A Escuridão

Capítulo 44

- Como assim o que eu sou ? - Perguntei assustada.

- Você vai escutar toda a verdade, sobre tudo e todos. Escute com atenção e não me atrapalhe - Ele segurou minha mão com a intenção de me confortar. - A sua mãe, Lori, na verdade não é sua mãe - Começou a contar - Seu pai teve um caso com um demônio e então veio você, e ele não sabia que ela era do mal. O mesmo era um anjo do bem. Como ele teve um caso com um demônio, os dois tiveram um anjo da morte, no caso você. Minha mãe também era um demônio - Apontou para mulher da foto - Meu pai um anjo da morte. - Apontou para o homem que abraçava meu pai - Minha mãe o matou, quando eu cresci vinguei sua morte. - Falou me encarando - Nossos pais eram amigos porque meu pai, mesmo sendo um anjo da morte, era do bem. Ele era contra a sua função, que era matar. Meu pai se chamava Castiel e o nome verdadeiro de seu pai era Daniel.
Seu pai sempre fez de tudo para esconder o seu destino de si mesma, desde pequena foi mostrando ser diferente de outras crianças e isso o assustava, mas sempre conseguia esconder tudo. Sua mãe biológica o matou, entrando nele e o fazendo se suicidar.
Ele já sabia que isso ia acontecer e que não poderia evitar, por isso me deu a missão de protegê-la
Na verdade, Demi, você se sente tão bem comigo porque nos conhecemos desde do ventre. Você praticamente cresceu comigo, por isso sua mãe "adotiva" nunca teve nenhum tipo de afeto contigo, e também porque é filha de um caso do seu pai, claro.
A menininha que lhe persegue é um demônio que te odeia. O diabo te quer como parceira para o ajudar com a destruição, morte e infelicidade. Ou seja, a escuridão. E esse demônio que te odeia tem inveja disso, por isso sempre avisou para que parasse de fazer o que faz de melhor. Matar, vingar.
Você sempre se sentiu infeliz porque ainda tem um pouco do lado bom de seu pai, por isso o que o inferno trouxe para o mundo, as vezes te afeta. Demi olha para mim - Levantou minha cabeça pelo queixo - Eu amo o nosso destino, mas não quero que ele te leve. Se ele te levar, não haverá amor e nem nenhum desses seus bons sentimentos. Que é o que nos uni, que é o que te mantém humana e viva.
Se você se for, será como essa menininha que te persegue, só que com mais poder e luxúria, muito mais. - Apertou minha mão como se quisesse chamar mais minha atenção. - Mas agora eu percebi o que seu pai nunca percebeu, só cabe a você decidir isso. Escolhe o inferno ou o mundo ? - Perguntou - Quer manter seu lado bom, ou quer apagá-lo ?

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Deitei em minha cama jogando todo o cansaço de meu corpo, respirei fundo e deixei a lágrimas tomarem conta do meu travesseiro.

É muita coisa para digerir, tudo isso acontecendo de uma vez. Agora tudo faz sentido.

Todos esses problemas, toda essa confusão, traição, morte, rejeição, amor, ódio, vingança.

Isso tudo pode acabar e só depende de mim, tudo isso depende da minha escolha. Sinceramente não quero saber de ninguém e de nada, tô cansada dessa merda de vida, tô cansada de todos.

Foda-se sentimentos, foda-se o amor. Isso tudo só me fere e a felicidade é momentânea.

São dez da noite e estou farta de ficar o dia inteiro trancada nesse maldito quarto pensando em toda essa merda, não vou escolher porra nenhuma, só vou seguir como se nada tivesse acontecido.
Que se foda o diabo, deixa ele lá queimando no fogo do inferno.

Tomo um banho demorado e decido por vestir uma calça jeans preta rasgada no joelho, uma camiseta grande da cor vinho e por cima um moletom cinza, em meus pés calço um all star preto.

Vou até a garagem e pego o meu carro, um Fiat Palio Hatch sedan vinho, que nunca gostei de usar, odeio dirigir.

Antes de dar a partida enrolo um pouco de maconha em um pedaço de seda e dou uma tragada, em seguida sigo meu rumo.
Destino, casa da Sophie.