanyel puxa Bianca e a abraça e lhe da um beijo na testa. Bianca começa a chorar.
- Isso nunca vai nos deixar em paz.
Hanyel a segura forte e fecha os olhos encostando seu queixo na cabeça de Bianca.
- Isso terá fim algum dia. Agora você precisa descansar um pouco. Eu cuido da Ari.
Bianca assente e se senta na poltrona.
- Não sei se consigo... O que fará com aquilo?
Ela aponta para caixa no chão.
- Não sei... Realmente não sei. A Ari não pode ver mais esse punhal.
Hanyel olha para ela que está dormindo como se nada estivesse acontecido. Parecia um anjo de tão calma dormia.

Amanhece, Hanyel não dormira nada a noite inteira. Não quis tirar os olhos da amiga sequer um minuto. Bianca ainda dormia na poltrona. Ambos haviam avisado no Colégio que iriam faltar por motivos de família.
Ariane se mexe na cama.
- Hany! - Ela o chama fazendo ele a olhar se levantar.
- Está sentindo alguma dor?
Hanyel vai até ela.
- Não. Estou me sentindo bem. Será que já podemos ir para casa. Odeio hospitais.
Hanyel sorri.
- Sempre soube que você odiava.
Ela sorri.
E o médico entra no quarto, com um prancheta.
- Bom dia. Senhorita delegada. Como está se sentindo?
- Como se alguém tivesse me esticado. Mas estou bem.
Ele pega em sua testa.
- É sua temperatura está normal. Acho que se ficar assim até a tarde sairá hoje ainda. Ouvi dizer que odeio hospital.
Ela ri.
- Odeio o cheiro. É varias pessoas morrem. Sei lá parece que os espíritos delas ficam vagando por ai.
- Que nada. - Ele ri. - Mas descanse. A tarde virei vê-la.
Ele sai. Bianca acorda.
- Era o médico?
- Sim. Ele disse que se ela melhorar até a tarde podemos ir para casa ainda hoje.
- Que bom. - Ela sorri para Ariane. - Ari quem está no seu lugar na delegacia?
- Não sei. Mas pouco importa.
- É verdade. O importante é que você esteja bem.

Horas mais tarde o médico retorna na sala.
- Hum vejo que a delegada mais cobiçada da cidade está bem melhor.
- Sim. Já posso ir?
Todos riem quando ela faz cara de criança birrenta querendo algo.
- Vejamos primeiro.
Ele mede a pressão, temperatura, batimentos... Tudo ok.
- Bom. Está tudo ok. Vou lhe dar alta.
Ariane pula da cama. Fazendo sua perna reclamar.
- Ai. Ainda está dolorida.
- Isso passará se tomar os remédios que eu lhe receitar.
Ele faz uma receita e logo a entrega.
- Aqui. Siga o tratamento correto que voltará ao normal. E tente na sobrecarregar na delegacia.
- Tudo bem.

Chegando em casa, Hanyel vai preparar algo para eles comerem.
- O que querer?
- Batatas fritas com arroz e feijão e bife com salada. Está ótimo.
Ariane diz se sentado no sofá.
- Ok. Ari acho melhor você não ficar forçando essa perna.
- Também acho. Coloque essa almofada embaixo. - Bianca fala colocando uma almofada embaixo dos pés de Ariane sobre o sofá.
- Gente não sou mais criança.
- Não é. Mas nós cuidamos um do outro lembra?
- Claro. Vocês são minha família.
Ela diz
- Então não reclama.
Bianca da um tapa de leve no ombro da amiga e ri.
Hanyel prepara a janta e avisa que está pronto.
Ariane se levanta com a ajuda de Bianca. E se senta na mesa.
Ao terminar Bianca ajuda Hanyel com a louça.
- Ari quem que te leve lá para cima?
- Tipo aqueles filmes de princesa?
Ela ri.
- Sim. Princesa Ariane. - Hanyel se curva diante dela esticando sua mão.
- Bom. Não conseguirei subir com essa perna.
Hanyel sem esperar que ela aceite a pega no colo a levando para o quarto .
- Pronto minha bela princesa.
A coloca na cama. E ela se encosta na cabeceira da cama em seguida se deitando.
- obrigado Hany.
- Não há de que. É só chamar se precisar de algo.
Ele diz e beija o topo de sua cabeça. Ambos sorriem um pro outro.
Hanyel sai do quarto fechando a porta e se encostando na mesma suspirando.
- O que farei com aquela caixa maldita.
- A queime?
- Bianca isso não é a solução. Só não podemos deixar que ela veja essa caixa novamente. Vou dar um jeito nela até amanhã.
Hanyel entra em seu quarto e se joga na cama, colocando o travesseiro na cara. E gritando,  para não ser ouvido.

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